Aplace

Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação



Presidente: Israel Foguel - Gestão 2017-2019

(Jornalista e Escritor) 

APLACE EM DESTAQUE

APLACE EMPOSSA CINCO NOVOS ACADÊMICOS

Por ISRAEL FOGUEL (Escritor, Jornalista e Presidente da APLACE) 

Na próxima quinta-feira, dia 7 de novembro, às 20h, no Salão Nobre do nosso eterno Instituto de Educação, a Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação estará dando posse a cinco novos acadêmicos eleitos, que no último dia 31 de agosto participaram da Plêiade onde escolheram seus patronos.

Trata-se do XVIII Esplendor da APLACE, em seus 43 anos de existência.

Estarão fazendo seu juramento e tomando posse as seguintes pessoas que foram escolhidas por sua participação quer nas letras, na arte, nas ciências e na educação:

João Divino Breves Consentino, professor, advogado e autor do livro "A Famiglia Ruggeri", que estará ocupando a cadeira número 07 que tem como patrono Erothides de Campos.

Lucas de Carvalho Pimentel, professor e artista plástico, que estará ocupando a cadeira de número 13 cujo patrono é o Monsenhor Francisco Cruz.

Alan Rodrigo Marinho Gualberto, professor, cientista e autor do livro "PUGILLO TERRAE - De Newton à Terra Oca", pela Editora Plena Cultura, que estará ocupando a cadeira número 19, cujo patrono é Herbert Maya Vasconcellos.

Sérgio Roberto Baiocco, artista plástico e entalhador em madeira, que estará ocupando a cadeira número 21, cujo patrono é o prof. Antonio Zeferino do Prado.

E, finalizando, Paulo Henrique Ferreira, pedagogo, professor, Diretor I do Núcleo de Vida Escolar da Diretoria de Ensino Região Pirassununga da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo, que estará ocupando a cadeira número 35 cujo patrono é Fernando de Souza Costa.

A solenidade de posse dos membros neoacadêmicos da Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação é denominada "Esplendor". O Esplendor se constitui no momento maior da vida da Academia.

O neoacadêmico, ao assumir sua cadeira, presta a promessa diante da presidência, das autoridades civis militares e eclesiásticas, bem como dos acadêmicos titulares presentes na solenidade de que: ... cumprirão fielmente os deveres de Acadêmico Titular da Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação; lutando pelas finalidades, pugnando pelo seu progresso e prosperidade em todas as circunstâncias de sua existência; promovendo e elevando aos mais altos níveis as Letras, as Artes, a Ciência, a Educação e a Cultura em geral no Município de Pirassununga, no Estado e no País.

Convite feito: A entrada é gratuita. 

Nesta quinta-feira, dia 7 de novembro, às 20h, no salão nobre do Instituto de Educação.



ACADEMIA DE LETRAS COMPLETA 43 ANOS


 Por ISRAEL FOGUEL (Presidente 2019/2021)


Nesta quarta-feira, 17 de julho, a APLACE - Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação está completando 43 anos de fundação. 

A APLACE - Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação surgiu, como tudo que é sublime, de um grande sonho, após a maturação de projetos que durante muitos anos fecundaram na alma e no coração de alguns pirassununguenses desde o período vernal de sua existência. Tudo começou na década de 20. Eram jovens estudantes que desde os tempos do mercado velho, existente ali na então rua Santa Rita, atual Duque de Caxias, se reuniam na Pastelaria do Pescador, num canto do mercado.

Nesse antigo lugar, a horas tardias, passavam para o pátio do mercado, onde então, as bancas de verdura se elevavam à categoria de acolchoadas poltronas dos acadêmicos. O luar, a essas horas, se estendia, com branca luminosidade de sua ternura, pelo gramado, engatinhava pelos degraus de alvenaria e lentamente chegava até aqueles sonhadores com a suavidade de um suspiro perdido. E as tertúlias dessa viçosa intelectualidade avançavam pela madrugada a dentro, ricas de conteúdo literário.

Depois chegou outra época, as décadas de 1931 e 1941 e com elas, outros adolescentes que se reuniam no seu "chateau", uma casinhola feita de tábuas de caixotes, no quintal do "Seu Juca" (José Ferreira de Albuquerque).

