Como se inspirar no Papai Noel para administrar a sua empresa

Conselheiro de empresas comenta as técnicas do 'bom velhinho' para bem gerir um negócio

O Papai Noel é uma das maiores representações do Natal e isso tem início nas fantasias de infância. Afinal, a primeira imagem que vem à mente quando o Natal é mencionado é, justamente, o bom velhinho com suas roupas vermelhas no comando de um trenó puxado por renas. Para as crianças, quanta magia envolve esta entidade que consegue entrar pela chaminé das casas de todo o mundo para deixar os presentes em uma só noite? 

Entretanto, mesmo que a crença na figura do Papai Noel não perdure por toda a vida, ele pode ensinar muitas coisas, principalmente na área dos negócios. Afinal, não é fácil ser o responsável pela distribuição dos presentes do mundo inteiro. Isso requer muita organização, planejamento, entre outras coisas.

Pensando em como o bom velhinho pode ser um bom modelo de gestão, o conselheiro independente de empresas e sócio-proprietário da Exxe Consultoria, Marcos Sardas, listou cinco lições que podemos aprender com o velho Noel para administrar uma empresa:

1 - Tenha uma visão macro de seu negócio

É preciso ter uma estrutura excepcional para conseguir receber as cartas de todas as crianças do mundo, lê-las, organizar os pedidos, separá-los um por um e coordenar toda a logística de entrega. Seja a sua empresa grande ou pequena, é sempre importante verificar o andamento de todas as áreas: financeiro, recursos humanos, comunicação, jurídico, vendas, entregas, etc. Por mais que delegue as devidas funções, um bom gestor precisa estar a par da empresa como um todo.

2 - Escolha bem as lideranças

Em vários filmes sobre o Natal é retratado que o Papai Noel tem uma rena principal, na qual ele confia muito. Esta é a líder das companheiras e as guia pelos caminhos das entregas dos presentes. O famoso Rudolph (ou Rodolfo, como é chamado no Brasil), é o tipo de líder que a sua empresa precisa ter. Um líder inspira a equipe, mantém o setor organizado e é confiável. Observe seu quadro de funcionários. Quais são os empregados com mais anos de casa? Quais são os que mais deram ideias criativas para a renovação da empresa? Que participa ativamente no dia a dia e faz a diferença e tenha interesse de ocupar este cargo?

Marcos Sardas explica melhor esta função: "Um líder traz ideias novas, experiências vividas em outros segmentos e isso é muito importante para que a empresa passe a enxergar o seu negócio com uma amplitude maior e não especificamente apenas dentro de seu espectro".

3 - Motive sua equipe

Engana-se quem acha que o Papai Noel faz o Natal de várias crianças acontecer sozinho. É explicado em várias lendas e histórias que ele conta com a ajuda dos duendes na fabricação dos brinquedos e das renas na hora das entregas. Para tudo isso dar certo anualmente, certamente o bom velhinho deve motivar muito toda a equipe.

Em uma empresa é importante que os funcionários sintam-se bem no ambiente de trabalho e gostem de trabalhar lá, assim, tudo funcionará mais eficazmente e até de forma mais ágil. "É importante privilegiar a empresa, a sobrevivência do negócio, a qualidade de trabalho e o clima dentro da organização. Essas questões são prioritárias a interesses de um ramo", explica Sardas.

4 - Fique atento aos prazos

Como Noel consegue entregar milhares de presentes no mundo todo em uma única noite? Ele sabe muito bem dos prazos e se prepara com antecedência para ter tempo de sobra para lidar com todo o processo de distribuição que envolve desde a separação até a escolha das rota ideais para cada residência do mundo.

Em uma empresa, uma das coisas que pode gerar uma grande instabilidade na equipe é não ficar atento aos prazos. É preciso examinar cada demanda e estabelecer um deadline limite um pouco antes da data final. Assim, caso seja necessário um tempo extra para alguns ajustes finais, não interferirá no prazo. Trace com a sua equipe a melhor estratégia para todos. Fazer isso permite que você garanta a qualidade das tarefas realizadas e ainda evite confusões no futuro.

5 - Tenha foco no cliente

Cada criança tem um pedido especial no Natal que pode ser desde uma bola a um celular. Além de uma boa gestão para saber de quem é cada presente, é preciso fazer a entrega corretamente. Para isso, o bom velhinho precisa ter uma boa noção de quem são seus 'clientes'.

De acordo com Sardas, um gestor precisa ter algumas respostas claras e precisas para perguntas como: Quem são nossos clientes? Quais os critérios que foram utilizados para classificá-los dessa forma? Entendemos as suas necessidades e prioridades atuais e se elas estão em mutação?

"Não resta dúvida de que existe uma limitação clara para saber quais serão as demandas futuras. Contudo, grande parte do que está por acontecer é sinalizado e conhecido através da análise e da percepção do foco do cliente. Discernir sua demanda latente e como ela pode mudar é o melhor farol para sinalizar o que está por vir. Na era do cliente ativo, não há outra maneira de vencer", finaliza o especialista.

Sobre Marcos Sardas. Possui mais de 35 anos de experiência como executivo de empresas e longa experiência como consultor. É sócio-diretor da Exxe Consultoria Empresarial. 


Cardiologista desvenda mitos e verdades das doenças que mais matam no mundo

No Dia do Cardiologista, 14 de agosto, médico ressalta importância da especialidade no enfrentamento da causa do maior número de mortes no Planeta

Responsáveis por mais mortes do que câncer, guerras e álcool, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os problemas cardiovasculares são a principal causa de óbitos. Por ano, de acordo com números do DataSUS, 360 mil brasileiros morrem por doenças desse tipo, sendo as principais o infarto aguado do miocárdio, enfermidades hipertensivas, insuficiência cardíaca e miocardiopatias.

Em 14 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Cardiologista, profissional dedicado à redução dos óbitos de causa cardiovascular. O presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), Dr. José Francisco Kerr Saraiva, ressalta que as principais causas dessas enfermidades são evitáveis: tabagismo, uso excessivo de álcool, sedentarismo e má alimentação, que favorecem hipertensão, diabetes, obesidade e colesterol elevado. Ele ainda apresenta uma lista de mitos e verdades sobre o tema, confira: 

O coração não tem câncer

Mito. Apesar de serem muito raros, existem casos em que o órgão é acometido pela doença.  Em sua grande maioria, são tumores benignos e podem ser tratados com cirurgia. O câncer de coração, normalmente, ocorre após metástase de linfomas, sarcomas, melanomas e neoplasias de mama ou pulmão. 

Doenças cardíacas em mulheres são mais fatais

Verdade. Os problemas cardiovasculares são a principal causa de mortalidade feminina no Brasil. Vale ressaltar que o público feminino tem sintomas mais sutis, como náusea e dor no pescoço, costas ou mandíbula. Isso acaba gerando confusão no diagnóstico e demora na busca por atendimento. Segundo a OMS, 8,5 milhões de mulheres morrem, anualmente, em todo o mundo, em decorrência de problemas no sistema cardiovascular. No Brasil, em 2017, foram 170,8 mil óbitos femininos.

Bebidas energéticas não alteram os batimentos cardíacos

Mito. Uma lata dessa substância já é o bastante para que o coração se esforce mais do que o normal. E isso independe de fatores de risco para infarto, como obesidade, diabetes, sedentarismo e hipertensão. Os energéticos podem causar aumento de frequência cardíaca, alterações de pressão arterial e arritmias. A mistura dessa bebida com álcool pode ser ainda mais perigosa ao coração. 

Inverno aumenta risco cardiovascular

Verdade. Principalmente idosos, cardiopatas e moradores em situação de rua têm as baixas temperaturas como agravante no risco de infartos. Isso porque o organismo aumenta a atividade metabólica para produzir mais calor para o corpo e o frio induz ao espasmo das artérias coronárias, podendo desencadear em insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio ou arritmias. Mas não é só o inverno que age desta maneira no corpo: mudanças bruscas de temperatura, em geral, são prejudiciais para coração. 

Indivíduos saudáveis não correm risco de infarto

Mito. Um paciente com cardiopatia congênita ou adquirida não diagnosticada pode sim sofrer infarto fulminante. Uma estimativa da American Heart Association mostra que apenas 10% dos pacientes sobrevivem quando o evento cardiovascular ocorre em local público. Em residências, o índice cai para 6%.

Ansiedade pode causar infarto

Verdade. Em jogos de futebol, por exemplo, torcedores que ficam muito ansiosos aumentam as chances de infarto. O grande problema é quando isso ocorre em indivíduos com doença preexistente, porque há risco de morte súbita.

Coração não tem relação com emoções

Mito. Um estudo apresentado durante o 40º Congresso da Socesp mostrou que guardar mágoas eleva o risco de infarto do miocárdio. Segundo a pesquisa, o perdão e a fé ajudam na saúde cardiovascular. As mágoas são geradoras de estresse, que provocam reações fisiológicas de defesa no organismo, com liberação de adrenalina e noradrenalina.

O café faz mal ao coração

Depende. A cafeína deve ser consumida com muita cautela. Apesar de ter polifenol, uma substância antioxidante, que reduz risco de doenças cardíacas, o consumo excessivo pode provocar efeitos adversos ao organismo. Pacientes com alterações cardíacas podem apresentar aumento no nível de colesterol circulante, insônia e, se combinado com açúcar, o cafezinho se torna vilão do diabetes. No entanto, a ingestão de três xícaras de 40 mL por dia, no caso de café expresso, e três de 110 a 150 mL de café filtrado, quando não há restrição médica, não é prejudicial e pode até ser benéfica, reduzindo os níveis elevados de pressão arterial e, também, a mortalidade cardiovascular.

Atividade física pode ser realizada sem supervisão médica

Mito. Apesar de a prática de esportes ser indicada para que o paciente tenha benefícios à saúde, é preciso se cuidar para que o esforço físico não acarrete em um problema cardiovascular. Por isso, antes de iniciar qualquer rotina de atividade física, exames clínicos devem ser realizados previamente, tanto em crianças como em mais velhos.

Dieta e estilo saudável de vida influenciam na saúde cardíaca

Verdade. Essas talvez sejam as melhores alternativas para combater as doenças do coração. A alimentação saudável e os exercícios físicos auxiliam na redução de colesterol, diabetes e pressão alta, além de espantar o sedentarismo, importantes fatores de risco para o infarto.

Chocolate é um aliado do coração

Depende. A ingestão do alimento se relaciona à produção deserotonina e feniletilamina, neurotransmissores ligados ao ânimo e à disposição. Mas o consumo exagerado é prejudicial, já que o chocolate é altamente calórico e tem muita concentração de açúcar. Algumas marcas ainda agregam a gordura trans, perigosa para a saúde. Cada 100 gramas podem conter de 350 a 500 calorias. O chocolate amargo tem efeitos benéficos ao coração: alguns estudos mostram que ele reduz a pressão arterial, além de proteger o órgão do envelhecimento causado por radicais livres.

