Pet Dúvidas

CÃES DE TRABALHO - CÃES GUIA

Por Mila Godoy

A inspiração dessa coluna veio de uma situação que vivenciei quando morava em São Paulo. No metro e nos meios de transporte é obrigatório um assento especial com espaço para o deficiente visual e seu cão. No dia em questão eu estava no metrô e havia um cego com o seu cão guia, um lindo labrador preto, sentados no assento demarcado. Em São Paulo é muito comum encontrar deficientes visuais com os seus cães guia, mas mesmo assim, foi triste a cena que presenciei: no meio da multidão que saiu do vagão, junto com o cego e o seu cão, uma senhora deu um grito, assustando a todos, e gritou, brigando com o cego: como você vem com um cachorro grande desse jeito? Não pode animal aqui no metrô e você vem com esse monstro? O rapaz, constrangido, no meio da multidão seguiu em frente, pedindo desculpas. Mas eu tomei a frente e disse que não havia nada de errado no cão ali. Ele estava a serviço de um deficiente visual e que a atitude dela só atrapalhou e colocou o cego em situação de risco, pois o cão assustado poderia correr. A senhora em questão seguiu em frente, emburrada, por se achar na razão.

O que aquele dia me fez refletir? Que muita gente não conhece a importância de um cão guia e porque ele tem de ser de uma raça grande. Aliás, muitos ainda tem a associação errada: cão grande é um cão bravo, agressor. E para um cão chegar ao deficiente é um longo caminho a ser percorrido.

Apesar de muito conhecida a função (sabe-se que existem cães desde 1918), há poucos cães guia para o número de deficientes visuais no Brasil e no mundo. Em 2019, o número da fila de espera num dos Institutos de Cães Guia, era de 400 pessoas esperando um cão. Apesar da função ser antiga no mundo, no Brasil a regulamentação desse cão (dando direito a deficientes visuais o acesso com seus cães em transporte público, inclusive, metrô foi em 2005). Aliás fica aqui a dica de leitura " Minha vida com Boris"- da deficiente que engajou e foi pioneira no acesso ao cão Guia no Brasil.

Porque é tão difícil ter um cão guia? Primeiramente porque formar um cão guia não é fácil. Durante muito tempo esse processo foi feito no exterior e a fila de espera era gigantesca e poucos tinham acesso a ir nos EUA ou outro país para buscar os seus cães. Quando a lei foi regulamentada no Brasil muitos institutos como O Instituto Iris e a Fundação Helen-keller se esforçam para que a formação desses animais seja feita aqui no país para facilitar o acesso. Facilitou muito, mas a fila de espera continua grande.

Mas porque os cães guia fazem tanta diferença pra vida de um deficiente visual? Diferentemente da bengala, eles fornecem mais agilidade e segurança, uma vez que conduzem o deficiente e o desviam do obstáculo (buraco, declive, galho, pessoas distraídas, etc), inclusive, parando para atravessar a rua (nem toda cidade tem um semáforo sonoro!!).

Os melhores cães guia são das raças: golden retrivier, labrador, pastor alemão, pois são raças onde os animais são inteligentes, de fácil aprendizado, boa forma e temperamento estável e isso é essencial, pois não dá pra ter um cão com personalidade forte ou que seja de lua, além disso tem um bom tamanho para guiar uma pessoa adulta (somente pessoas acima de 18 anos podem ter um cão guia).

Cães guias não podem ser vendidos, todo esse serviço é feito por meio de doação, feito por instituições especializadas que adquirem o animal de criadores confiáveis e iniciam o processo de formação. O filhote é levado para uma família de acolhimento cadastrada na instituição. Essa família vai ficar com o animal sendo responsável por dar os primeiros passos de obediência e sociabilização, em acostumá-lo a usar transporte público, parques e escolas e não estranhar as multidões. Depois de cerca de 1 ano a 1 ano e 6 meses, o animal retorna ao instituto que junto ao instrutor e o prepara para finalizar o treinamento. Em média, demoram cerca de 2 anos para formar o cão.

É chegada a hora então do cão formado conhecer o seu futuro dono. Daquela fila de espera, faz-se uma triagem e se promove um encontro onde se avalia se há compatibilidade com o cão guia e seu dono. O deficiente tem que provar que tem condições financeiras de manter o animal e que já fez o uso de bengala para facilitar a adaptação que costuma durar cerca de 30 dias.

Nessa fase, o instrutor acompanha a nova dupla para a vida do deficiente, indo pro trabalho, supermercado, e onde mais ele vá para ver se o cão está conduzindo bem e se está dando tudo certo. Aprovada a fase de adaptação, o cão guia é doado ao deficiente sendo deste a responsabilidade dos cuidados veterinários, nutrição e banhos. Apesar de ser doado, o cão ainda pertence ao canil e pode ser recolhido a qualquer momento quando se verifica maus tratos.

Sendo um cão de trabalho, esse animal também pode ser aposentado por volta dos 8 anos de idade. Idade onde o cão começa a apresentar problemas de locomoção e de velhice. Nesse momento, o deficiente pode ficar o animal e adquirir outro ou o animal é doado para outra família cadastrada no canil que deseja ter esse animal. Afinal, um animal que tanto fez o bem na vida de alguém merece uma aposentadoria de respeito!

Então da próxima vez que ver um cão grande por aí, não grite! Lembre-se que ele pode estar em treinamento ou sociabilizando. Quer conhecer mais a vida com um cão guia? Fica a dica de leitura " Minha vida com Boris"- da Thais Martinez. Uma leitura deliciosa e emocionante.

Gostou do trabalho e quer ajudar? Entre no site do Instituto Iris e da Fundação Hellen-Keller e conheça mais as formas de contribuir com esse trabalho. Até a próxima coluna!!


BODAS DE ALGODÃO DA COLUNA PET DÚVIDAS!

Por Mila Godoy

Pausa estratégicas nas colunas! Segunda, dia 08 de março, a Revista Novo Contexto fez 3 anos de aniversário! E nossa coluna, a Pet Dúvidas, está comemorando Bodas de Algodão com o site.

Sempre gostei dos aniversários do site. Ele é comemorado na mesma data do aniversário da minha querida amiga e Editora , a Adriana. Sempre a festa do site é conjunta com a festa de Aniversário dela. É sempre uma oportunidade de conhecer os demais colunistas que compõem esse time, porque a gente não costuma se ver muito pessoalmente, rsrsrs. Um monte de mulheres (e 1 único homem), reunidas, conversando, falando, comendo e rindo.

Foi no primeiro aniversário do site que a Coluna Pet dúvidas começou a ser desenhada e elaborada por nós. A gente conseguiu no meio de um monte de gente para dar atenção e conversar, desenhar a coluna e deixar o projeto meio que engatilhado para o lançamento. A coluna ao longo desse tempo mudou bastante: a gente muda o jeito de abordar o assunto, o tema para escrever. Na pandemia aprendemos a nos reinventar e colocamos as lives. E eu lembro o quanto era difícil pra nós gravarmos um simples story para as redes sociais. Não era tão comum e partir pra uma live então, foi um desafio.

Mas a gente aprendeu e a live veio pra ficar nas pagínas do facebook, principalmente. A coluna que antes era só para tirar dúvidas de cães e gatos, abriu o espaço para discussões de outros temas da medicina veterinária que muita gente desconhece, e passou a conhecer um pouco sobre o assunto. Já falamos de aquário, raças de bicho, inspeção de alimentos, síndrome de bournot, suicídio, e muito claro, sobre covid e os pets. A pandemia nos fez mudar o jeito que nos relacionamos com a nossa própria espécie e com os pets.

Boda de Trigo para o Novo Contexto
Boda de Trigo para o Novo Contexto

O público que antes era predominantemente feminino (ainda somos a maioria sim), passou a receber mais leitores homens. Tenho muitos amigos que esperam a coluna para dar uma lida e conhecer melhor o seu pet. Até sugestão de coluna eles dão, e isso é gratificante, saber que a informação chegou e que está sendo aproveitada.

A gente tinha muitos planos de reinventar e aproveitar essa coluna pessoalmente, principalmente para comemorar o aniversário dela, mas ainda não conseguimos concretizar. A pandemia nos fez deixá-los de lado momentaneamente. Por outro lado, a pandemia fez muito mais gente conhecer o trabalho, pois a quarentena, acabou levando ao home-office, home-school, delivery, e muito mais acesso as redes sociais.

Que venham de novo muitos aniversários para nós! Parabéns Novo contexto e Parabéns para nós!


O GATO PODE QUEBRAR A CAUDA?