Aí, nesse encontro, promoviam acalorados debates sobre os mais variados temas culturais. Era aí, o cenáculo daquela mocidade estudiosa. Uma amoreira que ficava lá no fundo do quintal. Mas não parou aí. Novos tempos vieram. Vivia-se a época de 1941 a 1950.

Eram outros jovens estudantes que prosseguiam discutindo sobre os destinos da cultura pirassununguense. Era uma questão de honra, pugnar por esse ideal. Assim, esse pugilo de rapazes, cioso desse nobre mister, dirigiam-se para o seu improvisado ateneu, ora instalado nas dependências da lendária Matriz Velha, templo saudoso, com o espinhaço da cumeeira alquebrado, com cáries profundas nas tábuas do seu teto e do seu piso, com suas portas e janelas mutiladas, causados pela avançada idade.

Então, era aí, ou, mesmo no Jardim Velho, em seu coreto caleidoscópico. Nesse local, sob o pálio verdejante de sua sebe espessa e perfumada, esses acadêmicos se reuniam. A tribuna era o chafariz de pedra, defronte daquele caramanchel de sonhos. E as indagações, copiosas, iam se desabrochando, plenas de luz. Nas noites de céu limpo, o luar era tão pródigo que o local se transformava numa ágora banhada de prata. E pensar que este fascinante sonho emanava de uma encantadora fonte, cujo nome era Escola Normal, alma mater de nossa Academia. E foi aí nos corredores da Escola Normal, que uma nova geração de jovens estudantes passou a discutir sobre os destinos da cultura em Pirassununga.

O tempo foi passando e os planos e os sonhos foram se convertendo em realidade. E eis que chega o ano de 1976. No dia 17 de Julho de 1976, uma plêiade de abnegados da arte se reuniram e criaram em Pirassununga a APLACE - Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação. Assinaram a primeira ata, os acadêmicos prof. Décio Grisi, prof. José Aparecido Caruso Neto e o dr. Salvador Humberto Grisi que configuram como sócios fundadores da Academia, o que ocorreu exatamente naquele 17 de julho de 1976.

Na realidade surgiu de um diálogo institucionalizador bem à moda eletrônica na época: por telefone. E daí, um anteprojeto de Estatutos, um reencontro a dois, os primeiros debates e críticas, a inclusão e exclusão de temas, a seleção de nomes e, logo mais um colóquio a três, seus fundadores: Décio Grisi, José Aparecido Caruso Neto e Salvador Humberto Grisi.

Aos dezessete dias do mês de julho de mil novecentos e setenta e seis, às nove horas e trinta minutos, em Pirassununga, Estado de São Paulo, na rua Coronel Franco, n.º 65, e, após inúmeros encontros, reuniões e sessões preparatórias em que se discutiam as linhas básicas para a instituição de um cenáculo de intelectuais interessados, não só na extensão e aperfeiçoamento cultural, como também no fortalecimento dos laços de amizade e camaradagem entre seus componentes, realizou-se a reunião conclusiva por meio da qual os pirassununguenses Décio Grisi, José Aparecido Caruso Neto e Salvador Humberto Grisi decidiram, juntamente com os co-fundadores, estabelecer os fundamentos da constituição da entidade. Estavam presentes nesta reunião de fundação da Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação doze pessoas: Décio Grisi, José Aparecido Caruso Neto, Salvador Humberto Grisi, Felipe Malaman, Farid Elmor, Arthur Del Nero, Daniel Caetano do Carmo, Irany Ferrari, Renato Grisi, Salim Sedeh, Orlando dos Santos e Sebastião Fernandes de Carvalho. Nesta reunião de fundação da APLACE foi apresentado uma lista de 20 nomes que fariam parte dos patronos: Álvaro da Rocha Sundfeld, Benedito Sampaio, Sebastião de Oliveira Penteado, José Leite Pinheiro, Joaquim Silva, Octaviano José Correa Júnior, Mário Zoéga, José Ferreira de Albuquerque, Mário Martins Cantinho, Santo Ferrari, Cacilda Becker, Anthenor Ferreira de Godoy, Erothides de Campos, Monsenhor Francisco Cruz, Paulo do Valle Júnior, Moacyr Apparecido Bernardez, Antonio Zeferino do Prado, Henrique da Motta Fonseca Júnior, Francisco Franco de Souza e Eitel Arantes Dix. Os vinte restantes seriam escolhidos nas próximas reuniões, bem como a numeração das cadeiras.