Uma morte a cada 40 segundos

De acordo com dados do DataSUS, em 2017 ocorreram 358 mil mortes causadas por doenças do aparelho circulatório no Brasil. Significa dizer que um a cada três óbitos tem como causa problemas cardiovasculares. "É um número alto e simboliza uma morte a cada 40 segundos proveniente de doenças que podem ser diagnosticadas e controladas. Somente a prevenção, com adoção de práticas saudáveis, o diagnóstico e o tratamento podem reverter essa situação", afirma Dr. José Francisco Kerr Saraiva, presidente da Socesp.

Sobre a SOCESP- Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1976. Regional da Sociedade Brasileira de Cardiologia e Departamento de Cardiologia da Associação Paulista de Medicina, conta com cerca de 8 mil sócios. Os principais objetivos da Socesp são contribuir para a atualização dos cardiologistas do estado e difundir o conhecimento científico gerado pela própria Socesp aos profissionais da saúde que atuam na Cardiologia e para a população.


Como manusear e armazenar produtos de limpeza com segurança

Depois dos remédios, produtos de limpeza são a segunda maior causa de intoxicações e envenenamentos acidentais no país

Você sabia que, depois dos medicamentos, os produtos de limpeza são a segunda maior causa de intoxicações e envenenamentos acidentais no país, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox). A cada dia, 37 crianças e adolescentes são vítimas de intoxicação por remédios ou produtos de limpeza.

Conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a maioria dos pacientes está na faixa entre um e quatro anos de idade. E a explicação para este dado é simples: na primeira infância, além de não terem noção de perigo, as crianças são muito curiosas e usam a boca como forma de conhecer o mundo que as rodeia. Assim, elas comem e bebem qualquer coisa sem temor.

Para evitar acidentes, recomenda-se guardar produtos e artefatos de limpeza em locais fechados, fora do alcance dos pequenos. "A conservação do produto deve ser feita em local fresco e fechado, longe do alcance das crianças", orienta Lineu Bueno, diretor industrial da Ecoville, indústria e rede varejista de produtos de limpeza com sede em Joinville (SC). "Na minha casa, os produtos ficam guardados em um armário, sempre em um local mais elevado, exatamente para dificultar o acesso das crianças", exemplifica.

Entre os adultos, o mais comum é a ocorrência de reações alérgicas, especialmente quando os produtos são mais concentrados. "Produtos mais concentrados devem ser manuseados com luvas plásticas", explica Bueno. "Algumas pessoas são alérgicas a detergentes, por exemplo. Assim, ao lavar roupa ou louça, devem sempre utilizar luvas".

Por lei, as embalagens de produtos comercializados no Brasil precisam informar eventuais riscos que apresentam à saúde e à segurança dos consumidores. Assim, recomenda-se aos usuários de produtos de limpeza a leitura dos rótulos e das instruções de uso de cada substância.

Em caso de ingestão ou intoxicação acidental, deve-se buscar auxílio pelo Disque-Intoxicação, por meio do fone 0800-722-6001. A ligação é gratuita, e o usuário é atendido por uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Assistência Toxicológica distribuídos pelo país.

Fonte: Economídia e Ecoville (fábrica de produtos de limpeza para a casa, carros e empresas, como alvejante, detergente, amaciantes e limpa-vidros localizado em Joinville, Santa Catarina).


CALATONIA, A TERAPIA DOS TOQUES SUTIS!

Por Aline de Campos Paixão Bertazzi 


A calatonia é uma técnica de relaxamento profundo, baseada na aplicação de toques sutis que atuam na sensibilidade táctil, promovendo regulação do tônus muscular, equilibrando os aspectos fisiológicos, físicos e psicológicos do paciente. A sensibilidade táctil é determinada pelos neurônios receptores, localizados ao longo de todo o corpo físico, que são responsáveis por captar as informações que chegam ao nosso corpo, de forma sensitiva, levando até o nosso Sistema Nervoso Central (SNC), onde esta informação será processada e uma resposta motora será gerada e então devolvidapara região em questão.

Na terapia dos toques sutis, a sequência de toques são realizados em pontos específicos, como articulações, extremidades (cabeça, pés e braços), locais de extensa sensibilidade nervosa e circulatória, entre outros. Promovendo uma informação de relaxamento aos neurônios sensitivos locais, que a transmitem ao SNC, onde é processada como uma sensação de bem estar e descontração, fazendo com que os sistemas fisiológicos entrem em um estado de repouso, retirando a tensão do tônus muscular, acarretando no relaxamento.

Portanto, esta técnica terapêutica é indicada à todo e qualquer público, entretanto não visa resultados específicos, sendo eles diversificados devido à individualidade biológica de cada um, na qual cada organismo reage de uma determinada forma. Todavia, a técnica é utilizada para diversas queixas e patologias, como por exemplo: enxaquecas, estresse, dores musculares, tensão do tônus muscular, asma, obesidade, alergias, distúrbios glandulares (hipo e hipertireoidismo/ Diabetes Mellitus, etc.), distúrbios de ordem psicossomáticas, entre outros.

*Aline de Campos Paixão Bertazzi é Professora de  Educação Física e atende no Espaço Fùxing - Rua Pedro Camargo Neves, n° 655, Bairro Raia, Pirassununga/SP. Telefones: (19) 9.9144-8983 (Aline) ou (19) 9.99619-9174 (Francine) 


Maternidade X Carreira: O desafio que vale a pena

Por Maria Inês Vasconcelos - Advogada Trabalhista, palestrante, pesquisadora e escritora

Como diz o ditado judaico: Deus não podia estar em todos os lugares e, por isso, fez as mães.

Conseguir exercer a tripla função de mãe, mulher e dona de casa, e ainda adequar com a carreira, é um malabarismo que nos exige equilíbrio e autoconhecimento. É preciso jogo de cintura para conciliar a agenda profissional e familiar. Mas tudo é questão de foco, determinação e de escolhas diárias.

Contudo, é preciso ter em mente que a maternidade ainda é um grande obstáculo para a carreira das mulheres brasileiras. Segundo pesquisa divulgada pela empresa de recrutamento Catho, as mães deixam o mercado de trabalho cinco vezes mais que os pais. O levantamento também concluiu que 28% das mulheres deixam o emprego após a chegada dos filhos, versus 5% dos homens, apenas.

Além dos grandes entraves culturais e, infelizmente, muito preconceito, ainda está fortemente intrínseca em nossa sociedade o padrão machista, retrógrado e discriminatório de que o homem é quem sai para trabalhar e que lugar de mulher é em casa, cuidando dos filhos.

Contudo, os tempos mudaram e essa cultura teve que ser formatada, pois a mulher moderna divide com o homem o orçamento familiar e, em razão disso, também precisa trabalhar para pagar contas. Tornamo-nos, igualmente, provedoras. E neste lugar, a mulher enfrenta desafios enormes.

Adotando um tom de informalidade, podemos dizer que as empresas não são muito parceiras das mães. Mesmo que obedeçam ao mínimo legal e cumpram as normas que as protegem, ainda não facilitam e discriminam a mulher. De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 50% das mulheres são demitidas até dois anos após a licença maternidade, por exemplo.

É evidente que existe uma pressão, ainda que travestida, a desfavor da natalidade e com a posição de que não é lucrativo arcar com os custos da licença maternidade, que exige uma reposição da funcionária, assim como liberá-la de sua jornada regular, que fica encurtada para amamentação. Agregue-se a isso, o mito de que a mulher possa perder o ritmo, sair da cadência e até se desatualizar quando se torna mãe. Puro preconceito. A maternidade não impede reciclagem e tampouco emburrece, pelo contrário.

Segundo estudos da Royal Holloway, durante a gestação, as mães sofrem um aumento das atividades do lado direito do cérebro, o que significa melhora em suas habilidades cognitivas como criatividade e relacionamento interpessoal.

Felizmente, um novo olhar vem surgindo e há empresas sensíveis à questão da maternidade, apoiando e contribuindo para que as mães possam desempenhar seus papéis com menos sofrimento e angústia, em ambos os ambientes.

Grandes empresas brasileiras, por exemplo, já preferem mantê-las em postos estratégicos, por reconhecerem as responsabilidades e uma garra inenarrável. E neste novo cenário, as mães estão ocupando posições de destaque no mercado de trabalho, o que revela avanços neste campo. Contudo, ainda que se possa festejar, o exercício concomitante da maternidade e trabalho é desafiador.

Me lembro quando escutei pela primeira vez uma frase, que só muito mais tarde, quando tive minha primeira filha Laura, hoje com 17 anos, me fez sentido: "Quando nasce uma mãe, nasce uma criança e nasce junto, a culpa". Realmente uma dualidade massacrante se estabelece dentro de nós: largar tudo, abdicar de nossa carreira e realizações pessoais, ou trabalhar e se sentir eternamente em dívida com os filhos.

Sem querer desmerecer os homens, a razão disso é que amamos demais. É o sublime instinto maternal, que nos mantém permanentemente conectados aos nossos filhos. Algo genético, antropológico e hormonal, além de nossa compreensão. Só mesmo quem já passou pela experiência de ser mãe, sabe como é duro sair de casa e deixar os filhos, que tanto amamos, para ir trabalhar. Mas com autoconhecimento e até mesmo movidas pela necessidade econômica, a culpa vai sendo atenuada e transformada em algo muito maior. O trabalho agrega sentido à nossa vida e à família.

Neste lugar, em que somos plenas, nossos filhos se tornam nossos próprios parceiros, principalmente se soubermos nos dedicar e mostrar que eles são e sempre serão a melhor parte de nós mesmas. E assim, quando saltamos, eles saltam conosco.

Fonte: Naves Coelho, Assessoria & Marketing


O que o jovem quer para sua vida?
Qual a resposta para a maior das perguntas sobre os jovens?

Por Michel Soares Fontes

Ele não sabe... Disso, tenho certeza! As dúvidas são naturais, principalmente nesta fase da vida... Mas ele quer saber! Ele encontra-se ávido por essa descoberta! E cabe a nós, pais e professores, a tarefa de guiá-los na direção certa! Mas não serei arrogante a ponto de querer dar uma fórmula pronta neste texto. Minha intenção é justamente o contrário, mostrar que cada caminho é único e de duração indeterminada, porém possível quando a paciência caminha ao lado dos mestres e da família.

A energia de um jovem, seja infante ou adolescente, é quase infinita. Falta apenas um detalhe: a paciência para direcioná-la! Atualmente, esta é uma virtude que falta também à família por motivos diversos, que não valem a discussão neste momento.

A questão é outra... A escola, representada por professores, orientadores vocacionais e coordenadores pedagógicos poderia, ou mesmo, deveria assumir este papel além do ensino em si! Devemos ser sinceros aqui neste espaço... Por experiência própria, acredito que este já é uma função involuntária da escola. Temos abraçado, amparado e tentado guiar os jovens pela turbulenta etapa de transição que atravessam, mas penso que não devemos e nem podemos substituir o importantíssimo papel dos pais, e poderíamos melhorar o resultado alcançado com a maior participação destes. Calma, isto aqui não é uma redação de auto-ajuda familiar!