Por Mila Godoy

Quem tem um gato em casa sabe o quanto é admirável e encantador esse animal. Mesmo pra quem não tem um, sabe que esses animais são super ágeis e verdadeiros acrobatas, já que caem sempre de pé, e fazem escaladas mágicas, que deixam os seus donos de cabelos em pé.

Mesmo sendo muito ágeis, um acidente pode acontecer e provocar a fratura da cauda do animal. Mas porque isso é importante? Afinal tem bicho que não tem rabo, tem gatinho que nasce com o rabo torto e fica tudo bem, não é?

Primeiro é importante saber a importância do rabo para os animais. Ele não é um simples acessório: ele é a extensão da sua coluna vertebral , tendo um grande papel no seu equilíbrio. Portanto, quebrar a cauda é coisa séria sim, pois além da dor do desconforto ,o seu bichinho pode ter afetado o controle de fazer cocô e xixi, se não for tratado adequadamente.

E como um bichano quebra o rabo? Infelizmente na maioria das vezes , acontece dentro de casa por um descuido do dono, que não percebe a gravidade da situação: fechar uma porta, com o rabo do gato junto é o suficiente para quebrar a cauda.

Outras situações em que isso pode acontecer:

Como você pode ver, o gato não causa a fratura. Em todos, o que causa é um fator externo. Então por isso que um gatinho sem rabo ou um com o rabo torto que não aparenta problema é porque já nasceu desse jeito. Acontece!

Como você sabe que o gato quebrou a cauda? Essa é a pergunta que deve estar ecoando na cabeça de muita gente. Isso é uma tarefa difícil, já que a maioria dos casos não é uma fratura exposta, visível. Mas um tutor de gato é sempre atento ao felino e suas mudanças, então costuma notar :

Agora que você já sabe os sintomas, o que fazer se o seu gatinho quebrou o rabo? Leve ao veterinário de sua confiança, que provavelmente poderá solicitar um raio-x para confirmar o diagnóstico e dessa forma determinar o tratamento mais adequado para cada caso; que pode ser desde de uma simples tala ou de um procedimento cirúrgico, dependendo do local da lesão.

Não entre em pânico. Há medidas simples para prevenir, como:

Como você pode ver, são medidas simples e fáceis de se segur , que garantem a segurança do seu animal. E da próxima vez que pisar no rabo do seu gato sem querer, não deixe de pedir desculpas e observar o seu gatinho. Até a próxima coluna!


DEPRESSÃO EM CÃES E GATOS

Por Mila Godoy

Depois de um período de férias, estamos de volta com a coluna! Este mês é conhecido na Saúde como Janeiro Branco em que o objetivo é chamar a atenção a saúde mental das pessoas. Em sua 8ª edição, o lema desse ano é "Todo cuidado conta". A campanha busca incentivar as pessoas a procurarem ajuda sempre que possível, pois ainda existe, infelizmente, o preconceito contra as pessoas que buscam auxílio psiquiátrico e psicológico quando apresentam algum problema. Aproveitando o Janeiro Branco vamos falar de um tema pouco discutido: depressão em cães e gatos. Sim, os animais também podem apresentar esse quadro e o seu tutor sofrer com isso.

Muita gente desconsidera a depressão nos animais, e muitos acham que é um exagero. Mas sim, os animais podem apresentar um quadro depressivo, mas diferentemente do que ocorre em humanos, é sempre relacionado a um quadro muito estressante.

E o que pode estressar um cachorro ou um gato? Afinal, eles estão sempre lá na vida boa: dormindo, comendo de graça (não paga a ração que come), não trabalham, só brincam. Nada pode estressar certo? Sim, pode sim, e algumas vezes o dono mesmo é o responsável:

Agora que você já sabe o que causa a depressão em animais, como você vai identificar? Fique de olho nesses sinais:

Identificou alguma situação estressante e algum sinal de que seu animal está deprimido? Não entre em desespero, porque você pode ajudar muito o seu pet. E diferentemente do que ocorre em humanos, o quadro depressivo dos animais não costuma se prolongar muito, no máximo meses. Mas não custa dar uma mão ao seu amiguinho.

O primeiro passo é tentar estimular mais: brincar mais, sair pra passear mais vezes, um novelo de lã que ainda ele quer pegar, etc. Descubra o que ainda anima o seu animalzinho, e quando ele se mostrar animado, faça festa, e mostre para ele que será recompensado por isso. Se houve a perda de outro pet na família, você pode tentar adotar um outro animal, mas lembre-se que nessa tentativa, o período de adaptação ao novo membro é estressante, e seu animalzinho ficar mais deprimido ainda. Evite exagerar ou recompensar o comportamento quando ele está quieto, pois também pode piorar o quadro.

Tentou tudo isso e não deu certo? Seu pet continua depressivo? Hora de procurar ajuda veterinária. Sim, o veterinário pode ajudar bastante nesse quadro. Inclusive, na medicina veterinária, existe a Psicologia animal, em que o veterinário trata e busca ajudar o dono a lidar com esses quadros comportamentais alterados. O especialista vai avaliar o animal, e prescrever algo de acordo com o quadro clínico, novas interações comportamentais ou ainda ansiolíticos e antidepressivos para os casos em que houver necessidade.

E, calma, se esse for o caso do seu pet, não se preocupe. Cães e gatos costumam ter um prognóstico melhor que humanos deprimidos. Os casos costumam durar no máximo de 06 a 12 meses. Não dê esse tipo de medicação ao seu animal sem prescrição veterinária!! Somente um veterinário sabe o que usar, e se realmente é necessário utilizar medicação. A maioria dos veterinários só faz uso da medicação em último caso.

Como vocês viram a depressão em animais também é um quadro sério e que precisa de acompanhamento veterinário. Não deixe de ajudar o seu pet se achar que ele está deprimido. Todo cuidado conta! Até a próxima coluna!!


ACNE FELINA

Por Mila Godoy

Você sabia que os gatos também podem ter Acne assim como acontece nos humanos? E que é mais comum do que você imagina?

Pois é, os bichanos também possuem problemas dermatológicos e esse é bem comum, entretanto, passa desapercebido por muitos donos. Ela pode aparecer em qualquer idade ou sexo do animal, e por muitos tutores não saberem que ela existe, é muito difícil perceberem os sintomas iniciais da doença.

Como na Acne humana, os sintomas são parecidos com os nossos: pequenos pontos pretos que ficam obstruídos (os chamados cravos), e que ao serem coçados pelo animal, eles acabam infeccionando e formando pontinhos de pus, caracterizando a Acne. A diferença está na localização da lesão: eles aparecem debaixo do queixo e embaixo dos lábios do animal. É muito difícil perceber os cravos no animal, pois depende da cor dele, do quanto permite ser acariciado, e do olhar observador do dono. Muito mais comum, a acne ser notada quando está com pus. A gente sabe como uma espinha incomoda né? Então, com os gatinhos isso também incomoda, e eles demonstram isso coçando o local.

Mas porque aparece as espinhas nos gatinhos no queixo e nos lábios? Porque são esses os locais que eles não conseguem se limpar, quando tomam banho. Assim, quando eles se alimentam nos potinhos de plástico, seja para beber água ou comer ração, eles tocam essas regiões no plástico , que é um meio favorável para qualquer bactéria entrar e infeccionar os cravos já existentes.

Pouca gente sai levantando o queixo do gato por ai, pra notar os cravos ou a acne. Muitos só vão notar quando a ferida está sangrando, com inchaço, com furúnculos, e coceiras. Mas claro, pode ter alguém que levante e veja muitos pontinhos pretos nessa região e fique curioso.

É importante tratar a acne felina, pois é uma porta aberta para infecções e causar outras doenças no gato. Não precisa se preocupar: a doença não passa de gato para gato ou para o cachorro, muito menos pra você!! E é super fácil de tratar e prevenir.

Se você foi curioso e notou os pontinhos pretos no queixo e no lábio do seu gatinho, não pense em espremer esse cravo. Passe um pano úmido com agua morna e se limpe o local. Caso não resolva, leve o animal ao veterinário. Se já virou acne, o jeito é levar no veterinário mesmo, para que ele avalie o quadro e veja qual o antibiótico e se há necessidade de tomar outro medicamento, e também algum produto para controlar a oleosidade da pele e inflamação.

Mas você pode ajudar o seu gatinho tomando uma medida simples: substitua o seu potinho de plástico por um de cerâmica ou inóx. O plástico é poroso e acumula a gordura dos alimentos (mesmo que você lave bem ele), principalmente de rações úmidas que os bichanos adoram. Além disso, por esse mesmo motivo, se tornam fonte de para acumular as bactérias responsáveis pela acne felina. Ou seja: se seu gatinho tem predisposição a ter acne, o potinho só vai ser mais uma fonte do problema. Não quer se desfazer do pote super fofo que você comprou e tão lindo que seu gato adora? Então lave com frequência os recipientes de agua e ração e observe o seu animal.