De acordo com o Estatuto da APLACE, os três primeiros subscritores da Ata da Reunião de Fundação da Academia (Décio Grisi, José Aparecido Caruso Neto e Salvador Humberto Grisi) são considerados seus fundadores ou instituidores e, como tal, também são seus institucionalizadores e membros titulares das cadeiras segundo suas escolhas respectivas, dispensando-se-lhes, por implícitas, as cerimônias de compromisso e posse. A APLACE tem como co-fundadores Felipe Malaman, Farid Elmor, Arthur Del Nero, Daniel Caetano do Carmo, Irany Ferrari, Renato Grisi, Salim Sedeh, Orlando dos Santos e Sebastião Fernandes de Carvalho.

Abriu-se desta forma, com a criação da APLACE, mais um campo de luta pela manutenção dos valores da terra, pela oportunidade para que outros se manifestem e se revelem e pelo reconhecimento de quantos por Pirassununga passaram e deixaram a sua preciosa contribuição nas letras, na arte, na ciência e na educação.

São cultores da literatura em geral, escritores, poetas, cientistas, educadores, artistas, publicitários, ensaístas, folcloristas, sociólogos, pesquisadores, juristas, arquitetos, jornalistas, cronistas, músicos, contistas, professores, doutores, enfim, gente culta que ao seu saber agregam valores morais de uma vida reta.

Com cento e um ano de idade, o fundador Décio Grisi reside na capital paulista (São Paulo). Atualmente, a APLACE tem como presidente o escritor, jornalista e professor Israel Foguel, reeleito e empossado no último dia 10 de julho de 2019.


UM POUCO DE NOSSA HISTÓRIA 

Por Israel Foguel

No dia 17 de Julho de 1976, uma plêiade de abnegados da arte se reuniram e criaram em Pirassununga a APLACE - Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação.

Assinaram a primeira ata, os acadêmicos Prof. Décio Grisi, Prof. José Aparecido Caruso Neto e o Dr. Salvador Humberto Grisi que configuram como sócios fundadores da Academia.

Na realidade surgiu de um diálogo institucionalizador bem à moda eletrônica na época: por telefone. E daí, um anteprojeto de Estatutos, um reencontro a dois, os primeiros debates e críticas, a inclusão e exclusão de temas, a seleção de nomes e, logo mais um colóquio a três, de seus fundadores.

Aos dezessete dias do mês de julho de mil novecentos e setenta e seis, às nove horas e trinta minutos, em Pirassununga, Estado de São Paulo, na rua Coronel Franco, n.º 65, e, após inúmeros encontros, reuniões e sessões preparatórias em que se discutiam as linhas básicas para a instituição de um cenáculo de intelectuais interessados, não só na extensão e aperfeiçoamento cultural, como também no fortalecimento dos laços de amizade e camaradagem entre seus componentes, realizou-se a reunião conclusiva por meio da qual os pirassununguenses Décio Grisi, José Aparecido Caruso Neto e Salvador Humberto Grisi decidiram, juntamente com os co-fundadores, estabelecer os fundamentos da constituição da entidade.

Estavam presentes nesta reunião de fundação da Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação doze pessoas: Décio Grisi, José Aparecido Caruso Neto, Salvador Humberto Grisi, Felipe Malaman, Farid Elmor, Arthur Del Nero, Daniel Caetano do Carmo, Irany Ferrari, Renato Grisi, Salim Sedeh, Orlando dos Santos e Sebastião Fernandes de Carvalho.

CONGRATULAÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL

Datado de 25 de julho de 2018, a presidência da APLACE recebeu cópia do requerimento 559/2018 (de autoria do vereador Paulo Eduardo Caetano Rosa) daquela edilidade congratulando-se pela passagem de seus 42 anos de existência, "sendo a guardiã da cultura de nossa cidade através de seus membros, escolhidos entre os notáveis cidadãos, ditos "imortais" da intelectualidade pirassununguense." O requerimento encaminhado pelo presidente da Câmara Leonardo Francisco Sampaio de Souza Filho foi aprovado por todos os vereadores da Câmara Municipal.