Acompanho adolescentes há 25 anos, tanto aqui em nosso país quanto no exterior, percebo que nossos jovens não querem uma simples informação sobre sua saúde, um curso universitário ou uma profissão, isso acontece naturalmente na vivência escolar e familiar. Eles querem apoio! Não confundam com permissividade para suas atitudes. Com "sim" para tudo. Apoio significa suporte com palavras e atitudes em momentos simples, porém decisivos.

O que meus alunos mais reclamam é da falta de espaço para falarem quando tem dúvidas e também das curtas respostas que recebem. E aqui faço um 'mea' culpa: tanto em casa quanto nas escolas inadequadamente preparadas! E, aí, eles partem para as buscas online por conta própria em busca de respostas, o que pode ser arriscado sem a devida maturidade... Infelizmente, a internet hoje pode ser uma verdadeira terra sem lei... No meu tempo, as preocupações eram tentações como as drogas e o alcoolismo. Hoje, adicionamos mais distorções modernas igualmente perigosas, que vão desde o bullying até a pedofilia.

Por isso, retomo o raciocínio inicial: a família deve conversar e confiar na escola, assim como esta deve manter contato próximo com os pais e responsáveis pelo jovem. Dúvidas sempre existiram e assim continuarão para sempre durante a passagem da adolescência. Sobre temas que variam desde a futura profissão passando por questões afetivas e até mesmo a saúde pessoal. Mas nossa atitude não pode mais ser apenas simplesmente reativa... Esperar algo acontecer... Precisamos dar espaço para ouvi-los e assim dar o apoio adequado, que volto a insistir não necessita de grandes mudanças na rotina da família na maioria dos casos. É claro que existem situações que devem ser dirigidas por profissionais como psicólogos, mas mesmo a identificação destas não pode ser tão tardia como ocorre nos dias de hoje.

O único pensamento que posso deixar ao final desta reflexão é aquele que sempre digo aos meus alunos após ouvir seus relatos: Paciência... Resiliência... Calma... Para ouvir e agir, com sinergia entre família e escola, para que todo jovem passe pela turbulência deste período e atinja sua plenitude como ser humano e cidadão adulto, respeitando sempre suas necessidades, experiências de vida e escolhas. Afinal, este não é o propósito maior que nos move?!


Michel Soares Fontes é Licenciado e Bacharel em Ciências Biológicas - UFSCar (1996), Professor de Biologia de Ensino Médio e Curso Pré-Vestibular - Poliedro Leme, Objetivo Pirassununga, Objetivo São Carlos e Objetivo Araraquara e Coordenador Pedagógico do Colégio Avicenna - Poliedro Leme.

O movimento da mesa posta - Eu descobri que sou uma meseira!

Por Ana Maria Imhoff

Como o ditado popular "Simples é mais"... O que importa são mesas que expressam cuidado e carinho!

Assistam nossa live sobre o tema disponível também no canal do YouTube.

Você gosta de receber amigos em casa para refeições, de organizar tudo pessoalmente e com detalhes, e de montar uma mesa cheia de charme e criatividade? Parabéns! Talvez você não saiba, mas é uma "meseira"! Este artigo vai para quem, assim como eu, não sabia exatamente como era isso até outro dia. Montar mesas para as três refeições: café da manhã, almoço e jantar é o prazer de muitas mulheres (e homens também claro!), que incentivam a união em família e amigos, cultivam o carinho em preparar um ambiente bonito, e proporcionam o bem-estar durante o momento do comer.

O movimento da mesa posta surgiu nas redes sociais, e é uma febre entre as pessoas que adoram fotografar o capricho com que suas mesas são montadas para refeições ou eventos. Não éincomum ouvirmos os seguintes comentários: "eu arrumo a mesa bem bonita sim, mesmo que seja só para mim", "eu não guardo as louças refinadas que ganhei de presente de casamento não, uso tudo sempre", "não ganhar coisas de cozinha no dia das mães?! Imagina, adoro, estava d'olho em um faqueiro novo".O hábito de pessoas que adoram caprichar na montagem de uma mesa é antigo, mas foi durante uma aula de "mise en place" (disciplina que leciono, e comum nas grades dos cursos de gastronomia) que descobri que isto se tratava de um movimento recente e em alta em todo país, considerando que o Instagram existe a pouco menos que uma década. As "meseiras" são as adeptas deste hábito (mais comum entre as mulheres), que do prazer ou hobby se tornou profissão. São vários os cursos oferecidos para capacitar os amantes desta prática, além de concursos e páginas sociais incentivando e divulgando seus trabalhos. O movimento também impulsiona a economia, uma vez que o trabalho das meseiras afetam em outros setores, como por exemplo o artesanato e as costuras de moda mesa. É importante mencionar ainda que o reflexo deste movimento traz franco crescimentono comércio, são muitas lojas ou departamentos que investem em setores e/ou itens específicos de decoração de mesa.Está em alta também a confecção de cristaleiras e até mesmo o chamado closet de louças, em domicílios, para acomodar taças, copos, vasos, bandejas, e enfeites em geral. Entender com detalhes deste universo não só rende conhecimento para montar especialmente suas mesas, mas também auxiliar outras pessoas, o que tem gerado muitos consultores nesta área.

O movimento também resgata valores como o encontro em família, a conversa olho no olho e a boa comida. Como não gostar?! Se tudo isto ainda é a forma mais genuína de afeto, imagina com uma bela mesa para registrar este momento... Perfeito! Experimente a mesa posta, e venha ser uma meseira também, afinal a criatividade e o carinho é o que mais importa nesta empreitada!

Eu descobri que, além de professora, sou uma meseira! E você?


*Ana Maria Imhoff, escreve para o Novo Contexto, especialmente, sobre sua experiência em sala de aula com os jovens. E como dá aulas em cursos de Pós-graduação em Gastronomia, vem nos brindar com esse artigo sobre o movimento meseiras, um tema estudado por ela e um segmento forte em nossos dias!  

Útil ou Inútil: uma questão de importância

Por Marcio Tadeu Girotti


Será que tudo que é útil, é importante? Tudo que é importante, é útil? Questões como essas fazem parte do nosso dia a dia, mas nem nos damos conta! Na comunicação verbal é comum tratarmos a utilidade como sendo algo importante, ou seja, tudo aquilo que é útil é, de certo modo, importante, e tudo aquilo que é importante, por sua vez, é útil. 

Agora, podemos dizer que a música é útil? Se sim, para quê? Diria que para acalentar, relaxar, distrair. Mas isso garante sua utilidade? Não. Posso dizer que a música é inútil, não me serve, mas ela não deixa de ser importante.

A questão da utilidade diz respeito ao que serve, de modo geral, sem correspondência ao que é importante. Como vimos, algo pode ser importante, sem precisar ser útil. Na comunicação sempre buscamos fundamentar, justificar a fala, o fato, mas esquecemos de diferenciar o que é útil e o que é importante, nos restringindo ao fato de ser ou não útil.

Em nosso cotidiano é comum aplicarmos àquilo que não praticamos com grande ênfase, ou corriqueiramente, como sendo algo inútil ou sem importância. Todos os dias refletimos sobre algo, decidimos por uma escolha x ou y, um caminho, uma tomada de decisão. Essas dimensões exigem pensamento, raciocínio lógico e ponderado, argumentações, premissas, conclusões. Concordam? Isso tudo é prática filosófica!

Quem nunca ouviu dizer: a filosofia não serve para nada, ela é inútil! Será mesmo? Será que a filosofia é inútil ou ela é útil, mas é importante? O Filósofo grego Aristóteles (384a.C.-322 a.C.) definia a filosofia pela curiosidade, dizia ele: "a filosofia nasce do espanto"! Isso significa que a filosofia nasce da curiosidade por algo, nasce pela dúvida, pela busca do saber. Quando estamos decidindo por algo, não temos dúvidas? Não buscamos conhecimento para ter a certeza da escolha certa? Isso não é filosofia? Isso não é útil?

Como podemos verificar, assim como o exemplo da música, a filosofia pode ser dita como inútil, mas ela não deixa de ser importante! Mais uma vez, precisamos nos atentar para a importância das coisas, em detrimento de sua utilidade, pois, nem tudo que é útil é importante, e nem todo inútil é sem importância. 


Marcio Tadeu Girotti é graduado e mestre em Filosofia pela UNESP, Doutor em Filosofia pela UFSCar e possui Pós-doutorado em Filosofia pela UFU. Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia, Ciências e Educação (FATECE), editor de periódicos científicos, redator e autor de diversos livros na área de Filosofia e Metodologia Científica.

Meus mais novos aprendizados da era digital - 2° capítulo

Por Tatiana Brammer

Ainda contando sobre os conteúdos maravilhosos apresentados no Fórum de Inteligência de Mercado da Live University, vou explorar o 2° tema que é o desafio das marcas se tornarem realmente relevantes digitalmente tanto na experiência de compra como na comunicação.

A tecnologia tem permitido fazer com que profissionais e empresas explorem cada vez mais a criatividade na forma de oferecer melhores práticas de conveniência e serviço a seu público.

A Amazon tem sido referência em inovar neste quesito. Em uma viagem aos Estados Unidos, usei o serviço AmazonLocker, onde comprei um relógio de esporte que estava super difícil de encontrar em lojas físicas da concorrência. AAmazon tinha pelo mesmo preço da concorrência, e pude retirar num de seus lockersinstalado em uma loja de conveniência ao lado do lugar onde eu estava hospedada no dia e horário que melhor me atendiam. A primeira loja física Amazon Go, aberta em Janeiro deste ano em Seattle funciona sem fila e sem caixas. Você entra, pega o produto e pode ir embora. A compra é registrada através de um app que identifica o comprador ao entrar na loja passando por um QR code e registra automaticamente todos os produtos escolhidos, lança na loja virtuale gera uma cobrança direto no cartão de crédito. Para o sistema funcionar, a empresa utiliza a combinação de registros através de câmeras digitais espalhadas pela loja com algoritmos virtuais e machinelearning. Se quiser devolver o produto, basta colocar de volta na prateleira e será estornado de cartão de crédito. Incrível, não?

Este avanço tem chegado ao Brasil também. Segundo Yan Carlomagno, diretor de vendas e operações da Snapcart, ainda 95% das vendas de bens de consumo são feitas no varejo físico por aqui, porém, muito investimento tem sido feito para que as vendas e-commerce comecem a acompanhar esta tendência.

Appscomo Snapcart, Méliuz, BeBlue, vem com a proposta de unir o mundo on e off line criando possibilidades às empresas aprenderem mais sobre quem está consumindo e o que estão comprando, tornando uma fonte rica de inteligência de mercado para continuar aprimorando a execução. Peloappo consumidor envia fotos ou comprovantes de compras realizadas em loja física e daí geram muitas informações como: produtos comprados, loja, região, outros produtos na mesma compra etc.Também é possível fazer pesquisas e cruzar informações através da IA gerando muitos insights às empresas. A troca funciona com pontos virtuais que podem ser convertidos por saques em dinheiro ou compras online.