Com medidas simples você protege o seu animal!! Até a próxima coluna!!


AMOR DOENTIO: ACUMULADORES DE ANIMAIS

Por Mila Godoy

Todo mundo conhece uma casa assim: uma casa cheia de gato e cachorro, muito mal cuidada e com muito lixo junto. Você sempre passa e se pergunta como aqueles animais foram parar lá, e se alguém cuida deles. E espantado, se choca quando vê que há uma pessoa solitária, que mora no meio dessa bagunça. Imediatamente pensa: que pessoa malvada!! Como pode deixar os animais nessas condições?? E que nojo!! Como ela vive ali? Certamente são esses os pensamentos que passam pela cabeça.

Nessa casa mora um acumulador de animais, e ele está causando danos aos animais, a sociedade e a si mesmo. E ele precisa de auxílio.  

Essa pessoa mantém um número de animais muito maior do que consegue sustentar, submetendo a si mesmo e aos animais, a um stress constante por conta do ambiente superlotado e inadequado. Muitos ainda podem passar fome e doenças por estarem em condições insalubres.

Mas vamos diferenciar: não confunda um acumulador de animais com uma pessoa que tem muitos animais. Uma pessoa pode ter 20 gatos ou 10 cachorros e não ser acumulador. Quando então passamos a considerar uma pessoa doente com Transtorno Acumulação de animais?

Segue abaixo os 3 critérios :

Mas e os vizinhos? Os vizinhos dessa residência são os primeiros a notar o problema. Ninguém gosta do barulho excessivo, do mau cheiro que vem pelo volume de fezes e urina gerada, pelos ratos que aparecem pelo acúmulo de lixo, e logo taxam a pessoa como persona non grata. Muitos tentam ir conversar com esse acumulador, mas sempre com ameaças de chamar a polícia, a processar, sempre com agressões e com incompreensão, que só pioram o quadro do acumulador, que se fecha nesse mundo e fica cada vez mais resistente a confiar nas pessoas. Ninguém ali ao redor consegue enxergar a doença no indivíduo, e sim o problema que ela causa. Para esse acumulador, ele realmente está ajudando e fazendo o bem aos animais, vendo a si mesmo com um salvador. Por mais absurdo que possa parecer, ele realmente ama os seus animais e por isso a resistência em doa-los, tentando manter todos pois acredita que estará protegendo-os.

A maioria das pessoas associa o acumulador como uma pessoa idosa, solitária, mas a doença pode acontecer em qualquer idade. Normalmente os acumuladores são idosos e solitários porque nessa idade há um isolamento e uma degeneração do cérebro por conta da idade. Porém, esse transtorno pode aparecer em qualquer idade, e muitas ONGS e entidades de proteção animal se enquadram nesse perfil causando os mesmos danos aos animais. Quem nunca ouviu de uma protetora que tem 200 animais e vive em condições insalubres e pedindo ajuda?

Não há muitos estudos sobre quantas pessoas no Brasil apresentam esse problema pois é pouco estudado. Muita gente associa o acumulador, a famosa personagem "louca dos gatos" dos Seriado Simpsons. Mas muito acumulador é inteligente, carismático e sabe esconder a situação em que está, o que dificulta ainda mais o diagnóstico.

Já está claro que a pessoa e os animais precisam de ajuda, né? E que agredir ou ameaçar não vai resolver o problema. Atualmente muitas prefeituras mantém equipes multidisciplinares para atender essas ocorrências. Mas é uma situação difícil de ser resolvida imediatamente, pois não é somente retirar os animais e o lixo como muita gente acha que ocorre. Se isso acontece sem nenhum preparo psicológico do acumulador, ele novamente passa a acumular mais lixo e mais animais. Mas não fique esperando o poder público resolver. Ainda que muitas prefeituras tenham ações voltadas para esse problema, muitos se deparam com a morosidade do poder público em resolver as questões técnicas envolvidas. Então segue abaixo umas dicas:

E principalmente tenha um outro olhar ao ver uma casa suja com muitos animais. Não feche os olhos achando que os animais estão bem e que suportam tudo. Também não se esqueça da pessoa que está lá e precisa de ajuda. Seja paciente e forte e tenha consciência de que ali é um lugar com muito amor, mas é um amor doentio. Lute pelos animais e ajude o acumulador.

Até a próxima coluna!


Meu pet me mordeu. E agora, o que faço?

Por Mila Godoy

Todo mundo acha que seu cão e gato é dócil, afinal, ele foi cuidado desde pequeno com tanto zelo e amor que quando acidentes acontecem é inevitável pensar: o que deu nele?

Do nada um simples gesto significa ameaça, e o cão ou gato para reagir, por medo, arranha ou morde o seu próprio dono. A maioria dos donos experimenta um sentimento de raiva contra o seu animal após a mordida. Uma raiva com uma dor pelo ferimento, que é variável conforme a potência da mordida e do acidente. Tem gente que logo mete um safanão no pet ou sai ainda batendo horrores no animal achando que ele vai entender o que aconteceu.

Sinto muito mas ele não entendeu. E você não entendeu ele! Cães e gatos se comunicam de forma diferente: quando se sentem acuados, com medo, reagem da forma que se sentem mais seguros: mordendo ou arranhando. Mas antes deles fazerem isso, eles já mandaram muitos sinais de que não estava feliz com o seu comportamento, mas você insistiu em continuar o que fazia.

Acidentes podem acontecer por motivos variados: durante a medicação do animal por dor, separando briga de outros animais (eles sempre conviveram juntos e nunca deram problema, e, do nada começaram e não pararam, é essa a frase mais comum), durante uma tentativa de aproximação (aquele carinho que você insiste em dar e o pet não quer), ou mesmo durante a alimentação, mexendo no pote, mexendo num brinquedo e por aí vai.

Esse tipo de acidente acontece muito, em média cerca de 700 a 800 casos, variando do tamanho da cidade. E esse são apenas os casos em que há procura de atendimento médico. Muitos não são sequer notificados. Em cidades onde há centro de zoonoses, esse é o primeiro lugar que muita gente procura após o acidente. Infelizmente, não pelos motivos certos.

Lembra que eu disse lá em cima que a pessoa fica com raiva? Seguido da raiva há a descoberta, principalmente em raças grandes, que o cão pode machucar. E se essas raças forem pitbull, rotwailler, pastor alemão, ou qualquer cachorro grande mesmo, é o suficiente para o amor incondicional do tutor sumir, e vir cobrar do serviço publico uma ação que para ele é bem óbvia: pegar o cachorro porque ele não quer mais. Simples assim.

O que o tutor não compreende, é que quem errou com o cão foi ele: não pesquisou sobre o animal, sobre a raça que ia adquirir, se era adequada ao seu estilo de vida ou não, inclusive, já tratamos desse assunto na coluna (corram aí abaiox) . Muitas vezes adotou por impulso, e no primeiro problema, corre para a centro de zoonoses ou para o abrigo municipal.

Mas seu pet mordeu e você não quer fazer isso com ele. Após o acidente, seja  ele qual for, é importante lavar a ferida com água e sabão. Isso já basta. Todo mundo lembra da Raiva, uma grave zoonose, onde nesse tipo de acidente pode ser uma consequência. Mesmo que seu cão e gato seja vacinado, é importante procurar um médico para que ele possa avaliar a ferida. As bocas dos animais possuem bactérias que podem infeccionar o local, e em alguns casos, em ferimentos muitos extensos, o médico precisa avaliar qual a conduta clínica tomar. 

Acidentes causados por gatos merecem atenção redobrada: aquele bichinho pequenino tem uma mordida potente que normalmente causa estragos. Uma das complicações é a doença da mordida do gato, que é uma infecção no local da ferida, causada por uma bactéria que existe na flora bucal dos felinos. Por isso que é importante lavar bem a ferida e procurar o médico, para que ele possa tomar providências.

Muita gente que procura o médico após o acidente acha esquisito tomar a vacina de Tétano e não tomar a vacina de Raiva. Inclusive acham que o médico errou na conduta. Não errou não. Mordidas por cães e gatos podem ser fontes de transmissão da bactéria causadora do tétano. Essa vacina muita gente está em atraso, e na dúvida, o médico indica a vacinação para prevenir essa complicação.

E a de raiva porque não tomo? A de raiva é aplicada em último caso. Somente quando não se tem histórico do animal agressor (como um cão de rua por exemplo que sumiu e não apareceu), quando o animal agressor morre logo após o acidente. E porque só nesses casos?