CONHECENDO NOSSOS PATRONOS

CADEIRA 01-Patrono: Antonio Ferreira de Almeida Júnior:

O eminente educador brasileiro e antigo professor de Medicina Legal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, nasceu em Joanópolis, no dia 8 de junho de 1892. Almeida Júnior era filho de Antonio Ferreira de Almeida e de Otília Caparica de Almeida. Casou-se em 24 de fevereiro de 1922 com Maria Evangelina de Almeida Cardoso. Teve um filho, Roberto Luiz Ferreira de Almeida, que foi promotor público em São Paulo.

Diplomou-se inicialmente pela Escola Normal, da Praça da República, em 1909, sendo professor normalista, título de que tanto se orgulhava. Posteriormente, em 1921, conquistou o título de doutor pela Faculdade de Medicina de São Paulo. Iniciou sua atividade docente como mestre primário na escola isolada da Ponta da Praia, em Santos e em 1910 foi nomeado professor de francês da Escola Normal de Pirassununga, cargo do qual se exonerou para fazer seu curso de Medicina. Em 1920 passou a lecionar Biologia e Higiene na Escola Normal do Brás, hoje E.E. Padre Anchieta. De 1921 a 1923 exerceu cumulativamente, o cargo de Assistente do Instituto de Higiene e de diretor geral do Ensino (1935-1938). No magistério particular, colaborou na fundação do Liceu Rio Branco, de quem foi diretor e professor de 1926 até 1934. Em 1931 transferiu-se da Escola Normal do Brás para o Curso de Aperfeiçoamento do Instituto de Educação Caetano de Campos, do qual se tornou professor em 1933. No ano seguinte, com a criação da Universidade de São Paulo, passou Almeida Júnior a integrar a Congregação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da qual foi exonerado a 3 de dezembro de 1941, por ter sido nomeado catedrático de Medicina Legal da Faculdade de Direito, em virtude de aprovação em concurso de títulos e prova. Na administração pública colaborou na reforma do ensino paulista promovida na década de 1920, pelo professor Sampaio Dória; participou da Comissão Organizadora da Universidade de São Paulo; foi um dos fundadores da Escola Paulista de Medicina; representou o Estado de São Paulo em diferentes congressos; foi consultor técnico do Instituto Nacional de Estatística (secção de Biologia) e membro do Conselho Médico Legal do Estado; em 1945 foi Secretário da Educação durante a interventoria de Macedo Soares.

Autor de uma vasta obra acadêmica, Almeida Júnior escrevia também e muito sobre os fatos que estava vivenciando.

Antonio Ferreira de Almeida Júnior, no ano de 1910, foi nomeado professor de francês da Escola Normal de Pirassununga, cargo que exerceu até sua exoneração quando iniciou seu curso de Medicina na Faculdade de Medicina de São Paulo. Durante este tempo fez bons e diversos amigos em Pirassununga, marcando de forma indelével sua passagem pela cidade. 

Almeida Júnior faleceu no dia 4 de abril de 1971, em São Paulo, aos 79 anos e foi sepultado no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, na mesma cidade.


CADEIRA 02 Patrono:Prof.Dr.JoséLeitePinheiro: Nasceu na cidade de Amparo, no dia 7 de março de 1865, tendo por pai Justino José Pinheiro e dona Manoela Camargo Pinheiro. Em 1877 matriculou-se no Colégio São Luiz, daquela cidade, aí permanecendo até 1881. A fim de preparar-se para a matrícula na Academia de Direito cursou o Seminário Episcopal de São Paulo, ostentando nos boletins de aplicação e aproveitamento a letra "A".

Em 11 de abril de 1888 casou-se, em Itu, com Dona Gertrudes Moreira Camargo, nascendo deste casamento, quatro filhos. Estudante de Direito, trabalhava como funcionário nos Correios e lecionava, demonstrando os seus pendores para o ensino a que iria dedicar toda a longa existência. Diplomado pela Faculdade de Direito, em dezembro de 1890, iniciou a carreira de advogado na sua cidade natal, Amparo, transferindo-se, depois para Araraquara e mais tarde para Itu.