Sobre Omnichannel me parece que há intenção por parte das empresas, mas muito poucas conseguem realmente fazer com que todos os canais de vendas estejam conectados.Multichannel, quando a empresa tem vários canais de compra distintos e CrossChannel, quando cruzam a venda de um canal com outro ja estão disponíveis em várias empresas, porem o Omnichannel ainda é um desafio pois depende de tecnologia, pessoas preparadas em todos os canais e integração de toda a empresa para ser viável financeiramente.

Outro tema que adoro e foi explorado no Fórum foi a comunicação das marcas através dos meios digitais. Já falei em um texto anterior sobre a importância de adaptar a linguagem de comunicação de empresas e marcas à seus múltiplos meios de contato. Neste Fórum, Carlos Gil, expert em social media, mostrou exemplos do que fazer e evitar. Ele ainda fez uma provocação aos profissionais de marketing e as miopias cometidas atualmente. 

 Que tal dar uma olhada e fazer um checklist do que tem feito bem e o que pode melhorar:

  • "Vídeo" é a bola da vez!
  • Atraia seguidores por gerar conteúdos de relevância
  • Pessoas querem interagir com pessoas
  • Por que o StoryTelling das marcas é importante?
  • Facebook, Instagram, Twitter ou Snapchat?

Pessoas passaram a ser mais adeptas a vídeo que imagens e textos. Mas não é sobre filmes longos, nas redes sociais pessoas dedicam de 13 a 23" vendo vídeos. Portanto, as mensagens devem ser diretas, objetivas. O conteúdo "Live" também ganha relevância, fazendo com que as mensagens tenham que ser novas e atuais.

Redes sociais são uma ótima fonte para escutar o que as pessoas pensam e sabem sobre empresas e marcas, use inteligentemente.

Para falar com pessoas interessadas em marcas é preciso conhece-las. Analisar os dados faz com que marcas elaborem conteúdos mais atraentes e adequados para que as pessoas continuam seguindo marcas.

Não façam posts com "iscas" para chamar pessoas como: curta, compartilhe...

Para saber: O Facebook tem penalizado empresas que "forçam" seus retornos de engajamento. O objetivo é que o conteúdo gere os resultados pela qualidade e não por empresas forçarem a estatística.

É importante assegurar que os posts tenham o máximo de engajamento. Significa que se a pessoa se identificou, vai curtir, comentar e até compartilhar. Quanto mais visualização, mais pessoas impactadas em construir uma relação com a marca.

Agora, atenção! Uma vez que interagiram, esperam respostas. Seja uma marca que gere empatia. Pessoas não querem interagir com máquinas. Responda, promova trocas.

Pessoas acreditam em pessoas. A marca deve ter personalidade para ser crível. Sua marca é divertida, criativa? Garanta que sua comunicação represente estas características.

Celebridades e formadores de opinião tem um papel estratégico no plano de comunicação, dar "boost" de visualização, mas não constroem a reputação da marca. Pode ser mais real e significativo ter um colaborador da empresa divulgando uma novidade, um evento, dividindo suas emoções e conquistas para chegar lá.

Não existe resposta correta. Não devemos escolher pela plataforma onde comunicar marcas e sim, onde nossos potenciais clientes estão e como querem interagir. A plataforma é o meio e não o que deve ser feito.

Por estas e por outras tenho dito que a era dos Jetsons chegou! O bacana é que há muito aprendizado para usarmos de benchmarking. Vale a pena mergulhar e testar.

O tempo e a experiência nos ajudarão a entrar suave na nave. Até o terceiro capítulo, semana que vem!!

Meus mais novos aprendizados da Era Digital - 1° capítulo

Por Tatiana Brammer

É muito bom quando surge a oportunidade de aprender coisas novas. Um sentimento de refrescar ideias, sensação de rejuvenescer mentalmente e perceber o quanto ainda temos de espaço no nosso HD cerebral para absorver novas informações.

Desde que recebi a proposta para assumir um novo projeto na empresa, pensei que seria um bom momento para reciclar. Iniciei uma forte busca por informações, conhecimentos e conversas com pessoas que pudessem me ajudar a pensar diferente. E não é que tenho me surpreendido com a quantidade de assuntos que eu não tinha conhecimento ou nunca me aprofundado e agora me enchem de curiosidade e vontade de fazer diferente!

Esta semana tive a oportunidade de passar dois dias mergulhada no Fórum de Inteligência de Mercado, organizado pela Live University e, sai maravilhada com a quantidade de conhecimento compartilhado neste evento.

Inteligência de Mercado (IM) nas empresas se tornou um tema amplo, talvez genérico, e funciona para analisar dados de performance, lançar novos produtos, mapear estratégia e execução da concorrência, entender o consumidor através de pesquisas de mercado, usar ferramentas de pricinge tudo isto para ajudar a encontrar melhores insights e fazer melhores projeções de negócios.

Mas o foco deste Fórum foi explorar conteúdos inovadores e desruptivos dentro do que ainda é chamado de IM, apesar de ser bem mais amplo: O Data Science, engajamento de marcas através de redes sociais e as Tendências do Futuro. Tudo ligado ao mundo digital.

Vou resumir em três capítulos os pontos que me chamaram atenção, compartilhando meus aprendizados com vocês. A troca é sempre muito enriquecedora!

Começando por Data Science:

O volume de dados disponível no ambiente digital é gigantesco, nem sei quantos megabytes, terabytes ou "x"bytes as empresas possuem. O ponto é que há muita informação armazenada de formas diversas e através de ferramentas de análises e processamentos estatísticos que geram os famosos BIG DATAs. Mas, só gerar um monte de informações não leva a lugar nenhum!

O mais valioso neste mundo que vem crescendo agressivamente desde 2000 é a evolução das ciências da computação que cria simulações como se fosse cérebro humano pensando, usando informações retiradas dos aprendizados (Machine Learning) para propor soluções e ajudar nas tomadas de decisões. Isto é chamado de INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA).

Nós pessoas físicas, vivemos com a IA no nosso dia a dia. Um exemplo é a SIRI do celular que escuta a nossa voz, entende nossa mensagem e nos retorna com a resposta ou solução. Outro é o WAZE ou aplicativos de taxi que ao verificar que digitamos mais de uma vez o mesmo endereço, assumem que é algum lugar recorrente e sugerem salvar como endereço preferencial, assim você apenas aciona o comando de nome do lugar e automaticamente localizam a direção, programam e iniciam o trajeto, economizando tempo e esforço.

A IA é normalmente desenvolvida por profissionais com habilidades em tecnologia e/ou habilidades analíticas, estatísticas e matemáticas, porém o que se falou é que muitas vezes faltam habilidades críticas de conhecimento da estratégia de negócios desta área e profissionais.  

Daí surge a conceituação do DATA SCIENCE, a capacidade de analisar a ciência de dados cruzando com a estratégia da empresa para as melhores soluções e resultados de negócios. Na visão de Diego Senise, especialista em Data Science, executar projetos com Data Science depende de um modelo de tripé em que a estrutura reúna Estratégia - Estatística - Tecnologia. Segundo ele, "Não podemos mais ter pilotos de ferramentas, precisamos de líderes treinados em Data Science". 

Vamos ser substituídos por máquinas e sistema?

A pergunta do debate que participei era se O profissional de IM seria substituído por máquinas e sistemas? Apesar de termos algumas opiniões distintas, no final concordamos que as atividades que hoje são realizadas de forma mecânica, rotineira, sem muita intelectualização devem ser automatizadas e substituídas pela IA, mas a capacidade humana de criar, adaptar e do pensamento estratégico em si, na minha opinião ainda serão necessários e por um bom tempo! Surgirão novas profissões que não temos ideia hoje, mas que não demoram 2 anos para começarem a surgir. Não sei daqui 50 anos, mas nos próximos 10 anos eu estou totalmente de acordo com Bradley Horowitz, VP de produtos do Google, que diz que "Inteligência Artificial com Inteligência Humana são muito melhores juntas que uma ou outra sozinhas".

E qual a implicação deste melhor domínio da ciência dos dados às empresas?

Esta evolução tecnológica, traz mais conhecimento de quem consome produtos, suas necessidades e desejos e, isto faz com que os negócios caminhem em direção a personalização, na individualização. Como explicado por Donald Neumann neste Fórum, isto implica em diferentes soluções para diferentes clientes. Um mesmo produto ou serviço já não atende mais a todos clientes.

O ponto é que a personalização aumenta a complexidade e por consequência, os custos também. Por isto, é preciso:

  • Fazer a pergunta certa de qual problema a empresa quer resolver;
  • Saber explorar bem os Insights gerados pelo Data Science;
  • Segmentar clientes de acordo com a estratégia do negócio;
  • Priorizar, planejar e projetar de forma integrada em toda a cadeia;
  • E assim, poder otimizar e buscar os resultados esperados.

Definitivamente o mundo não é mais o mesmo! Com a inteligência artificial, ficou mais dinâmico, ágil e competitivo. As empresas que conseguirem sair na frente nesta nova jornada e souberem interpretar a ciência dos dados, estarão mais preparadas para jogar e ganhar, se reinventar e crescer a cada transformação. Aquelas que resistirem talvez virem uma Kodak, Blockbuster, Blackberry que morreram por não inovar. Imagino que, assim como eu, ninguém queira fazer parte deste insucesso, então, bem-vindo ao mundo dos robôs! 


Tatiana M. Brammer Arello atua na Kellogg Company, na área de Mercosur Integrated Commercial Business Planning Director. É conselheira da Live University - escola focada em negociação e inteligência de mercado e também voluntária do Grupo Mulheres do Brasil. 

Desculpe, você é overqualified!

Por Tatiana Brammer

Historicamente o Brasil tem sofrido uma das maiores crises econômicas dos últimos 120 anos. Dados do IBGE apontam que chegamos a 14 milhões de Brasileiros desempregados, equivalente a toda a população da cidade de São Paulo, quase o Estado da Bahia ou até todos os Chilenos juntos. É muita gente!

A crise econômica tem um efeito negativo gigante, pois afeta as indústrias e empresas que começam a perder consumo ou sustentabilidade financeira e como consequência, tem que reestruturar tanto os custos operacionais como estruturais. Em alguns casos, cortam vagas e acumulam funções, em outros fazem uma redefinição da posição, normalmente fazendo um "downgrade", diminuindo também salários e beneficios.

Hoje considera-se que o nivel de desemprego para executivos está em 20%. Passados quatro anos neste cenário de crise, entendemos que este é o movimento derivado do ciclo de retração. Muitos profissionais assumiram que para manter a competitividade tem que aceitar uma possível regressão por um determinado periodo profissional.