Então, a vacina mesmo segura, apresenta reações vacinais. Além disso, o médico precisa decidir se é melhor o soro ou a vacina. E essa vacina está em falta. Há dificuldades na produção da mesma, no fornecimento, então ela deve ser usada em último caso.

E o que mais você pode fazer após o acidente? Respira fundo, e entenda que não soube se comunicar direito com ele. Evite deixar crianças sozinhas com os animais, independente do tamanho e do temperamento do animal. Se você adulto tem dificuldades em entender a comunicação entre animais e homens, imagina uma criança. Por isso que a maioria dos acidentes acontecem com crianças, pois elas não interpretam corretamente os seus sinais.

Saiba perdoar o seu animal não importa o tamanho do machucado. Não bata, não o puna, não o maltrate, não o abandone. Ele sabe que errou pois não queria fazer isso com você. Ame-o.

Nenhuma dor é maior do que a dor que ele sente quando é punido, maltrado ou pior ainda abandonado por aquele que ele confiava. Foi só uma briga, mas que relacionamento não tem não é? Curta o seu pet e tome cuidado pra não se machucar outra vez.

Até a próxima coluna!


SAPATO PARA ANIMAIS: USAR OU NÃO?

Por Mila Godoy

O sapato para cães é um acessório pet que surgiu e muita gente curte colocar no seu pet, afinal os lançamentos são sempre os mais fofos possíveis e todo mundo quer fazer um graça com o seu animal. Entretanto, seu uso é controverso e gera muitas dúvidas entre os tutores. Mas mesmo com as duvidas, a indústria segue o seu fluxo e continua a fabricar as mais diversas formas e opções.

Mas o sapato tem sua utilidade?

Seus defensores dizem que no inverno protegem os animais do frio, e no calor, protegem as patinhas dos animais de machucados por conta do asfalto quente. Agora com a pandemia surgiu mais um argumento: vamos evitar o contato direto ao chão para que não haja contaminação cruzada. É melhor que limpar a pata...

Definitivamente a pandemia mostrou que as pessoas não entendem mesmo de patas. As lesões por causadas nos coxins (aquelas coisas fofinhas nas patinhas), por queimaduras por produtos químicos que as pessoas acreditam que estão esterilizando foi o maior causa nos atendimentos emergenciais e mudança no padrão dos atendimentos dos clínicos veterinários, onde esse tipo de situação era pontual e acidental. Isso porque, no desespero para esteriliza-los as pessoas passaram a não acreditar em lenços umedecidos como sendo o suficientes, e aí começaram a apelar usando álcool, água sanitária, desinfetantes fortes, que machucariam a uma pessoa que usasse nessas mesmas condições, mas que por alguma razão a pessoa supõe que não terá o mesmo efeito nos cães.

As patas são as regiões mais sensível de um animal, e é onde eles sentem mais dor. É nas patas que os animais fazem as trocas de calor e é por meio dela que elas reconhecem o local onde está. Então essa é uma região delicada e deve ser tratada com cuidado.

O uso de sapatos impede que os animais realizem a troca de calor por completo, e com o sapato, a troca de calor continua acontecendo mas dentro do sapato já que o calor não sai, e assim o animal tem dificuldade de manter a temperatura dentro da normalidade essencial para os dias quentes onde a temperatura sobe muito rápido.

Sobre a unhas, o  que muita gente se incomoda é quando seus pets estão com as unhas grandes, não são desgatadas, e portanto, as unhas crescem e machucam o tutor, ou, ainda acabam se quebrando e lesionando o animal de alguma forma. E quando há um machucado no local, qualquer tratamento é complicado, já que o animal se lambe a toda hora e o ferimento está sempre em contato com o solo com risco de infecções.

Há países em que o uso do sapato é utilizado em animais seja pelo serviço que realizam como cães de busca como necessidade temporária pois eles tem que entrar em terrenos difíceis e podem se machucar, aí nesses casos o acessório é utilizado como um EPI durante o serviço, e retirado após a busca, mas não é um acessório continuo do animal para um passeio diário.

Num país quente como o nosso, onde o calor beira os 40 graus ou mais, precisamos ter bom senso nos horários dos passeios, que já é um diferencial determinante no cuidado com o pet. Uma dica que costumo dar é: antes de sair com seu cachorro vá de chinelo e coloque o pé descalço no asfalto. Se você não aguentar porque está quente demais, seu cão também não aguentará, portanto, não é um bom horário pra você sair com o seu pet. Se do contrário você conseguir ficar confortável no asfalto, significa que o seu animal também poderá passear.

E depois do passeio, como desinfetar? Acredite! Lenços umedecidos são mais do que suficiente, pois não foi comprovado a transmissão de coronavírus de animais para seres humanos. Aqui também vale o mesmo conselho: eu passaria em mim que estou prestes a passar no meu animal? Pense se você passaria álcool, água sanitária ou outro desinfetante em você. Se a resposta for sim, passe do mesmo jeito que passaria em você. Se a resposta for não, não use em seu animal.

Se ainda assim você for adepto ao uso do acessório, use-o com cuidado e por pouco tempo. Não deixe de manter as suas unhas curtas, e o sapato não deve ser utilizado dentro de casa simplesmente porque tem medo que o machuque com as suas unhas ou qualquer outro motivo. O uso deve ser pontual e esporádico, pois é justamente a frequência do uso que causa problemas ao animal.

Cuide bem das patinhas do seu pet! Elas são o primeiro lugar onde eles demonstram amor, afinal, quem nunca ficou carimbado com a pata suja do seu pet?

Até a próxima coluna.


Doação de sangue em cães e gatos: conheça os bancos de sangue veterinários

Por Mila Godoy

Você sabia que seu cão ou gato podem ser doadores de sangue? Ou receber sangue? Iniciativa pouco conhecida no Brasil, os bancos de sangue veterinários enfrentam dificuldades em manter os seus estoques sempre cheios, e salvar vidas. Isso porque, a maioria dos proprietários , somente vai se deparar com uma doação, ou recebimento de uma bolsa de sangue, quando se depara com a necessidade dela: uma doença do carrapato mais avançada, um câncer, uma cirurgia onde há perda de sangue, um acidente ofídico, insuficiência renal, etc.

Nessa situação, o tutor que vai receber a bolsa de sangue, sai a caça de um doador para que seu animal receba a bolsa de sangue a tempo. Isso é muito comum em cidades em que não há um banco de sangue veterinário perto. E muitos cães não aguentam a espera, e morrem antes do aparecimento do doador. Aquelas cidades em que há bancos de sangue, os estoques costumam ser baixos pelo baixo conhecimento do assunto. Não há uma legislação específica para bancos de sangue veterinários, que normalmente seguem os protocolos de um banco de sangue humano.

Uma das maiores dificuldades em se conseguir uma bolsa de sangue começa pelo perfil do doador canino. O cão deve ter:

 Pesar a partir de 25kg ( o que é difícil pois a maioria das pessoas opta por um cão pequeno porte quando se deseja adquirir um).

 Ter entre 1 a 7 anos de idade

 Possuir carteira de vacinação e vermifugação em dia

 Ter controle de pulgas e carrapatos regular

 Apresentar personalidade dócil

 Estar clinicamente saudável

 Nunca ter recebido uma transfusão sanguínea.

 Ser negativo para doença do carrapato

 Fêmeas não podem estar gestantes e nem no cio

Os gatos doadores devem possuir as seguintes características:

 Peso superior a 3,5Kg (alguns veterinários recomendam acima a partir de 4 a 5kg)

 Calmo

 Saudável

 Idade entre 1 a 8 anos

 Ter criação indoor (somente dentro de casa, sem acesso a rua)

 Apenas alimentado com ração

 Sem doenças infecciosas

 Carteira de vacinação e vermifugação em dia

 Não fazer uso de medicação

 Não podem estar no cio ou gestantes no caso de fêmeas

 Não ser obeso

 Ser FIV e FELV negativos.

Em média coleta-se uma bolsa de 400 a 450 ml em cães e em gatos coletas de 20 a 40ml. As doações são feitas em intervalos de 3 meses, e o sangue é submetido a uma batelada de exames antes de ir para a doação.

Já viu que não é fácil arrumar um doador de sangue pet né? Então se você já vê como os bancos de sangue humanos sofrem para manter os seus estoques cheios, imagine um banco de sangue veterinário. Muitos deles para manter os seus estoques tem parcirias com criadores de cães e gatos. Sim, porque esses criadores possuem um volume de animais disponíveis para doação de sangue, e em troca recebem os exames de saúde de seus animais.