No exercício da Advocacia destacou-se pela inteligência, cultura jurídica e brilhantes dotes oratórios, embora não se sentisse bem nesta carreira, pois o seu ideal era o magistério que o atraía desde os bancos da Academia. Em 1905 passou a integrar o Corpo Docente do tradicional Colégio São Luiz, de Itu, onde lecionou várias disciplinas com notável proficiência. Após a transferência do Colégio São Luiz para a Capital, em 1917, fundou com outros professores o Colégio Nossa Senhora do Carmo.

Em 1923 submeteu-se ao concurso para a cadeira de Latim e Literatura na Escola Normal de Pirassununga, para a qual foi nomeado depois de brilhantes provas. Criado o Ginásio do Estado, em Itu, em 1932, foi designado para lecionar na cadeira de Português, tendo ocupado a diretoria do estabelecimento. Aposentado em 1937, continuou lecionando em cursos particulares. Foi diretor da Escola Normal na década de 30. Faleceu no dia 15 de julho de 1960, aos 95 anos de idade.

Por sua ligação com a cidade de Pirassununga entre os anos de 1923 e 1932, quando submeteu-se ao concurso para a cadeira de Latim e Literatura na Escola Normal de Pirassununga, para a qual foi nomeado depois de brilhantes provas é o patrono da cadeira de número 2, da APLACE. 

CADEIRA 03 - Patrono: Joaquim do Marco

Joaquim do Marco nasceu no Bairro dos Moraes, em Piracicaba no dia 30 de junho de 1899. Seus pais, ambos italianos, foram Nicolau Domarco e Rachel Ciuffi Domarco.

Por falta de escola isolada no Bairro, aos sete anos foi para a cidade fazer o curso primário. Cursou o primeiro ano numa escola italiana e o 2° e 3° no Grupo Escolar Barão do Rio Branco. Voltando para o sítio a fim de levar suas irmãs à escola primária isolada do Bairro do Pau D'Alho, aí cursou a Escola primária, na qual ingressou em 1914 e diplomou-se em 1917.

Começou sua carreira no cargo de professor da Escola Masculina Distrital do Bairro de Santa Cruz, em Santo Antonio da Alegria, no dia 19 de fevereiro de 1919.

No ano de 1921 afastou-se do cargo para fazer um curso de contabilidade e datilografia em Piracicaba. Quando voltou foi convocado para trabalhar na Delegacia de Ensino onde ficou por seis meses. Em seguida foi nomeado para o cargo de diretor das recém criadas Escolas Reunidas de Guaíra, no municipio de Orlândia. Depois foi removido para a direção das Escolas Reunidas de Redenção da Serra.

Em Redenção da Serra casou-se com Eurídice de Almeida Moreira.

Em 1925 voltou à docência sendo nomeado adjunto do Grupo Escolar de Cruzeiro. Em 1931 foi nomeado diretor das Escolas Reunidas de Santa Isabel. Em 1931, no mesmo cargo foi removido para Joanópolis e, depois, para São Joaquim da Barra.

No ano de 1935 foi nomeado para instalar e dirigir o Ginásio Estadual de Amparo, aí ficando até fins de 1938, onde a "política" lhe deu uma rasteira e ele voltou para a direção efetiva do Grupo Escolar de São Joaquim. No início de 1939 foi nomeado inspetor escolar, designado inicialmente para Araçatuba, onde esteve uma semana, sendo logo removido para o mesmo cargo em Pirassununga.

De Pirassununga foi para Mococa, depois Rio Claro. Em outubro de 1940 voltou a Pirassununga para dirigir a Escola Normal. Depois de normalizar o funcionamento da Escola, resolveu voltar para o seu cargo efetivo de Inspetor Escolar na mesma cidade, Pirassununga. Em Pirassununga ficou por nove anos.

Em outubro de 1950, por concurso de títulos, removeu-se para sua terra natal, Piracicaba, e em 1955, também por concurso foi nomeado Delegado de Ensino de Ribeirão Preto onde se aposentou em 3 de março de 1956, com trinta e sete anos de serviço.

Paralelamente ao magistério e durante toda sua carreira e mesmo depois, aposentado, colaborou ativamente nos jornais de todas as localidades por onde passou, o que lhe granjeou fama acima das que lhe advinham da profissão.

Professor, educador, jornalista, intelectual, sua vida foi uma dedicação de serviços à cidade e ao povo. Durante muitos anos, publicou, no jornal "O Diário" - quando com o nome "Diário de Piracicaba" - a coluna "Flagrantes", abordando assuntos do cotidiano. Joaquim do Marco foi diretor da Escola Normal, depois foi Supervisionar e quando se aposentou era Delegado de Ensino.