Em uma pesquisa realizada pela consultoria de recrutamento Michael Page em 2017, 38% dos executivos desempregados consideram a possibilidade de retornar ao mercado de trabalho ganhando menos e, 12% mudariam de area profissional para não continuar sem emprego.A realidade é que com isto o mercado fica muito mais competitivo. Mais profissionais qualificados disputando as mesmas posições de trabalho.

Quem de vocês já passou ou conhece alguém que participou de um processo seletivo recentemente e após uma ou duas entrevistas recebem o feedback de que gostaram muito do perfil, mas infelizmente, o viam como um candidato "overqualified"!?


Primeiro vamos a definição ao pé da letra:

OverqualifiedCandidate - significa um Candidato Super Qualificado, com características, experiência ou perfil acima do requerido para uma determinada vaga.

E, por que algumas empresas ou profissionais de recrutamento ou gestores das vagas avaliam assim:

Para alguns, um candidato Super Qualificado pode ser visto como alguém que pode assumir a posição de forma temporária, para obter um trabalho e novas experiências enquanto está desempregado e pode tirar espaço de outros que poderiam estar mais adequados ao cargo e beneficios oferecidos permanecendo por mais tempo no cargo.

Faz todo sentido de uma forma geral num mercado de trabalho estável pensarmos assim, não é mesmo? Porém, não estamos vivendo uma situação nem de perto estável! A crise, como comentado no início, é a pior dos últimos 120 anos! Portanto, existe uma necessidade latente de profissionais que estejam buscando candidatos revejam formatos, pensamentos, padrões e modelos de avaliação.Os próprios profissionais já entenderam e declararam que estão dispostos a retornar apatamares, precisam e querem trabalhar, porém são podados, muitas vezes por inferências ou pré-conceitos que valiam no passado. Tenho amigos, pessoas próximas que possuiam cargos de alto nível executivo, excelentes profissionais com bons salários e tiveram que passar por algum tipo de corte, contribuindo para este número alarmante de desempregados que chegamos hoje. Estão há mais de 12 meses fora do mercado e muitos nem se quer conseguem passar para a fase de entrevistas com os donos de áreas ou alta gestão da empresa para serem, na minha opinião "rotulados" de algo que eles mesmos já entenderam que são, mas estão dispostos a recomeçar.

Estamos vivendo uma nova era, escrevendo um novo capítulo da história capitalista do nosso país, e não há como fugirmos das reflexões e questionamentos. O fato é que temos sim muito mais profissionais preparados e disponíveis no mercado, um momento em que as empresas tiveram que retrair, ajustar as bases para recomeçar. O mesmo vale aos profissionais - retrair, ajustar as bases e recomeçar. Não julguemos ou classifiquemos pelo o que conheciamos do passado. O mundo mudou e com o novo, surgem novos critérios de avaliação, inclusiveem processos de recrutamento. Não rotulem ou retalhem quem está disposto a recomeçar. Pode ser enriquecedor construir este novo contexto.

E aos que estão em busca deste recomeço, não percam a esperança, a ousadia e a coragem, no melhor dos sentidos, respeitando a ética, furem possíveis bloqueios, ajudem a redesenhar o nova dinâmica do mercado de trabalho.

O tempo é crucial para a retomada de tantas companhias que vem sofrendo com a crise e, a qualificação e eficiência de seus talentos podem ser determinante neste jogo.

É hora de repensar esses Vieses.

Por mais meninas enfrentando as touradas da vida!

 Por Tatiana Brammer

O Dia 1° de Maio, sem dúvida, é uma data em que devemos comemorar, celebrar e parabenizar a todos os trabalhadores. Um dia de reconhecimento àqueles que muito se dedicam para desenvolver a economia das nações, que fazem a roda do mundo girar. Mas também é um dia que se deve reinvindicar, refletir, manifestar e conscientizar.

No Brasil, comemoramos o dia do Trabalhador desde 1895, segundo alguns documentos, mas foi em 1924 que a data foi oficializada. Num 1° Maio, Getulio Vargas instituiu o salário mínimo, em outro ano neste mesmo dia foi criada a Justiça do Trabalho, assegurando que os direitos dos trabalhadores fossem cumpridos e, assim vamos evoluindo ano a ano neste processo de desenvolvimento do trabalho e do trabalhador.

Mas, venho aproveitar uma data tão importante, após comemorarmos e descansarmos pelo feriado, gerar um pouco de polêmica sobre a realidade que ainda é tão gritante sobre as diferenças entre homens e mulheres no trabalho.

Parece incrível, mesmo hoje, em pleno século 21, onde as mulheres adquiriram uma série de direitos, espaços no mercado de trabalho, onde muitas já são chefes de famílias, ainda há uma diferença absurda no que se refere a equiparação salarial e mulheres em níveis de alta liderança.

No final de 2016, durante o Fórum Econômico Mundial foi publicado o resultado do Relatório de Desigualdade Global de Gênero, e dados apontavam que o Brasil ainda é um dos seis países do mundo onde a diferença salarial entre homens e mulheres em cargos executivos é de 50%. Também divulgaram que a presença de homens no mercado de trabalho é de 83% enquanto apenas 62% das mulheres ocupam posições profissionais.

Quando tive a oportunidade de ver um estudo realizado pela Ernst & Yong, o número mais assustador veio quando mostraram que para haver a equiparação salarial entre homens e mulheres levaríamos mais de 80 anos!!! Ou seja, talvez nem minhas netas e netos, virão este equilíbrio acontecer! O grupo que estava comigo nesta reunião parou por alguns minutos refletindo e buscando entendimento das possíveis razões de isto ainda acontecer.

Segundo a querida pesquisadora Regina Madalozzo do Insper, "a discriminação contra a mulher não é apenas questão de injustiça social. Também gera ineficiência econômica". Há estudos que comprovam que um melhor equilíbrio de gêneros, contribui para um melhor resultado financeiro das empresas e por consequência, positiva influência no PIB do país.

Mulheres representam metade da população, trabalham muito mais horas nas atividades domésticas, já tem um maior número com ensino superior completo, mas ainda recebem de 20 a 30% menos salário quando comparado a um homem na mesma posição.

Como eu tenho participado de muitas conversas e grupos de discussão sobre isto, ouço com frequência: "Na empresa em que eu trabalho, não fazemos distinção de salário ao recrutar um gênero ou outro. Como esta diferença se justifica?" 

Em primeiro lugar, bom ver que muitas empresas e corporações estão trabalhando e desenvolvendo programas de diversidade e inclusão com o objetivo de aumentar o número de pessoas que ainda se encontram em minorias, como: mulheres, negros, homosexuais, portadores de algum tipo de deficiência, entre outros. Sem a menor dúvida, estes números só vão começar a reverter quando de fato houver discussões profundas e ações que tornem a inclusão uma realidade.

Além das empresas, a sociedade civil também tem que promover conversas que provoquem este tipo de reflexão. Desde a origem, fomos criados em uma cultura machista, em que mulheres tinham papéis claros dentro de casa, mas muito pouco definidos para o mercado de trabalho. Infelizmente, ainda há muito pensamento machista, e por consequência, pouca evolução de normas e regulamentações que favoreçam as jornadas de trabalho das mulheres.

Um fator que contribui para esta diferença é que mulheres muitas vezes tem um período da maternidade, acabam dando uma pausa ou postergando a vida profissional, enquanto os homens acabam entrando no mercado de trabalho um pouco mais cedo e de forma contínua. E, quando a mulher entra ou retorna, começa com a base menor, surgindo parte da diferença.

O bacana é que estes números estão mudando, a desigualdade diminuindo, ainda que em passos de tartaruga. O que nos traz a grande oportunidade de reforçar mais o papel das mulheres e sermos responsáveis em provocar estas conversas. Eu acredito que precisamos quebrar tabus e promover questionamentos em nossa jornada do dia a dia.

Nada mais emblemático e inspirador que a escultura denominada "Fearless Girl" (Menina sem medo) em que a menina de forma muito corajosa se coloca a frente do touro bravo de Wall Street enfrentando o medo e o poder.

Assim somos nós! Corajosas, fortes e capazes de fazer toda a diferença pra um mundo melhor e mais igual! 

Foto: Xinhua News Agency/Getty Images


Tatiana M. Brammer Arello atua na Kellogg Company, na área de Mercosur Integrated Commercial Business Planning Director. É conselheira da Live University - escola focada em negociação e inteligência de mercado e também voluntária do Grupo Mulheres do Brasil.

Até onde somos responsáveis pelo "Fake News"?

Por Tatiana Brammer

Em tempos de muito burburinho com as famosas notícias falsas ou "fake news", resolvi estudar o que tanto isto, realmente, é contemporâneo ou algo que exista há tempos e as atuais implicações na vida cotidiana.

Segundo o historiador americano e professor da Universidade Harvard Robert Darnton, o fake news sempre existiu. Seja na política, religião ou na disputa por territórios, a intenção de criar informações falsas sobre openentes sempre fez parte da estratégia de muitos, desde que o mundo é mundo. É uma forma de atrair mais simpatizantes com um ponto de vista, denegrindo o outro.

No ano 44 a.c. em Roma, Julio Cesar se autonomeou ditador vitalício, ação que revoltou facções republicanas tradicionalistas. Estes se uniram e acabaram matando Julio Cesar esfaqueado por propor uma mudança radical no estilo de controlar a civilização.

O caminho natural seria retomar o modelo republicano e voltar a vida normal. Porém, a situação criou uma rivalidade brutal entre os líderes que disputavam o poder. Por um lado Marco Antonio, o fiel escudeiro de Julio Cesar e do outro, Octavio, filho adotivo de Julio Cesar. Ambos criaram suas campanhas construindo informações negativas de seus rivais, muitas vezes caluniosas, difamando e confundindo os romanos em suas decisões. Até hoje historiadores contam que há muitas versões sobre a mesma história e que não há registro autêntico sobre a Revolução Romana, justamente por haver tantas notícias falsas vindo de fontes diferentes e sem comprovações que expliquem ou justifiquem.

Não foi muito diferente nas últimas eleições dos Estados Unidos. Há quem diga que se não fossem tantas "fake news" divulgadas no período de campanha, o Presidente Trump poderia não ser o vencedor.

Obviamente, a facilidade e a agilidade do mundo digital hoje, faz crescer exponencialmente a quantidade de pessoas impactadas com notícias, sejam elas verdadeiras ou falsas.

A questão é que existem pessoas se especializando e fazendo com que estas notícias pareçam muito reais, replicando "caras" de sites e outros meios conhecidos e referenciados, muitas vezes utilizando recursos tecnológicos, com perfis falsos, publicados de servidores internacionais, tornando muito difícil saber a origem ou rastrear quem iniciou a divulgação destas "fake news".

Mas qual o objetivo de divulgar no mundo digital e de comunicação esse tipo de inverdades?

Se entendermos a definição das palavras calúnia, difamação e boato, podemos concluir que estas pessoas tem constante interesse em 

prejudicar ou denegrir a imagem de algo ou de alguém de forma massiva e publicamente. Vejam!

ca.lú.ni:a (Lat. Calumnia) sf. Ato de procurar incriminar alguém, fazendo-lhe acusações falsas

di.fa.mar (Lat. Diffamare) vtd. Tirar a boa fama ou o crédito a; desacreditar publicamente

bo.a.to (Lat. Boatu) sm. Notícia anônima, que corre publicamente sem confirmação; ruído, rumor, zum-zum-zum.