Criadores de cães de raça salvam muitas vidas de pets, e tem muita gente que não sabe. Pois é da bolsa de sangue doadas desses animais que se mantém os estoques dos bancos de sangue veterinários do pais.

Se você tiver um cão e gato que atenda essas características ele pode ser um doador, sabia? Sim, pode. Você pode entrar em contato com um banco de sangue veterinário de sua cidade, avisar que deseja cadastrar o seu pet como doador. Eles vão verificar o seu animal e  informar os procedimentos. Caso não exista um banco de sangue veterinário em sua cidade, você pode informar ao seu veterinário de confiança mesmo, que quando ele precisar de uma bolsa de sangue, o seu animalzinho está a disposição. Acredite, ele ficará muito feliz, porque a peregrinação para se arrumar um doador no meio de uma emergência será poupada. 

Seu pet estará ajudando a salvar uma vida e não se preocupe, o procedimento de doação é rápido e indolor. 

Como o acesso de coleta é pela veia do pescoço, o enchimento das bolsas é rápido. Ele não sente dor, e nada acontece após a coleta. Por isso é necessário cães e gatos docéis, para evitar o uso de sedativos. Eles ficam deitados o tempo todo, e aceitam muito bem o procedimento de doação. Alguns cães podem ficar quietinhos nas primeiras 24 horas após a coleta.

Doar sangue é um ato de amor e solidariedade a quem necessita de ajuda. Cadastre seu pet como doador, se tiver um animal que atenda essas características. Espero que seu pet nunca precise desse procedimento, mas se precisar, que conte com esse ato de amor. Até a próxima coluna!


Despedida final do meu pet... Como destinar o corpo corretamente?


Por Mila Godoy

Você passou um longo período cuidando do seu pet, mas, infelizmente, a hora dele chegou... A temida despedida final aconteceu e agora você sofre pela partida do animalzinho que tanto amou. 

Despedaçado, no meio de tantos pensamentos e tristezas tem de lidar com um problema prático: o que fazer com o corpo do seu animal? 

Muita gente não sabe, mas enterrar corpinho de bicho em sítios e chácaras não é o destino correto, pois pode haver contaminação de lençóis freáticos das proximidades. Sim, essa prática existe faz tempo, entretanto isso acontece por falta de orientação, fiscalização e lugar para dar destino ao corpo do animal. Muito pior, há tutores que colocam o corpo num saco plástico e simplesmente jogam ao longo da pista ou estrada de terra. Uma falta de respeito ao corpo do animal e um destino cruel para quem lhe foi fiel durante toda a vida. Mas acontece com frequência, pois não é incomum topar com corpos de cães e gatos sendo comido por urubus por aí.

Por conta disso, o mercado funerário pra pet tem crescido. Existem cidades em que há o cemitério de animais, onde os tutores podem comprar um plano funerário e garantir um jazigo ou a cremação do seu animalzinho, com direito a velório ou não. Alguns inclusive já fazem um mimo de uma jóia para entregar ao dono, com as cinzas. Um gesto singelo, e uma delicada homenagem para um momento tão doloroso.

Muita gente acha que é simples construir um cemitério para animais, mas dá o maior trabalho. O investimento e documentação são os mesmos dos exigidos para cemitérios humanos, e os mesmos requisitos, já que devem ser construídos em uma área adequada para esse fim. Em média o investimento mínimo é de R$ 1milhão de reais, fora as licenças ambientais da Cetesb.

Pelo seu alto custo e demora burocrática eles não existem em grande número por ai. Mas a cremaçãorealizada por esses e outros locais ainda é o destino correto do corpo de animais. Dessa forma, alguns cemitérios humanos, conseguiram autorização para dar destino ao corpo de animais, fazendo a cremação destes. O tutor leva o corpo do animal ao cemitério que mantém o corpo do animal congelado, até que possa ligar o forno de cremação e fazer o procedimento. Quando a cremação é realizada, o cemitério entra em contato o proprietário busca as cinzas do animal e pode então enterrar ou mesmo guardar as cinzas. Não precisa ir muito longe para se obter esse serviço. 

Em Rio Claro, atualmente, um dos cemitérios já realiza esse serviço. O serviço tem custo proporcional ao tamanho do animal, espécie, e, portanto, vale a pena ligar antes de sair levando o corpo.

As cidades que possuem as unidades de CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), em alguns casos recebem os corpos dos animais de seus proprietários, e no geral, funcionam como um ponto de coleta para outros locais. Por exemplo, empresas que fazem a recolha do seu material infectante. Se a sua cidade conta com essa unidade de sáude, convém dar uma ligadinha e ver quais os critérios para a recolha de corpos. 

No momento de desespero, muita gente sai forçando a entrega de bichos nesses locais, e não é todos que possuem esse protocolo, por isso para evitar mais estresse e brigas desnecessárias, não custa ligar antes.

Se a opção de ir até um cemitério e fazer a cremação é muito cara, não é motivo para se dar o destino incorreto . Toda clínica veterinária, paga uma taxa a prefeitura da cidade, para dar descarte ao seu lixo infectante e biológico. Nessa taxa inclui-se o serviço de retirada de corpos, que entra na classificação de infectante. A empresa que faz a recolha desse tipo de material, faz a retirada dos corpos de animais na clínica. Não, infelizmente a empresa não faz a recolha em sua residência. È dolorido, mas você tem de levar o animal a clínica veterinária. 

A clínica mantém o corpo congelado, pois a empresa passa em dias específicos. O corpo é recolhido e levado ao local onde realizam a cremação, mas não há devolução das cinzas. Para que a clínica veterinária aceite o corpo do seu animal é cobrado uma taxa do tutor para esse tipo de serviço.

Resista a tentação de enterrar o corpo do seu animal no quintal da sua casa. Apesar de muita gente fazer isso, o corpo do animal demora o mesmo tempo e contamina da mesma maneira oambiente, que o corpo humano. Normalmente as casas possuem encanamento, mas nesse tipo de enterro irregular você pode estar contaminando as tubulações de água que você e seus vizinhos consomem.

Todo mundo quer se despedir do seu animal. E todo animal que foi muito amado pelo seu dono merece um destino digno de seu corpo. Não vai ser fácil se despedir do seu animalzinho, porém, que de alguma forma, você não sofra mais procurando formas de destinar o seu corpinho.

Até a próxima coluna!


Meu Pet envelheceu... E agora?

Por Mila Godoy

De repente aquele filhote que corria pela casa destruindo tudo, comendo seus sapatos, cresceu...Se tornou um cachorrinho lindo, forte. De repente, aquele gatinho fofo, e pequeno, arteiro, se tornou adulto e mais quieto... E os anos passaram e você nem notou o tempo passar... Não notou que um dia o seu cachorro passou a dormir mais, o seu gato que era dorminhoco, dorme mais que quase você não se lembra como é ter ele acordado... 

Você não notou que seu cachorrinho ou gatinho anda devagar, com o andar pausado. Que subir no sofá para lhe fazer companhia, antes algo tão fácil é agora tão penoso. De repente, ele que sempre aparecia do teu lado rapidamente, demora a aparecer. Você olha para os pelos do corpo e nota assustado que ele tem muitos pelos brancos no focinho. Que seu gatinho perdeu os bigodes, está mais magroe  que come bem menos. Não notou os dentes que estão caindo e que começam a faltar...

Você encara assustado tudo isso e custa aceitar. Afinal, quanto tempo se passou? 10 anos?

Pouco tempo, né? Você está com uns cabelos brancos mas está na flor da idade. O seu filho, antes um bebê, agora é uma criança, que brinca com o seu companheiro fiel. Não é possível que ele esteja velho!! 

Mas sim, ele está e você começa a se entristecer. Porque de repente, aquele tempo que parecia eterno, aparece duramente para lhe lembrar que eles vivem menos que você e que seu pet não tem mais longos anos de vida ao seu lado.

E a pergunta que fica na cabeça é: Quando foi que o tempo passou tão rápido? E por que não notei? E agora o que

eu faço? Voltar ao tempo, infelizmente, ainda não tem como. Mas quando você nota que seu pet envelheceu, é hora de tomar os cuidados especiais. Aumentar o número de visitas ao veterinário e fazer check up anuais, ajuda muito a evitar descobertas desagradáveis. Porque uma hora ou outra algum dos órgãos do seu animalzinho vai começar a falhar, mas mesmo assim, é possível lhe oferecer longos anos, com qualidade de vida, se descobertos no início.

O que infelizmente tem gente que faz nessas horas, é abandonar o animal. Esse é o ato mais cruel que o tutor pode fazer ao seu animal, já que esse tão fiel, é deixado numa estrada, numa caixa, ou preso num poste, pois o animal, além de idoso está doente. Ou, ainda, porque simplesmente o animal idoso não o interessa mais e o abandona na expectativa que seja adotado. E um animal idoso é um dos que menos é adotado, quem trabalha em abrigo sabe muito bem como é. 