Joaquim era uma pessoa muito culta, possuidora de alta reputação e respeitabilidade entre os representantes da cultura pirassununguense. Consagrou-se como articulista com seus "Dois dedos de prosa".

Joaquim do Marco faleceu no dia 22 de julho de 1977, com 78 anos. Era casado com Eurides Moreira do Marco e teve 3 filhos: Adolfo Moreira do Marco, Nicolau Moreira do Marco e Lucy Moreira do Marco.

O prof. Joaquim do Marco foi escolhido como patrono da APLACE pelo fato de no início de 1939 ter sido removido de Araçatuba para Pirassununga, como inspetor escolar. De Pirassununga foi para Mococa e depois Rio Claro. Em outubro de 1940 voltou a Pirassununga para dirigir a Escola Normal. Depois de normalizar o funcionamento da Escola, resolveu voltar para o seu cargo efetivo de Inspetor Escolar em Pirassununga, tendo aqui ficado por nove anos.

CADEIRA 04 - Patrono: Mário Zoéga

Mário Zoéga é um dos mais respeitáveis nomes de Pirassununga. Imortalizou-se como ilustre professor, justo e honesto, culto e inteligente, possuidor de grande formação humanística e conhecedor profundo da época em que viveu.

Nascido em 31 de março de 1900, em Rio Claro, era filho de Oto Zoéga e de dona Theresa B. Zoéga. Viveu sua infância na Fazenda Bom Retiro. Aos nove anos de idade começou a trabalhar em uma farmácia que um seu tio possuía na cidade de Pirassununga. 

Aqui, trabalhando e estudando, formou-se para professor na Escola Normal e, posteriormente, fez o curso de cirurgião dentista, profissão que exerceu também em Pirassununga até o seu falecimento.

Na decada de 30 iniciou sua carreira docente ao ser convidado para lecionar francês. Tinha a seu lado os grandes mestres José Leite Pinheiro, Júlio do Amaral Carvalho, Elias de Mello Ayres, Erothides de Campos, dentre outros. Foi nesta época que se casou com dona Lucília Gomes de Oliveira.

Residia na rua Duque de Caxias, na casa onde mora a família Landgraf. Participou da Revolução Constitucionalista de 1932, alistando-se nas Forças Expedicionárias Paulistas. Em meados de setembro, as frentes do Vale do Paraíba entraram em crise. Zoéga foi feito prisioneiro durante a resistência no Túnel. Ficou preso por um ano, na ilha das Cobras, sem possibilidade de se comunicar com a família que o teve como morto. No entanto, retornou à cidade e às suas aulas.

Em 1948 acometido de perversa moléstia, se afastou de suas aulas e foi, com a esposa, morar na casa de sua mãe, falecendo em 26 de junho de 1950, de poliomielite. Faleceu aos 50 anos de idade, não deixando filhos.

CADEIRA 05 - Patrono: Arthur Del Nero

Arthur Del Nero nasceu em Pirassununga no dia 14 de fevereiro de 1900, filho de Filippo Del Nero e Maria Del Nero. Era casado com Maria Miguelina Faggin. Iniciou sua vida profissional em nossa terra abrindo a Farmácia Del Nero (onde depois funcionou a Relojoaria Canônico).

Em 1932 vendeu o estabelecimento à firma Devitte & Rodrigues, sendo nomeado fiscal de rendas em Pirassununga. Foi transferido para a cidade de Capivari, ali ocupando o cargo de chefe do Posto Fiscal e a seguir para São Paulo, onde se aposentou. 

Moço culto, possuía decidida vocação para a música. Era compositor e músico, tocava piano, violoncelo, flauta, clarinete e harmônica.

Em 1923, "Tango Velho", de sua autoria foi sucesso de orquestras, cinemas e teatros. Na década de 30 sua valsa "Mair" fazia parte do repertório do orfeão da Escola Normal, quando regia a cadeira de música a professora Carminha Chagas Moraes.

