Diante do quadro atual de nossa política, de nossas vidas tão virtuais, de nosso tempo quase esgotado, nos deparamos com muitos desafios aos quais somos submetidos! No dia a dia do consultório, me deparo diariamente com situações em que as pessoas se colocam em sua maioria, sem posicionamento, sem auto-respeito, deixando a vida acontecer sem tomar as rédeas e conduzindo-a como pensam ser a melhor forma.

No meu fazer clínico, através da teoria Existencialista Sartreana, observamos, psicóloga e paciente, o quanto de nós mesmos, precisamos através de nossas atitudes atingir a liberdade de ser, em busca de nosso projeto pessoal no mundo e para o mundo!

Aristóteles afirmava que "a esperança é o sonho do homem acordado". E séculos mais tarde, precisamente no momento atual, estamos perante uma enorme necessidade de esperança. Esperança nas pessoas, no futuro, no Brasil e no mundo! Mas sabe o que diferencia esperança de sonho? A Atitude! No sonho, estamos passivos, nada podemos fazer. Já a esperança, essa sim, nos é possível controlar! Na esperança podemos ser ativos, criar, planejar, fazer e acontecer!

A esperança enquanto tema, está presente na história da humanidade desde os primórdios, seja através da cultura, do credo sob a visão religiosa judaico/ cristã, da visão biológica por meio da teoria da evolução, ou através da visão filosófica socrática (na incompletude do homem e seu potencial de atualização) ou mesmo na forma de pensamento. Sendo assim, mesmo apresentadas em ideias opostas, a esperança sempre esteve presente na história da humanidade. E na atual conjuntura, mais contemporâneo do que nunca, a esperança se faz NECESSÁRIA a todos nós!

Mas como e por onde devemos começar?

A resposta é simples: Por nós mesmos e AGORA! Para isso, não é necessário que tenhamos atitudes de grandes proporções, mas sim, de pequenos e simples feitos, aquelas que dão o "start" para realizar a grande virada.

O futuro pertence a cada um de nós. Não devemos colocá-lo nas mãos de ninguém ou dar o direito de qualquer pessoa - seja político, líder religioso, ou qualquer outro influenciador - que não nós mesmos, de transformar!

Para começar, devemos primeiro, acreditar. E se não acreditarmos, devemos então, tentar! A tentativa, já é uma atitude! E qualquer atitude naquilo que acreditamos, transformará a nós e a quem nos rodeia!

Já pararam pra pensar em quantas pessoas nós admiramos? E já pararam pra pensar em por que as admiramos? É pelo que têm ou são? Ou pelo que FIZERAM pra ter ou ser? Vibramos com a vitória (ter ou ser), mas admiramos a luta (fazer acontecer).

Quem você quer ser? Como quer conquistar?

Se você está na lista dos que querem admiração, mudança e um futuro melhor para você e para a nossa nação, comece AGORA! Acredite e lute por você. E cada um que der o seu próprio "start" conquistará um acúmulo de pequenas mudanças que gerarão grandes transformações para TODOS!

Seja você e sua atitude o grande orgulho da sua vida e do meu, do nosso futuro! Acredite em você! Faça acontecer! 

Decidi escrever sobre esse tema observando meu filho mais novo. As crianças são realmente um laboratório muito rico para nós adultos. Com algumas pessoas ele demonstra uma confiança inquestionável: corre e se joga de corpo inteiro (e talvez alma) no colo da pessoa, sem pestanejar, numa entrega bonita de se ver.

De tanto observar, passei a perguntar: De onde será que ele tira essa coragem?

A palavra "coragem" tem sua origem no Latim CORATICUM. Este termo latino é composto por COR, que significa "coração" e o sufixo -ATICUM, que é utilizado para indicar uma ação referente ao radical anterior. CORATICUM seria, portanto, uma ação do coração.

No filme "A forma da Água", vencedor do Oscar 2018, a tímida e muda Elisa mostra-se corajosa e destemida ao se apaixonar por uma criatura mantida em cativeiro no laboratório onde trabalha. Ainda falando em filmes, mas também da vida real, "Na Natureza Selvagem" conta a história real do jovem Christopher McCandless, filho de pais ricos que após se formar como um dos melhores estudantes e atletas da faculdade, escolheu doar suas economias, livrar-se de suas posses e viajar por regiões de natureza preservada.

Acredito que em algum momento, diante de algumas causas e circunstâncias, nossa energia, acostumada a vibrar de determinada forma, ganha uma nova força, uma outra forma, e nos leva a pensar ou agir de maneira diferente do que estávamos acostumados. Nossos corações e mentes, unidos numa coisa só, parecem querer ir adiante, realizar algo além do que já foi feito, e somos impelidos a enfrentar os medos e o que mais for preciso. Que maravilha é pensar que não somos estáticos, mas sim seres flexíveis, capazes de mudar o rumo da nossa vida e daqueles que nos rodeiam também.

Alguns mestres budistas tibetanos costumam apontar para o coração quando falam sobre a mente, e vice-versa. Eles acreditam que as duas coisas são uma só, portanto os sentimentos e tudo o que 

pensamos brotam na mente. Mentes estáveis seriam capazes, por exemplo, de apaziguar emoções negativas e alimentar ações positivas, incluindo a coragem. No livro "Um Coração sem Medo", Thupten Jinpa, doutor pela Universidade de Cambridge, presidente do Mind and Life Institute - dedicado a promover diálogos entre a ciência e o conhecimento contemplativo - e intérprete oficial do Dalai Lama, propõe um estudo sobre a compaixão, sugerindo que a encaremos como um desejo consciente, não apenas um ideal ou uma palavra proferida sem real significado. Para isso, será preciso ter muita coragem.

Recentemente, durante uma conversa sobre rumos profissionais, comentei que às vezes me falta coragem para começar algo novo e duas amigas foram certeiras naquilo que não tenho conseguido enxergar: "Ju, você escolheu ser mãe novamente e escolheu a filosofia da criação com vínculo. Não tem nada mais corajoso que isso".

A coragem está em todo lugar, principalmente dentro de nós. Talvez seja preciso ultrapassar o medo e a crença de quem somos ou do que esperam de nós para chegar num outro lugar. Cruzar a ponte, alcançar o outro lado, abrir o peito e agir. Toda ação que vier do coração valerá a pena.

Juliana Ricci é jornalista, publicitária e amante de chás de todos os tipos, chuva, silêncio, filosofia, psicologia, observar as pessoas, yoga, meditação e boas conversas. Mãe do Vitor e do Francisco, tem se dedicado a cuidar dos filhos e aprender (ou reaprender) sobre os estágios de desenvolvimento do ser humano, principalmente a primeira infância.