Afinal, quando a gente pensa em ter um animal, a gente quer curtir desde pequeno certo? Poucos são aqueles que adotam adulto ou idoso para ao menos dar um final e vida digno. Muitos morrem sozinhos nos canis, ou ao relento na rua.

O envelhecimento do animal nunca é uma etapa fácil mas ela faz parte de ter um pet. Sempre digo que é nessa hora que se testa o amor de um dono. Nunca é fácil lidar com um animal que não escuta mais, não anda mais, está com Alzheimer (sim, existe essa doença nos animais), não o reconhece mais, late ou mia muito, porque é a única forma que ele tem de mostrar que está perdido e precisa de ajuda. 

Muita gente não tem paciência nessas horas, infelizmente. Mas se você ama o seu pet, saberá reconhecer em cada gesto, em cada latido, em cada miado, o pedido de ajuda do seu animal e fará de tudo para lhe ajudar. Uma vez numa consulta, uma proprietária me perguntou: Mas porque eles vivem menos? Ela está idosa, mas eu faria tudo por ela... 

Eu respondi que realmente a gente não sabe porque os animais vivem menos. Mas embora dolorido vê-los partir antes, Deus sabe o que faz. Por que nem todos eles tem a sorte de ter um bom dono, de ter uma boa vida... E que é preferível eles partirem antes, pois eles ficam perdidos quando o seu dono parte. E isso é uma dor que eles não superam. E talvez seja a nossa missão aqui na Terra: aprender com eles o que devemos fazer com nós mesmos.

Então curta o seu pet esteja na idade em que tiver. Mas aceite o envelhecimento do seu animal, e curta também essa fase da vida dele. No final, mesmo esse período conturbado fará falta, mas você estará em paz porque saberá que ficou com o seu animal até o fim.

Até a próxima coluna!


A vida dos pets do campo

Por Mila Godoy

Dia 28 de julho é comemorado o dia do Agricultor. A data foi criada pelo presidente Juscelino Kubitschek para celebrar os 100 anos de criação do Ministério da Agricultura, em 1960. Mas é também uma singela homenagem para aqueles que trabalham todos os dias para nos fornecer alimentos, o Agricultor - a profissão mais antiga do mundo - já que desde os primórdios da Humanidade a agricultura era a primeira atividade econômica.

E as famílias que trabalham no campo também possuem seus pets, cães e gatos que circulam em meio às suas atividades de cuidar de roça, plantios e colheitas, do gado. E aí? 

Será que temos mudanças e cuidados especiais para eles? 

Bom, a primeira diferença entre os cães e gatos urbanos dos que vivem no ambiente rural é que esse animais possuem muito espaço. É comum ver cães correndo por sítios, felizes, pulando em lagoas. Gatos sobem em árvores para dormir e tem muita grama a disposição. Então seus donos não se preocupam muito em como vão distraí-los. O campo por si só já é um grande parque de diversão para eles. No caso de cães, a presença deles e companhia na rotina diária, faz com que eles sejam presentes no pastoreio de vacas, cabras e ovelhas, auxiliando no trabalho mesmo. Por isso é popular nesse meios cães da Raça Australian Cattle Dog e Border Collies, Maremano, Ovelheiro Gaucho, e Kelpie Australiano, pois são raças onde o pastoreio de animais é genético e de aprendizado rápido para a lida diária. Também encontramos os mestiços dessas raças, já que os animais na sua maioria não são castrados, muitos querem ter um cão de pastoreio mas não tem condições financeiras, e aí , as cruzas com os animais sem raça definida é corriqueira.

Além de auxiliar no pastoreio, os cães são essenciais na guarda da propriedade e as famílias criam vários.  Quanto mais, melhor e mais eficiente é a guarda do local. Infelizmente uma realidade cada vez mais constante pra quem mora no ambiente rural é a presença de assaltantes (que querem roubar máquinas e animais) e os cães são uma forma de alertar e garantir a segurança da família. Parece ser o lugar ideal pra um animal viver e já deve ter gente pensando em arrumar um sítio pra se mudar com o bichinho. Mas apesar disso tudo, esses animais são susceptíveis a vários problemas de saúde.

O primeiro deles são as viroses caninas. Mas por que se existe vacina? A maior parte compra as vacinas em casa de ração, e aplica por conta mesmo sem saber se o animal está doente ou não, do mesmo jeito que fazem com o gado. Dá pra contar nos dedos quem vacina o animal em veterinário. Muitas vezes é aplicada uma dose a menos, a vacina não está armazenada direito, não há um controle de saúde, há muitos animais errantes, e há um grande número de animais, o que é o ambiente perfeito para a proliferação de doenças. E muitos cães morrem por conta das viroses.

Gato não fica atrás. Como ficam mais distantes e fazem a necessidade no campo mesmo, muito difícil o dono notar quando o animal está obstruído (não tem caixa de areia pra ver se sai sangue ou se ele tá miando na hora de urinar, por exemplo), ou se ele está se alimentando ou não, portanto, quando o animal vai ao veterinário o quadro já está avançado.

Cães por conta do hábito de caça e curiosidade sempre acabam com o focinho cheio de espinhos por conta do Ouriço Caixeiro. Esse bichinho muito fofo, joga espinhos quando ameaçado, e que sempre pega o cão. No dia seguinte, lá vai o dono, levar o cão cheio de espinhos na boca (ele muitas vezes não consegue nem fecha-la) pro veterinário anestesiar e retirar.

Acidentes com animais peçonhentos é outro risco que esses animais passam. Acidentes com cobras é o mais comum, e o proprietário busca o veterinário já ciente que nem sempre terá um final feliz. Não há como controlar isso, pois a cobra faz parte do ambiente e mordeu o animal ao se sentir ameaçada de alguma forma. Acidentes com sapos também são muito comuns. Sim, sapos parecem ser inofensivos, porém quando um cão morde um deles, sofre uma intoxicação bem grave que nem sempre pode ser revertida.

Doenças provenientes de outros animais - Doença do carrapato é outra doença muito comum. E carrapato no campo é difícil de controlar, e como esses pets estão próximos do gado acabam sendo infestados por carrapatos desses animais e ficam doentes. Acidentes com animais silvestres também são outros problemas que cães e gatos podem ter por estarem mais próximos. As cruzas e crias sem controle são outra realidade. Nem todo mundo castra os animais e o número de animais soltos é grande. Muita gente não separa, nem sabe sobre cio, e pronto, muitos filhotinhos por aí.

Abandono - Outro problema é o abandono de animais. Muito comum o relato das famílias rurais de que um carro parar e jogar uma caixa com filhotes, ou ainda animais doentes, velhinhos perto de alguma propriedade, esperando que alguém assuma a responsabilidade. Outro fator é quando o proprietários deixa aos cuidados de um caseiro. Infelizmente nem todo caseiro tem o amor pelos animais, e como não é dele, não se preocupa. Isso é um problema, pois quando o animal fica doente, mesmo quando se compra todos os medicamentos, eles não são dados pois o caseiro não quer assumir a responsabilidade. Um problema simples que leva ao óbito desses animais por que o proprietário não pensou na alternativa de deixar o animal aos cuidados de uma clínica, ou ainda porque confiou demais no funcionário sem conhecimento. Não existe caseiro de animal. Ou ele é seu ou não é. Se ele é seu, a responsabilidade de cuidar dele e todas as alternativas no caso de sua ausência devem ser estudadas e avaliadas.

Viver no campo é excelente para os animais, mas tem seus riscos. Apesar disso tudo, tem muita gente que tem o seu animalzinho como um grande companheiro dentro da fazenda, dentro do sítio, trabalhando e produzindo o seu alimento lado a lado e quando se deparam com um desses problemas, não hesitam em procurar auxílio e se desdobram para pagar os custos do veterinário. 

Por que no final, o que conta não é onde vive o cão e gato, e sim o amor entre o bichinho e o seu dono!

Até a próxima coluna!!


Tráfico de animais silvestres

Por Mila Godoy

Tem gente que acha legal ter um pet diferente: coelho, chinchila, hamster, porco, pôneis e por aí vai. E por conta disso, tem muito veterinário que especializado em clínica e cirurgia de animais silvestres para auxiliar não somente esses animais mas aqueles criados em zoológicos, ou, ainda, em alguma missão humanitária após grandes desastres como, inundações, incêndios e deslizamentos.