Em sua mocidade, juntamente com Erothides de Campos, Carvalhinho, Orlando Soares, Tito Barbosa, Celisa e Fausto Cruz, Fritz Gruninger e outros, fazia parte de uma orquestra que deleitava os frequentadores do então cinema mudo, no Cine Smart, que depois passou a denominar-se Politheama.

Tocavam em bailes do C.A.P e C.P. Era o tempo das melindrosas, almofadinhas e café Society.

Apaixonado por teatro, ensaiava peças e chegou a fundar o Grupo Teatral Gente Nossa que se exibia nos antigos cines Politheama, Paris Cinema e Cine São José.

Escrevia crônicas com o pseudônimo de Ardene.

Grande admirador de esportes foi um batalhador incansável pelo C.A.P. Chegou a ocupar a presidência deste querido clube de Pirassununga. Durante sua juventude era grande animador do carnaval. Esteve como voluntário na revolução de 1932.

No dia 15 de fevereiro de 1978 faleceu este grande farmacêutico, músico e esportista Arthur Del Nero, aos 78 anos.

Quando faleceu, fazia parte da APLACE - Academia Pirassununguense de Artes, Ciências e Educação, como seu co-fundador, participando de todo o processo de elaboração de estatuto e escolha dos primeiros patronos.

Não tendo tido tempo para assumir sua cadeira, seu nome foi então escolhido para Patrono da cadeira nº 5.

TEXTO DE NOSSOS AUTORESNesta semana apresentamos a poesia "Maior Presente" de autoria da acadêmica Martha de Oliveira Malinverni (Cadeira nº 05, da APLACE), publicada às páginas 37, de seu livro Terceira Idade em Poesia, Pirassununga, Lawbook Editora, 2004:

Maior Presente

Feche a porta do passado

antes que o dia amanheça,

antes que ele escureça

o desvendar de novos rumos.

Deixe a alma voar

na leveza se sua mente,

novo tempo, nova fonte,

permissão eficiente.

Idoso aquece seu tempo

assume modernidade,

redistribui energia,

respira felicidade.

Presente - maior presente

trinta presentes por mês,

tornar cada um diferente,

viver um de cada vez!

Aplace em luto

FALECE O ACADÊMICO MONSENHOR OTÁVIO DORIGON

Por Israel Foguel

Faleceu nesta segunda-feira (10 de setembro de 2018), aos 91 anos, o acadêmico Monsenhor Otávio Dorigon. Era filho do Sr. Pedro Dorigon e da Sra. Ernestina Baptistini. O corpo está sendo velado no Santuário do Senhor Bom Jesus dos Aflitos (Matriz). Haverá missa de despedida às 15 horas no Santuário com o Bispo Dom Vilson. O sepultamento ocorre às 17 horas no Cemitério Municipal de Pirassununga.

Líder espiritual da comunidade que há mais de meio século o acolheu, Monsenhor Otávio Dorigon dedicou sua vida aos pirassununguenses e aqueles que, como ele, adotaram esta terra e constituíram famílias.

Dos seus 64 anos de ordenação, 54 deles foram vividos em Pirassununga, sua grande família. 

O Monsenhor Otávio Dorigon (Pedro Dorigon Filho) nasceu em Valinhos (SP), no dia 23 de abril de 1927. Foram seus pais Pedro Dorigon e Ernestina Baptistini Dorigon. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar de Valinhos terminando o curso primário em 30 de novembro de 1938. Entre 1939 e 1940, na Escola Profissional Bento Quirino de Campinas, fez o Curso Profissional de Mecânico. Cursou o ginasial e o colegial no Seminário Menor Diocesano de Campinas (1941-1946).

No Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo (SP), fez seus estudos de Filosofia (1947-1949) e na Faculdade Nossa Senhora da Assunção, também em São Paulo, cursou e concluiu Teologia (1950-1953). Foi ordenado sacerdote em Valinhos, no dia 28 de março de 1954, por Dom Paulo de Tarso Campos, naquela época Arcebispo Metropolitano de Campinas. Realizou sua primeira missa no dia 28 de março de 1954 na igreja Matriz de Valinhos.