Ainda que seja com a intenção de "brincar", as notícias falsas podem trazer consequências graves, dependendo da situação. Em muitos casos pode incitar o sentimentos de violência, ódio, revolta dividindo grupos e opiniões. 

O questionável hoje em dia é a forma, muitas vezes irresponsável, em que pessoas simplesmente compartilham dados e informações, assumindo como verdades absolutas. Alguns simplesmente replicam, outros ainda se dão ao trabalho de escrever antes que receberam algo importante, não sabem se é verdade, mas na dúvida acham melhor compartilhar e alertar outras pessoas. 

É muito comum, através de whatsapp ou redes sociais simplesmente clicar no botão "compartilhar" e de forma rápida generalizar algo totalmente inventado e sem fonte comprobatória.

A reflexão aqui é quanto a atitude impulsiva de espalhar por espalhar algo que pode gerar todos os sentimentos negativos acima citados, e não se sentir de alguma forma na obrigação de validar o conteúdo antes.

Há algumas formas de validar conteúdos antes de compartilhar:

1. buscar a mesma notícia replicada em outros sites ou meios de comunicação formais, oficiais e conhecidos.

2. Desconfiar de textos informais, com gírias, deixando de ter teor jornalístico

3. Tentar saber a fonte ou a origem da informação

4. Não cair na tentação de compartilhar sem ter lido a mensagem completa.

5. Sinta-se responsável ao compartilhar um conteúdo, pois através da mensagem você estará informando e impactando outras pessoas.

6. Vídeos são editáveis. Mensagens distorcidas ou trechos estão sendo fontes de notícias parciais ou não verídicas também.

Portanto, se desconfiar ou não estiver seguro quanto a fonte, não compartilhe!

Este ano é crítico para nós Brasileiros. Ano de eleição e escolha de quem representará nossos Estados e o nosso País nos próximos quatro anos. Estudar os candidatos, suas propostas e projetos é nossa obrigação, mas temos que redobrar nosso sentido de alerta e ir a fundo para validar tudo o que recebermos de notícias.

Será um bom exercício para aprofundar nosso conhecimento, melhorar nossa educação política e selecionar mais as informações verdadeiras, minando cada vez mais notícias falsas do nosso radar. Vamos tentar?

Influenciadores, Youtubers. Banir ou Orientar?

Por Tatiana Brammer

A cada dia eu conheço novos influenciadores, youtubers ou "personalidades" entrando em minha casa e participando de alguma forma da vida dos meus filhos pré-adolescentes, através das redes sociais.

Em alguns grupos de mães, vejo preocupações latentes sobre os conteúdos publicados, os formatos grosseiros e cheios de mensagens inadequadas, preconceituosas, xingamentos na maioria das vezes, contrárias aos valores passados pelas famílias.

Há quem diga que este tipo de canal não deveria ser permitido, pois atrapalha e influencia negativamente na educação das crianças.

Ao meu ver, realmente as referências estão de mal a pior aos nossos filhos, e por todos os lados: influenciadores, música, politica etc.... porém, eu faço um contra-ponto sobre banir, pois tenho conversado bastante sobre o tema.

Vamos lembrar que sempre houve más referências e más influências. O bullying também ja existia, mas não era reconhecido desta forma. Eu mesma, se soubesse, teria processado uns 30 na minha infância (sofri horrores com meu "cabelo de água de salsicha e a pele enferrujada"), rsrsrs.

Só pensarmos que no programa dos Trapalhões era comum a ridicularização de homossexual, a banalização da mulher, o passar a perna no outro. O famoso Chacrinha, que promovia sensualização as três da tarde, atacava alimentos em direção ao auditório, polvilhava farinha em maus cantores. É o tchan com a boquinha da garrafa 😱 e quem não se lembra dos cigarrinhos de chocolate ao leite da Pan que na embalagem apresentava um menino segurando o chocolate como se estivesse fumando, além das maravilhosas propagandas de cigarro da Marlboro, enfim... isso tudo em TV aberta, liberado para quem quisesse assistir.

A minha conclusão é que a evolução tecnológica tem ajudado muito, mas proporcionado menos controle e isso sim me preocupa, mas algo que não muda é a importância e o papel crítico que os pais tem, ontem, hoje ou amanhã. Conversar muito, mostrar os caminhos e suas consequências e dar bons exemplos segue sendo o melhor caminho.

Banir ou proibir só vai fazer com que as crianças busquem outras formas e habilidades de ter acessos. O importante é construir bons alicerces, boa base de valores, estabelecer limites. É nisso que eu acredito!

Eu acho que as crianças nesta fase, de uma forma geral sabem discernir o que é bom e o que é ruim, o certo e o errado. Também sabem nos seduzir quando querem algo. São bem espertinhos, mas também conhecem o significado do "Não".


Como estabelecer os limites?

O que está cada vez mais difícil é estabelecer limites. As crianças precisam de limites! Uma pesquisa divulgada pelo Ibope há alguns anos, apontava que as crianças brasileiras são as que mais passam tempos conectados. 2/3 dos internautas de 9 a 17 anos se conectam todos os dias. Portanto, já é um habito estabelecido, faz parte do cotidiano.

Temos que estabelecer estes limites, muitas vezes assistir com eles aos programas e conteúdos de interesses deles e, com maior conhecimento, provocar discussões do que achamos certo e errado, o que vale apena absorver e o que vale a pena ignorar ou excluir, os ajudando a criar critérios de seleção e filtro. Assim, como fazemos várias vezes no mundo off line. Só precisamos ter tempo e paciência!

Quem disse que ter filhos é padecer no paraíso??!!

Segundo uma amiga, filho dá trabalho, custa caro e dura muito... kkkkkk, mas é bom demais!!!


Tatiana M. Brammer Arello atua na Kellogg Company, na área de Mercosur Integrated Commercial Business Planning Director. É conselheira da Live University - escola focada em negociação e inteligência de mercado e também voluntária do Grupo Mulheres do Brasil.

Onde entra a ética no mundo digital? 

Por Tatiana Brammer 

Notícias recentes mostraram que dezenas de milhares de dados de usuários do Facebook foram usados de maneira ilícita pelo pesquisador Aleksandr Kogan e pela empresa Cambridge Analytica. Agora cabe ao Facebook explicar sobre o vazamento de informações e providenciar ações de correção para proteger seus usuários e evitar uma verdadeira evasão desta rede social.

Em 2013, este pesquisador da Universidade de Cambridge criou um aplicativo de teste de personalidade em que 300 mil pessoas instalaram e assim compartilharam não só os seus dados, como o de alguns amigos da rede. Isto permitiu que Kogan conseguisse acessar dezenas de milhões de dados facilmente. Desde então, o Facebook tomou algumas medidas, inclusive pedindo que eles apagassem os dados obtidos indevidamente, porem, parece que nem tudo foi feito como esperado.

Há duas semanas, uma reportagem do The Guardian publicou o possível vazamento destes dados que teriam sido utilizados para favorecer a campanha do presidente Trump nos Estados Unidos. Através destes dados, criaram perfis de eleitores em potencial que eram altamente comentados com mensagens sobre a política daquele momento, influenciando outros milhares de pessoas.

Hoje, o Facebook conta com 2,13 bilhões de usuários, quase a população da China e da Índia juntas! 2,13 bilhões de informações riquíssimas e caríssimas de se obter naturalmente. Portanto, um verdadeiro "filet mignon" para as empresas que precisam atingir seus públicos de forma massiva utilizando o meio digital.

Acho interessante explicar como isto pode acontecer...

Sabem aqueles testes, muitas vezes divertidos que vemos no Facebook?

"Com que celebridade você parece", "Como você estará aos 80 anos", "Qual a frase que melhor te representa" , "Como você seria se fosse do sexo oposto", e muitos outros tem despertado a curiosidade e viralizado de forma meteórica. Ao participar, de uma forma sutil, o usuário acaba aceitando a condição de fornecer dados e,a partir dai, a vida está compartilhada!

Se fossem apenas dados como um nome e a cidade, não trariam toda esta febre de lançar estes tipos de jogos, porém, a força desta plataforma de obtenção de dados vem através do compartilhamento de dados importantes como nome, foto do perfil, idade, data de nascimento, e-mail e fotos que você mesmo postou ou que foi marcado, entram para a base de dados e o mais importante de tudo é o poder da viralização. Quanto mais gente conectada, mais dados disponíveis, mais informações para serem comercializadas.

O que fazem as empresas com estes dados?

Muitas vezes, tem uma boa e estratégia ética de promocionar um produto ou um serviço através das preferências psicológicas e de consumo, obtidas nos perfis de cada usuário. Um exemplo fictício para ilustrar: uma empresa de óculos de sol precisa divulgar a sua marca impactar o maior número de pessoas que tenha interesse ou afinidade com este produto. Como saber quem são estas pessoas, sem ter que desperdiçar um montão de dinheiro em comunicação, marketing ou mídia falando com muita gente que nem se quer tem relação com este produto?

O Facebook, assim como outros meios, permite que empresas façam anúncios de forma bastante dirigida. Podendo determinar as palavras-chaves que com maior afinidade a minha marca, como: pessoas que postem sobre sol, verão, praia, fashion, look, óculos, mulheres e homens, de 25 a 40 anos que estejam em qualquer cidade tropical, etc... muito provavelmente a chance de direcionar a comunicação para pessoas, potencialmente mais alinhadas com a marca, é muito maior do que simplesmente dizer que precisa atingir jovens de 25 a 40 anos da cidade de São Paulo.

Um teste como o de envelhecimento, abre portas para que empresas de cosméticos, profissionais da área da beleza, dermatologistas, clínicas de beleza, entre outros, busquem diretamente este público, pois certamente são pessoas curiosas com seu envelhecimento e demonstram certa preocupação com a imagem, podendo assim, se tornar um consumidor ou admirador do produto ou serviço comunicado.

Tudo isto é muito inovador e válido. É a evolução natural da comunicação, de como falar com o publico desejado de forma mais direta, menos custosa e de fato proporcionar aproximações entre marcas, produtos/ serviços e pessoas. Além de levar soluções aos consumidores de forma mais ágil e eficiente.

Porém, tudo que é para o bem, pode servir para o mal também! Ética para mim tem dois caminhos, ou tem ou não tem. Não existe ser meio ético. Infelizmente temos que conviver com este tipo de mau uso das informações, de pessoas ou empresas que não medem as consequências de expor ou colocar em risco indivíduos e suas famílias.

Olhando pelo lado positivo, casos como o do Facebook, ajudam a provocar discussões criticas que revisitam regras, politicas de privacidade e normas que devem proteger e restringir cada vez mais este abuso descontrolado de invasão de privacidade que vivemos hoje no mundo digital. Faz com que pessoas conheçam um pouco mais deste ambiente e suas fragilidades e principalmente, faz com que empresas rediscutam suas estratégias de comunicação, estabelecendo limites éticos acima de tudo.