Porém, existem animais silvestres que não podem ser criados como pet. E dessa lista existem vários, como mico leão dourado, arara-azul, jaguatirica, cobra coral, cascavel, etc,  por estarem ameaçados de extinção, ou ainda por serem perigosos. A mídia revelou essa semana 

um estudante de veterinária que foi picado por uma cobra naja, quase morreu, e que se revelou o que suspeitavam, um contrabandista e traficante de animais silvestres. Mas você sabe porque esse tipo de criação é proibido e porque considera-se tráfico? Afinal, com certeza você já ouviu história de alguém que criou uma arara, um papagaio desde pequeno...

O tráfico de animais silvestres é o comércio ilegal de animais retirados da natureza. É uma das piores crueldades que fazem aos animais: imagine você na sua casa, com a sua família e de repente aparece alguém e te coloca dentro de uma caixa pequena e apertada e quando você sai você está dentro de uma caixa plástica, de uma gaiola, num lar completamente diferente do que é o certo pra você. Agressivo, né? Mas infelizmente muita gente faz isso, e coloca os animais em condições cruéis: pássaros dentro de garrafinhas de água, filhotes de onça dentro de malas enrolados em roupas e dopados, todos destinados ao comércio ilegal, pois valem muito dinheiro. Mas que dinheiro vale uma vida? Infelizmente não a deles, pois muito morrem no caminho e sequer chegam ao destino final. E quando chegam ao comprador final, ainda são submetidos a situações de crueldade. Os policiais ambientais e veterinários que atuam, o IBAMA que são os primeiros a agir nessas ocorrências, vivenciam cenas 'dantescas'.

O caso de estudante de veterinária, choca primeiro porque ele estava criando cobras exóticas para fins de venda, e ainda pretendia procria-las. Parece que é um oximoro um futuro veterinário que deveria combater as crueldades contra os animais ser o líder do que se revelou o maior contrabando de animais silvestres. Infelizmente no meio do trigo há o joio. Não será um bom profissional no futuro, e certamente não honrará o juramento, pois não atua com ética e com a proteção a vida, bases de qualquer veterinário. Mas revela, também, como o dinheiro influencia: família rica, ele teve dinheiro pra importar esses animais, exibia a cobra para se mostrar, para se satisfazer o próprio ego. Ato de egoísmo continua com o seu acidente, quando o Instituto Butantan teve de ceder a única dose reservada de soro para pesquisadores, para salvar a vida desse estudante. E a pobre coitada da cobra foi largada sozinha dentro de uma caixa plástica num shopping e, certamente quem a deixou não se preocupava com as outras pessoas. E quando resgatada, além de estar com problemas de saúde, não pode ser tratada ou manipulada, já que não existe soro disponível para preservar a vida de quem está cuidando dela, pois a única dose disponível foi para quem a traficou ilegalmente para o Brasil.

Mas não é somente o mercado pet que movimenta esse tráfico. Tem gente que coleciona esses animais para venda de subprodutos como couro, presas, fabricação de artesanatos e também para a biopirataria, criação dos animais para fins científicos ilegais, como parece ser o caso desse estudante.

Mas tem gente que cria esses bichos legalmente sim. Algumas espécies são autorizadas pelo IBAMA a serem mantidas em ambientes domésticos. Nesses casos, é necessário pagar uma taxa determinada ao órgão de autorização para esse fim. O IBAMA se utiliza muito desse tipo de tutela supervisionada para aqueles animais que não podem ser reintroduzidos a natureza. Mas claro, ele avalia antes para verificar se o futuro tutor tem condições de oferecer o melhor para esse animal.

Com tanta crueldade precisamos agir, certo? Primeiro passo é não comprar animais silvestres se não forem legalizados. Se você desconfia de algum tipo de tráfico, ligue para o IBAMA, eles tem a LINHA VERDE (0800 61 8080) e peça auxílio para informações sobre como proceder na situação.

Se ver um carro ou caminhão contrabandeando, tire foto da placa, do veículo e tente dar o maior número de informações possíveis para a polícia ambiental. Não tente resgatar o animal sozinho. É difícil, dói no coração, nos sentimos impotentes, mas lembre-se que você tem de preservar a sua vida, tanto por conta dos contrabandistas quanto pelos próprios animais que podem estar agressivos pela situação de stress.

Melhor forma de contrabandear o tráfico é ensinar que Animal Silvestre tem que ser admirado de longe no seu ambiente natural. Se ninguém compra, ninguém vende, ninguém caça!

Até a próxima coluna!!


Fiscal agropecuário: um importante aliado na prevenção de doenças.

Por Mila Godoy

Vamos dar uma pausa no tema pet e falar sobre um tema diferente, que apareceu nesses últimos dias nas notícias: os chineses descobriram um vírus da gripe suína novo com alta capacidade pandêmica e que já apresenta capacidade de infectar humanos. O vírus apelidado de G4 é semelhante ao último vírus da gripe suína da pandemia de 2009, mas esse apresenta um potencial agressivo onde os pesquisadores temem que uma nova mutação cause tanto estrago quanto o COVID. E distraídos que estamos com a pandemia muita gente nem sabe que por trás desse serviço de cuidar da saúde de rebanhos de porcos, bois, cabras, e, também cuidar dos estabelecimentos que abatem estes animais para consumo, assim como aqueles que manipulam os seus subprodutos e os vendem está por trás um médico veterinário.

No mesmo dia em que foi anunciada essa descoberta - dia 30 de junho - foi comemorado o Dia do Fiscal Agropecuário, principal atuação do veterinário nesse setor. Pouco conhecido e popularizado pelo personagem Lineu de "A Grande Família", esta função é uma das que se expôs na linha de frente para garantir a segurança dos alimentos em portos, aeroportos, fábricas, entrepostos comerciais. Visto muitas vezes como vilão pois, entre suas ações existem medidas como descartar produtos impróprios para consumo, multas (algumas vezes pesadas), fiscalizar o recebimento de matéria prima, verificar se todo o processo de manipulação está dentro das normas de segurança tanto ao consumidor quanto a quem está trabalhando e verificar toda a documentação. Isso também ocorre nos medicamentos e rações. Ufa, muita coisa né?

Mas porque colocar um veterinário pra fazer isso? Veterinário não cuida só de gato e cachorro? Não, um médico veterinário não faz só isso. A China mostrou ontem ao mundo a falta de um médico veterinário na Fiscalização e Abate dos animais, e que são os animais de rebanho e não os silvestres, o de maior potencial de transmissão de doenças aos seres humanos. Não é a toa que tem muita gente preocupada com as constantes contaminações de profissionais de frigoríficos em abatedouros por COVID, pois fica a dúvida de onde ocorreu e em que momento aconteceu a contaminação. E tanta gente lavando os alimentos, que sim, muita gente teme pegar a doença por alimento. No meio de tudo isso , por trás, se esconde um veterinário. É ele quem está bem cedinho nos abatedouros para verificar se todos os animais que serão abatidos estão saudáveis, e aqueles que não estiverem deverão ser retirados. É esse profissional que garante o bem estar desses animais durante o transporte até o abatedouro e, que garante que o abate seja realizado de forma mais humanitária e rápida possível.

Dentro do frigorífico é esse o profissional que verifica se a carne está própria para consumo e se não há potencial de transmissão para tuberculose, cisticercose, tenia, etc. Quanta gente propaga a toxoplasmose do gato? Muita gente nem sabe que a Toxoplasmose também pode ser transmitida pela carne e, que por trás da carne que consome existe um veterinário que verificou se o alimento não apresenta potencial de transmitir essa doença. Em aeroportos a atuação do veterinário é vista como antipática por passageiros. Afinal, eu trouxe um queijinho da Europa, um embutido que só tem na Espanha... Que mal tem? Infelizmente tem. No meio de algum desses alimentos aparentemente inofensivos, pode ter um patógeno que não existe no Brasil e contaminar o restante da cadeia alimentar. Ah, isso não existe você deve estar pensando... É mais comum do que se imagina: a Europa perdeu e quase extinguiu a uva cabernet por uma praga que assolou o continente e levou para os demais países. Acredita-se por mudinhas ou uvas que foram levadas. Em surtos de Febre Aftosa (uma doença de bovinos que pode passar ao ser humano), todos os países suspendem a importação de compra de carnes do Brasil, pois como são livres da doença sem a vacina qualquer possibilidade do vírus entrar é considerada. E o Brasil é livre da doença com a vacina porque tem muito veterinário que está lá vacinando o rebanho.

Aposto que você não sabia que tudo isso ocorre antes de você comer seu ovo, seu peixe, seu mel, seu bife, o espetinho, o presunto, o frango assado.... Agora você sabe: por de trás de todo alimento que você consome existe um médico veterinário cuidando da sua saúde.