Exerceu o ministério presbiteral em várias paróquias. Entre 1954 e 1958 atuou como coadjutor da Paróquia Nossa Senhora do Belém, em Descalvado (SP). Do segundo semestre de 1958 ao começo de 1959, foi coadjutor da Paróquia Nossa Senhora das Dores, hoje Catedral, em Limeira (SP). De 1959 ao início de 1964, atuou como pároco da Imaculada, em Campinas. O Monsenhor Dorigon exerceu o ministério presbiteral em várias paróquias: Nossa Senhora do Belém, em Descalvado, Paróquia Nossa Senhora das Dores, hoje Catedral, em Limeira, e Paróquia Imaculada, em Campinas. 

Em 1964,foi nomeado pároco do Bom Jesus dos Aflitos, em Pirassununga (SP), onde tomou posse em 26 de janeiro de 1964. Chegou a Pirassununga numa época difícil que o país atravessava. A Igreja remanejava os padres tidos "comunistas", que criticavam o golpe militar. Quando aqui chegou, no melhor "português" colocou a "casa em ordem". Algumas comunidades apresentavam sérios problemas.

Em 1967, a convite de Dom Paulo de Tarso Campos, fez o Curso Superior de Catequese do Instituto Catequético Latino Americano - ICLA, na Universidade Católica do Chile. No início de 1970 participou da comissão pró-instalação da Diocese de Limeira, desmembrada da Arquidiocese de Campinas e da Diocese de Piracicaba (SP), criada no dia 29 de abril de 1976, pela Bula Pontifícia "DE SUPERNA", do Papa Paulo VI e instalada no dia 25 de junho do mesmo ano pelo então Núncio Apostólico no Brasil, Dom Carmine Rocco,na Catedral Nossa Senhora das Dores, em Limeira.

A ele coube fazer o discurso gratulatório sobre o acontecimento. Desde a instalação da Diocese de Limeira, foi constituído vigário geral, sendo braço direito dos bispos que nela atuaram.

Com a nomeação de Dom Ercílio Turco para a Diocese de Osasco (SP), foi eleito, no dia 02 de julho de 2002, pelo Colégio de Consultores, Administrador Diocesano, cargo que ocupou até a nomeação de um novo Bispo para a Diocese de Limeira.

O Monsenhor Otávio Dorigon tomou posse na APLACE, (Cadeira n°13 - Patrono: Monsenhor Cruz, primeiro titular Bispo Dom Tomás Vaquero), no dia 30 de agosto de 1997, no VIII Esplendor da APLACE - Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação. Nesta oportunidade foi empossado juntamente com o Monsenhor Dorigon o sr. Nicola Di Gregório (Cadeira n°33).

Sob todos os aspectos, o Monsenhor Otávio será sempre lembrado como o "Grande Mestre de Obras da Igreja de Pirassununga".

Sob sua coordenação, atuou na construção e reforma de inúmeras igrejas e capelas, entre elas a Igreja São Judas Tadeu (Vila Pinheiro), a Igreja Nossa Senhora Aparecida (Cachoeira de Emas), entre outras. Nos anos 80, conduziu a campanha que restaurou a pintura interna e externa da Igreja Matriz Senhor Bom Jesus dos Aflitos, hoje Santuário. E, mais recentemente, sua ampliação.

Entre incontáveis ações, teve participação efetiva na criação das Paróquias de Santa Rita de Cássia e São Francisco de Assis, apenas para citar alguns de seus feitos.

Nos anos de 1990, ao receber o título de "Cidadão Pirassununguense", emocionou a todos que foram ao Teatro Municipal Cacilda Becker prestar-lhe homenagens, ao afirmar que ali estava a sua grande família que é Pirassununga.

Em 2014, para marcar o Jubileu de Diamante - 60 anos de Ordenação Sacerdotal - e o Jubileu de Ouro - 50 anos em Pirassununga -, a Diocese de Limeira e a Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos prestaram-lhe merecidas homenagens com celebrações eucarísticas na Igreja Matriz Senhor Bom Jesus dos Aflitos.

Nos incontáveis álbuns de casamentos, crismas, batizados e celebrações memoráveis, deixa sua marcante presença e afetuosa lembrança a todos nós pirassununguenses que tivemos a bênção e o privilégio de seu convívio nesses anos todos..

Obrigado Monsenhor Otávio Dorigon! Sua história e seu legado permanecerão para todo e sempre na memória e no coração de todos nós pirassununguenses, sua grande família.

Neste dia sua pessoa se junta no céu a plêiade de Acadêmicos imortais da nossa Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação! Descanse em paz!