Enquanto isso, vale a pena ficarmos mais atentos aos regulamentos e acordos que aceitamos sem muitas vezes perceber ao usar as maravilhas das redes sociais!

Tatiana M. Brammer Arello atua na Kellogg Company, na área de Mercosur Integrated Commercial Business Planning Director.  É conselheira da Live University - escola focada em negociação e inteligência de mercado e também voluntária do Grupo Mulheres do Brasil. 

Zilda Arns, a médica brasileira

No mês em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, foi lançada a biografia de uma grande mulher brasileira que fez história para o nosso país e conquistou o mundo: Zilda Arns - uma biografia (Editora Rocco).

Descrita pelo autor, o jornalista Ernesto Rodrigues "um exemplo raro de generosidade, fé, empreendedorismo e coragem", a médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns Neumann, é responsável e mundialmente conhecida pela redução da mortalidade infantil no Brasil e pela melhoria da condição de vida de milhares de crianças e gestantes em vários países do mundo.

A biografia escrita por Rodrigues narra a trajetória completa de Zilda, de sua infância em Forquilhinha (SC), aspectos de sua vida pessoal e os bastidores das diversas iniciativas as quais a fundadora da Pastoral da Criança e Pastoral da Pessoa Idosa se dedicou durante toda a sua vida. Em janeiro de 2016, as notícias sobre o terremoto que matou milhares de pobres e destruiu o Haiti, chocaram o Brasil porque entre os mortos estava Zilda Arns. Médica sanitarista, criadora da Pastoral da Criança, que difundiu seu programa em 20 países e se mantém vivo ainda em vários movimentos sociais e comunidades eclesiais da igreja católica.

Confira a entrevista do autor, o jornalista Ernesto Rodrigues sobre a produção do livro

Como foi para você pesquisar sobre a vida e obra da Dra Zilda Arns Neumann? O que mais te surpreendeu?

Para mim, foi uma experiência muito gratificante e também surpreendente. Antes, como jornalista e leitor, eu tinha uma visão incompleta dela. Eu via apenas a admirável militante católica que era irmã do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e que se dedicava às crianças. À medida que fui pesquisando e entrevistando as pessoas, fui descobrindo a médica sanitarista revolucionária, a líder carismática de milhares de voluntários e capacitadores, a gestora espetacular, a empreendedora cidadã e a formadora de opinião coerente e absolutamente firme na defesa de suas posições sobre temas importantes para a sociedade brasileira. E, claro, além disso, conheci a belíssima história da família dela, suas origens e os dramas e perdas pessoais que sofreu ao longo da vida. No final, acho que cumpri o objetivo de fazer uma biografia correta, fiel e capaz de dar aos leitores a intimidade que todos procuram quando (...). Aproveito para esclarecer a questão da quantidade de religiosos na família dela: ela teve três irmãs de sangue religiosas e dois religiosos, um deles o cardeal Arns. Mas fazia sempre questão de lembrar que, entre seus dois irmãos de criação, uma se tornou religiosa, totalizando, portanto, seis religiosos.


Uma vez que o espaço de um livro é restrito, imaginamos que nem tudo que você reuniu em sua ampla pesquisa foi utilizado. O que ficou de fora que você gostaria de ter inserido?

O mestre e poeta Carlos Drummond de Andrade já dizia: "Escrever bem é cortar palavras". Ou seja, um jornalista ou biógrafo tem que hierarquizar as informações, sintetizar explicações, encurtar histórias e procurar sempre fazer um texto atraente que prenda a atenção do leitor. Até porque o grau de interesse dos leitores por assuntos ou pessoas varia e muito. O que um biógrafo clássico procura, diferentemente de autores especialistas como um sanitarista, um cientista, um executivo do Terceiro Setor, um teólogo ou um administrador, é um denominador comum de leitores. Daí a necessidade de às vezes resumir, enxugar e sintetizar certas passagens da vida do biografado. Certamente muitas histórias e informações dessas áreas que citei ficaram de fora da biografia da doutora Zilda, mas acho que este é um preço justo em nome do objetivo de despertar o interesse do maior número de leitores possível.

Porque uma pessoa deveria ler a biografia da Dra. Zilda Arns Neumann?

Porque ela foi um exemplo raro e mais do que nunca necessário de cidadania, empreendedorismo, espírito público, competência e coerência religiosa. E por ter transformado radicalmente o cenário de saúde pública no Brasil, além de ter sido uma referência no trato do dinheiro público, no relacionamento com os poderosos, na defesa libertária dos despossuídos e na gestão de ONGs. E por ter feito isso tudo sem exigir contrapartidas de qualquer espécie, incluindo as religiosas.

Fonte: Pastoral da Criança

Não somos perfeitas, e daí?

Por Tatiana Brammer

Um dos assuntos que mais norteiam a minha vida, hoje em dia, é a dualidade em que vivo entre meus mil e um papéis. Decidi que queria ter uma carreira no mundo corporativo, fui atrás dos meus sonhos de formação e profissão, sempre me dedicando e demostrando meu comprometimento às empresas que me ofereceram oportunidade. Jornadas de longas horas, momentos de stress, mas muita realização também. Quando me tornei mãe, aos 28 anos e novamente aos 32 anos, sabia que explodiria um amor louco, incontrolável, mas que também viriam mudanças nas minhas atividades e uma carga grande de responsabilidade...confesso que não tinha ideia da dimensão! Quando pequenos, exigem muito, mas são necessidades básicas, os horários, as conquistas e os momentos de lazer que mais interferem. É mais fácil implementar a rotina e o controle sobre tudo. Ai eles vão crescendo, desabrochando, abrindo as portas para um mundo até então desconhecido e surge, sem você menos esperar, a transformação! Sua jornada profissional continua exigindo as mesmas 8-10h diárias de dedicação e compromisso. Às vezes, a exigência é até maior, pois você também amadureceu, criou cascas e precisa manter em alta a competitividade, resiliência e abertura para se mesclar com novas gerações e novos formatos de atuação. Por outro lado, seus pequenos, que já não são mais tão pequenos, às vezes, calçando tênis maiores que os seus, começam a provocar uma nova dinâmica na família. Estava eu preparada? Sem dúvida que não! Achei que tudo seria como antes: eu determinaria as rotinas, estipularia as regras, coordenaria a logística e tudo funcionaria muito bem, sem stress... Sonho meu! 

E o que fazemos com a adolescência?

A adolescência vem com uma carga emocional e uma quantidade de porquês, que eu sinceramente demorei em entender que eu também precisaria mudar. Dar-me conta de que eu já tinha sido adolescente, mas nunca mãe de adolescentes. Nem tudo sairia mais como havia planejado, e sim, este era o momento em que deveríamos aprender juntos. Falhei!!! Não fui perfeita!!! Não dominei todas as situações!!! Por alguns momentos me senti "loser", frustrada, despreparada! Aquele sentimento de estar sempre devendo. Nossa... Quanta pressão! Será mesmo que temos que ser tudo isto ou somos humanos que vivem para aprender com os erros e também com os acertos? Ao longo desta jornada aprendo muito a cada dia! Pude ver que não sou perfeita e isso não é um problema! A vida é muito maravilhosa e podemos passar pelas turbulências de forma bem mais leve se olharmos tudo um pouco mais de cima, sem nos cobrarmos por cada falha, por cada pergunta sem resposta. Devemos valorizar os momentos, aprender, ouvir, curtir, dar risada, abraçar, beijar! A vida passa, as crianças crescem e certamente levarão os valores semeados por nós. Foi assim conosco e assim será com eles. Borá ser feliz!!






Tatiana Brammer é formada em comunicação e marketing " Adoro desafios e experiências", se define.

Há 2 anos e meio, é conselheira da Live University - escola focada em negociação e inteligência de mercado. Também é voluntária do Grupo Mulheres do Brasil. Um grupo suprapartidário de mulheres, que tem o objetivo de gerar propostas e ações para um Brasil melhor. Casada há 16 anos com Carlo, ela completa: "Meu super companheiro pra todas as horas, mãe do Felipe,13 e da Beatriz, 9 - minhas melhores obras - que me energizam e inspiram diariamente!! Minha mãe é meu porto seguro. Até hoje peço um colo, um conselho, uma opinião e eles vem da forma mais genuína e carinhosa que eu poderia ter!" 

As mulheres que ajudaram a desbravar o Brasil

Bertha Lutz teve seu trabalho reconhecido, mas outras não: são muitas as expedicionárias que contribuíram para o entendimento do território e da natureza do país, mas ainda são ignoradas pela história.




Bertha Lutz, uma das principais feministas do Brasil, foi também uma expedicionária pioneira 

Bandeirantes, sertanistas, tropeiros e jesuítas. Todos esses bravos homens entraram para a história como os responsáveis por desbravar o interior do inóspito território do Brasil durante o período colonial. Hoje, povoam o imaginário popular, dão nome a festas tradicionais, ruas, escolas e rodovias.

A construção memorial desses expedicionários passa a impressão que "explorador" foi um ofício que se aplicou somente a homens, sem participação das mulheres nesses mais de 500 anos de história pós-cabralina. Mas essa é uma falsa impressão.

Apesar dos registros serem falhos quando se referem às expedicionárias no Brasil, diversas mulheres também empreenderam importantes viagens pelo país a fim de catalogar e registrar povos indígenas, comunidades, fauna e flora e mapear lugares não conhecidos.

A famosa militante e intelectual feminista brasileira Bertha Lutz, conhecida por suas campanhas de direito ao voto feminino, também foi uma importante expedicionária, por exemplo. Mas por que essas informações não chegam até os livros escolares ou não povoam o imaginário brasileiro?

Além do preconceito e do machismo da época com mulheres independentes, foi somente no início do século 20 que órgãos oficiais brasileiros começaram a registrar pessoas que empreendiam esse tipo de viagem pelo país.

Foi também no início do século passado que as mulheres passaram a ser aceitas nas universidades brasileiras e serem reconhecidas oficialmente como antropólogas, biólogas, historiadoras e demais profissões que legitimassem seus registros e descobertas intelectuais.

A questão do sobrenome foi outra barreira: uma vez que se casavam, expedicionárias mudavam o sobrenome para o do marido e, geralmente, perdiam o controle sobre trabalhos anteriores assinados com o nome de solteira. A situação era pior para as que se casavam com cientistas da mesma área, pois assinavam sua produção com o mesmo sobrenome do marido e eram confundidas com ele, perdendo o protagonismo em seus próprios trabalhos.

Na documentação que se tem do extinto Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas do Brasil, criado em 1933 para regular e fiscalizar expedições em território nacional, é possível encontrar diários de pesquisa dessas exploradoras em que elas registraram casos de ridicularização e até agressões físicas.

Bertha Lutz (1894-1976)

É conhecida por ter sido uma das maiores militantes feministas do Brasil no século 20. Poucos sabem, porém, que Bertha era bióloga, naturalista e pesquisadora. Realizava expedições para coleta e estudo de plantas, flores e anfíbios no território brasileiro e descobriu inúmeras espécies de anfíbios.

Na década de 1930, a bióloga se tornou representante do Museu do Conselho de Fiscalização de Expedições. Em função desse cargo, ajudou várias mulheres a organizarem expedições pelo país.

Heloísa Alberto Torres (1895-1977)

A antropóloga Heloísa Alberto Torres empreendeu inúmeras expedições para o norte do Brasil, tendo sido a expedição para a Ilha de Marajó, no Rio Amazonas, a mais famosa. Nesta expedição, catalogou as cerâmicas das tribos marajoaras. Foi uma das poucas a ter reconhecimento internacional pelos seus estudos indigenistas, projetando a importância de se conhecer, preservar e estudar a cultura dos povos originários brasileiros.

Em 1925, Heloísa se tornou uma das primeiras mulheres a trabalhar no Museu Nacional do Brasil. Em 1938, foi nomeada a primeira diretora mulher do Museu. Sua última expedição ocorreu na década de 50, em Arraial do Cabo.

Doris Cochram (1898-1968)

A herpetóloga americana Doris Cochram viajou sozinha para o Brasil por duas semanas em um navio, em 1935, para estudar répteis e anfíbios da América do Sul. Recebeu ajuda de Bertha Lutz para conseguir fazer suas expedições, tendo Bertha acompanhado Doris em várias viagens.

Depois dessa primeira expedição ao Brasil, Doris fez mais uma em 1962, e mais outras duas para Haiti e Colômbia. Nessas viagens, descobriu e nomeou, aproximadamente, cem novas espécies de anfíbios e répteis.

Wanda Hanke (1893-1958)

As expedicionárias estrangeiras também fizeram importantes viagens que contribuíram para o conhecimento do Brasil. Elas vinham de navio, e suas viagens demoravam semanas, até meses.

Foi o caso da austríaca e etnógrafa Wanda Hanke, que foi sozinha ao Brasil, em 1933, com 40 anos, para conhecer as tribos indígenas da América do Sul. Sem apoio de nenhuma instituição, realizou expedições autônomas para o Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia. No Paraguai, Hanke registrou que sofreu agressões físicas. Por 25 anos, a austríaca reuniu várias coleções etnológicas desses povos que hoje são usadas pelos museus brasileiros.

Wanda Hanke morreu durante uma expedição na Amazônia, aos 65 anos, por ter contraído malária.

Leopoldina participou de algumas das catalogações sobre a então desconhecida história natural do Brasil

Betty Meggers (1921-2012)

A arqueóloga americanaBetty Meggers chegou ao Brasil pela primeira vez em 1948. Viveu um ano na Amazônia,desbravando a região do Marajó e do rio Madeira, como pioneira nos estudos arqueológicos da América do Sul. Betty realizava o trabalho pesado de escavações do terreno para coletar cacos de cerâmica e ossos dos povos que habitaram o Baixo Amazonas em tempos passados.

O marido de Betty também era um importante arqueólogo, mas a americana nunca adotou o sobrenome do marido. Diferente de outras pesquisadoras casadas com pesquisadores, o seu trabalho recebeu reconhecimento superior ao do companheiro.

Muitos arqueólogos que trabalham nas regiões da Amazônia se baseiam até hoje nas teorias de Betty Meggers de adaptação humana na floresta tropical e de expansão dos povos na América do Sul.

Imperatriz Maria Leopoldina (1797- 1826)

Nenhum livro de história classifica a primeira imperatriz do Brasil, Maria Leopoldina, como uma expedicionária. Mas não há como negar que a mulher de D. Pedro 1º foi uma aventureira. Para se casar com o príncipe português, Leopoldina veio da Áustria para o Brasil em uma viagem de seis semanas de navio.

Naquela época, 200 anos atrás, pouco se sabia do território, povo e geografia brasileiros. Leopoldina possivelmente não fazia ideia do que iria encontrar no novo continente americano. Pensando nisso, a princesa fez da sua viagem de mudança uma expedição: convidou cientistas e pintores europeus e trouxe em seu navio a Missão Científica Austríaca, com o objetivo de catalogar fauna e flora brasileiras. A própria Leopoldina participou de algumas das catalogações sobre a então desconhecida história natural do Brasil, tanto como catalogadora como exploradora, uma vez que caçava pequenos animais.

Os catálogos da história natural do Brasil no século 19, feitos por Leopoldina e pela Missão Científica Austríaca, estão no Museu de História Natural de Viena.

Fonte: A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. 


Médica premiada por causas sociais fala ao Novo Contexto 

"AS MULHERES DE SÃO PAULO FAZEM PARTE DA CONSTRUÇÃO DA DEMOCRACIA NESTE PAÍS.

NOS ANOS 70/80 CRIAMOS O CENTRO DA MULHER BRASILEIRA, A PRIMEIRA DELEGACIA DA MULHER, UM DOS PRIMEIROS CONSELHOS DA CONDIÇÃO FEMININA, LUTAMOS PELO SUS, PELA SAÚDE DA MULHER EM TODAS AS FASES DA VIDA, CONTRA A VIOLÊNCIA E PELA IGUALDADE DE GÊNERO.

NOSSA PARTICIPAÇÃO EM CARGOS ELEITOS (05 DEPUTADAS)AINDA NÃO REFLETE A NOSSA FORÇA.

CONTINUAMOS A CONSTRUIR POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A MULHER, PELA IGUALDADE E PELA PAZ

E NESSE CENÁRIO, FICO FELIZ EM VER MAIS UM VEÍCULO DESTINADO A FOMENTAR TODAS ESSAS IDEIAS E A GARANTIR ESPAÇO PARA NOSSAS CAUSAS. 

SUCESSO AO NOVO CONTEXTO, QUE SEJA UM CANAL DE COMUNICAÇÃO PLURAL E TRANSFORMADOR!"

- ProfªDrª Albertina Duarte Takiuti  Mestre e Doutora em Ginecologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com a tese "Estudo de um Modelo de Atendimento à Mulher Adolescente no Sistema Público de Saúde", 1999.  Coordenadora das Politicas Públicas da Mulher do estado de São Paulo - Atual


Alguns Prêmios  Ganhadora da medalha Alicia Alonso, em Buenos Aires, por trabalhos realizados em favor da Paz, 1995.

  Homenageada pelo Dia Internacional da Mulher pela Câmara Municipal de São Paulo, no dia 8 de Março de 2001.

  Homenageada pelo Dia Internacional da Mulher pela Assembléia Legislativa de São Paulo, no dia 8 de Março de 2002.

  Homenageada como cientista da Área da Saúde da Mulher e do Adolescente pelo Rotary Clube Internacional, no dia 8 de março de 2002.

  Prêmio Floriza Verrucchio pela atuação na Área da Saúde da Mulher, 2001. 


Em breve, apresentaremos uma matéria sobre os engajamentos que a Dra. Albertina Duarte tem realizado em sua carreira. Vale a pena seguir sua trajetória!

Nessa edição, acompanhe os relatos da jornalista Juliana, sua dinâmica e mais um ponto de vista sobre a maternidade.

Mãe aos 40 ou: a vida começa aos 40

Por Juliana Ricci


"Nosso AMOR incondicional permitirá que eles SEJAM quem vieram para SER. O amor nutre o ser essencial de nossos filhos." (Yvonne Laborda)

Muita gente acredita que a vida começa aos 40. E quando duas vidas começam aos 40? Uma dentro da outra. Sim, eu estava grávida aos 40. E estar neste estado, nesta idade, traz tanta coisa pra assimilar, resgatar, planejar, interiorizar, que até parece que não vai dar tempo de fazer tudo, mesmo que se tenha uns 40 anos a mais para isso. 

O corpo está diferente, as ideias já não são mais as mesmas, a vida pode até estar começando, mas parece que muito dela também já passou. Independente de tempo e espaço, ter uma nova vida crescendo dentro da gente significa uma revolução de sentimentos, obrigações, responsabilidades e amor.

A chance de começar duas vidas após quatro décadas de existência pode ser transformadora. No meu caso, que já tenho um filho de 19 anos, foi a oportunidade de descobrir uma nova maternidade. Outros tempos, outra rede de contatos e apoio. Mais madura, pude escolher um estilo de vida que considero, hoje, saudável e benéfico para minha família. Alimentação saudável, equilíbrio emocional, disciplina positiva e criação com vínculo foram alguns dos termos que entraram com peso e presença no meu dicionário. Descobri o significado de puerpério, saltos de desenvolvimento, golden hour, parto natural, intervenções médicas desnecessárias, óleos essenciais, doula e epi-no. Jogue uma dessas palavras no Google e experimente mergulhar fundo no maravilhoso mundo da chamada maternagem consciente. Também podemos conversar sobre tudo isso nos próximos textos desta coluna :-).

Ampliar os conhecimentos, olhar pra dentro, entender quem fui, quem sou e quem pretendo ser para meus filhos daqui pra frente foi um outro processo que a maternidade aos 40 me trouxe. Acolher a nós mesmos é fundamental para poder fazer escolhas mais conscientes e criar adultos equilibrados e seguros. Yvonne Laborda, escritora espanhola, autora da frase que abre este texto e também do livro "Dar voz al niño - ser los padres que nuestros hijos necesitan" diz que a única forma de acolher uma criança e entender suas emoções é curando nossa criança interior. Por isso, cheguei aos 40 com essa "missão" de cuidar de mim mesma, para poder cuidar da outra vida que estava a caminho.

Francisco está agora com quase dois anos e nesse período, entre mamadas em livre demanda, disponibilidade 24h, muito aconchego no sling e brincadeiras ao ar livre, arrisco dizer que estou criando uma base real de diálogo aberto com ele, pautada em paciência, observação, ouvir muito e amor. Felizmente tem muita gente falando e escrevendo sobre esse tipo de educação que vai além da hierarquia e da ordem, passando pelo diálogo e entendimento profundo dos estágios de desenvolvimento da criança. Quando nos olhamos, mesmo que em silêncio, sinto que o amor incondicional e respeitoso é realmente o caminho para ajudar a ele e a todas as crianças a serem humanas.

Esse tem sido, pra mim, o elixir da vida que começou aos 40 - uma nova força, que me leva a aprender mais, buscar respostas para várias perguntas, desejar um mundo melhor e me aventurar em cenários ainda desconhecidos. Os próximos capítulos? Não sei como serão. Mas vou contar tudo aqui pra vocês.


Juliana Ricci é jornalista, publicitária e amante de chás de todos os tipos, chuva, silêncio, filosofia, psicologia, observar as pessoas, yoga, meditação e boas conversas. Mãe do Vitor e do Francisco, tem se dedicado a cuidar dos filhos e aprender (ou reaprender) sobre os estágios de desenvolvimento do ser humano, principalmente a primeira infância.