Até a próxima coluna!!


Deixe seu idoso viver bem com o pet

Por Mila Godoy

Dia 15 de junho passou e pouca gente sabe, mas essa foi a data instituída como o Dia Mundial da Conscientização contra a Violência contra a pessoa idosa, e a cor para representar essa Campanha é o Violeta, daí Junho violeta.

Pouco conhecida, a violência contra idosos aumentou bastante nesta pandemia com o confinamento, e muitos sem ter como sair ou como pedir auxílio, estão sendo violentados das mais diversas maneiras. A violência contra o idoso é qualquer ato ou ainda ausência de ação que cause incomodo ao idoso, e os mais comuns são: abusos psicológicos (insultos,humilhação, intimidação, isolamento social). Opa mas isolamento social é o que tão pedindo pra fazer pra proteger o idoso né? Sim, mas tem gente que isola o idoso do convívio da família, de seus bichos, de seus amigos, tirando toda a forma de contato. Violência sexual (tem muita idosa sendo abusada pelos próprios cuidadores), abandono nas necessidades básicas, apropriação ilícita do patrimônio, que muitas vezes é feita pelos próprios familiares... Esse tipo de violência é difícil de diagnosticar, pois muitas vezes se confunde com as próprias tentativas dos familiares para cuidar dos idosos, e  são totalmente dependentes e com algum tipo de demência, o que torna ainda mais difícil a confirmação do problema. Mas toda suspeita tem de ser comunicada a polícia. 

E onde entram os pets nisso? Cães e gatos trazem muitos benefícios aos idosos. Os melhores proprietários são os idosos. Isto porque, possuem mais tempo livre, então dão mais atenção ao seu pet e aos cuidados que precisam. Como os filhos casaram, um dos conjugues morreu, a presença do animal ajuda a combater a solidão e o isolamento social, pois precisam sair com seus animais para passear. São muito preocupados com eles e costumam fazer visitas frequentes ao veterinário. Se o pet for mais novo que o proprietário (o que costuma ser muito comum), a maior preocupação é com o cuidado pós mortem do dono. Sim, os idosos se preocupam com quem vai cuidar dos seus bichinhos quando eles morrerem. E muitas vezes não confiam nos seus filhos para deixar que cuidem de seus animais, acontece, pois segundo relatos : "Não vai levar pra cuidar", "não gosta dele do mesmo jeito que eu", " tenho medo dele ser abandonado" , e por ai vai. E quando perguntava por que eles achavam isso , com tristeza ouvia : "meu filho nem me visita, acha que vai cuidar dele?", " não recebo visita de nenhum parente, minha única companhia é ele." Acredito que muitos filhos nem sabem que os pais idosos tem essa preocupação com o seu pet. Isso aparece nos consultórios veterinários com muita frequência, nas mais diversas situações: é filho querendo eutanasiar o cachorro doente porque  acha que o pai ou mãe está sofrendo demais, mas não é essa a opção que o idoso quer, é filho querendo doar o cachorro porque acha que pai ou mãe não tem mais idade pra isso, e por aí vai. 

E o veterinário fica no meio do fogo cruzado, tentando tratar do animal e ainda resolver a situação. E porque os idosos são tão preocupados com seus pets? Porque eles são os primeiros a sentir os benefícios. Nas consultas contam histórias das mais diversas formas: "eu estava sozinho, e ai essa gatinha apareceu, comecei a cuidar e minha vida mudou", "esse cachorrinho me traz tantas alegrias, minha vida mudou..." E como isso acontece? Como já foi dito, passear com seu animalzinho promove a socialização tanto com o animal, quanto com outras pessoas. O ato de cuidar de algo, faz o idoso se sentir útil e ainda produtivo e não infantilizado. Há melhoras no humor, pois o relacionamento é menos ansioso: Não há cobrança por parte do pet. Ele está sempre ali quando o idoso precisar para alegrar. E ao contrário do que muito filho pensa, eles sabem sim lidar com o luto quando o animalzinho parte, desde que a partida tenha sido conforme ele deseja para o seu pet. Não adianta forçar uma eutanásia para alguém que acredita que é pecado esse tipo de procedimento. Mesmo quando indicado, tem muita gente idosa que se recusa a fazer por questões religiosas e isso deve ser respeitado sempre.

E no meio disso tudo, surgem as violências contra idosos, mascaradas no meio de pequenas atitudes. E muitos suportam toda essa violência porque contam com um companheiro para dar alivio ao seu sofrimento. Então, se você tem um pai ou mãe idoso com pet, seja ele cão ou gato, lembre-se que esse animal tem uma missão muito nobre: dar alegria e felicidade até o final da vida do seu dono ou da sua própria. Cuide bem do seu pai ou mãe, e dê a alegria e o conforto de saber que após a sua partida, ele terá alguém que cuide do seu animalzinho do mesmo jeito que ele cuidou...

Até a próxima coluna!!


Adotei um pet na quarentena, e agora?

Por Mila Godoy

Nas últimas colunas tratamos dos pets e seus donos durante a pandemia atual. Falamos muito de quem já tem o pet e agora muda a rotina. Então, o que acontece quando ocorre o contrário? Alguém ou família que não tinha nenhum bichinho antes da pandemia resolveu adotar algum animal nesse período, muda algo?

Bom, acredito que para alguns desses que adotaram um animal durante a pandemia, o desejo de ter um pet já estava lá latente. Seja por solidão, falta de tempo para se dedicar mais a esse projeto, ou mesmo que já tivesse se programado para ter um animalzinho, o fato, é que a quarentena muda um pouco o período pós adoção.

O primeiro aspecto que muda no período pós adoção é o tempo de convivência com o animal que aumenta consideravelmente. Então, se antes da quarentena, o tutor tinha de acostumar o animal a sua ausência devido ao trabalho e seus compromissos diários, atualmente muita gente tem de se preocupar como vai ser depois que o home office terminar. Isso porque um cão adotado filhote pode ter dificuldades em entender, posteriormente, o porque o seu dono que antes tinha tempo de sobra para brincar com ele, passear com ele, de uma hora pra outra não tem o mesmo tempo. Mesmo que a adaptação ao horário antigo do tutor, seja feita com cuidado, qualquer animal vai sentir saudades sim, e será necessário ter paciência. 

Como eles vão sentir saudades? Quais os sinais?

Você pode encontrar algumas coisas destruídas no retorno a sua casa após o trabalho, ou começar a ouvir reclamações de vizinhos por conta de latidos durante o dia. Paciência e jogo de cintura sempre!! Os animais expressam de várias formas a solidão. Com o tempo, irão perceber que não foram abandonados e verão que foi somente a rotina que sofreu mudanças.

Gatos não costumam aparentar solidão, mas também sentirão a ausência. Com o tempo é provável que eles passem a curtir os períodos de solidão e passe a dormir mais durante esse tempo. Lembre-se que o felinos gostam de passar um período sozinhos.

Se a adoção do animal foi de um cão adulto, a paciência terá que ser redobrada. Animais adultos são traumatizados com o histórico de abandono e demoram a se adaptar a rotina da casa. Em média são até 3 meses, até um cão apresentar um comportamento que não seja defensivo. Então, paciência sempre. Sim, muitos vão latir, vão estragar suas coisas, vão tentar morder outros moradores da casa, vão fazer cocô em lugares errados, vão tentar te morder em brincadeiras, enfim, pense se você está disposto a lidar com tudo isso. 

Isso ocorre independente se você está de quarentena ou não, mas na quarentena parece sobrar tempo livre para muitos adotantes "repensarem" a adoção e novamente abandonar o animal. Se você não está disposto a isso, então melhor não adotar, seja ele um animal filhote ou adulto. Um animal é uma responsabilidade para lidar por no mínimo 15 anos. Senão está disposto a cuidar de um animal nessas condições não adote.

Outro fator que muda pra muita gente é o custo financeiro. Se você já adotou e o seu salário foi cortado, ou ainda você perdeu o emprego, essa é a maior provação, mas a saúde do seu animal tem de ser mantida. Assim, claro, você pode dar uma ração mais barata, e somente ir ao veterinário em emergências. Sei que vai bater desespero, e que você pode pensar em abandonar o animal, mas reflita e peça ajuda antes. No meio disso tudo, eu vi muita gente pedindo dinheiro para pagar alguma cirurgia de emergência do animal, e depois vir pedir ajuda para pagar as próprias contas. Mas existem pessoas boas dispostas a ajudar sempre!! Não deixe de pedir ajuda, você pode se surpreender.

De qualquer forma, com ou sem quarentena ame o seu pet. Ele vai se mostra um ótimo parceiro por longos anos! Até a próxima coluna.


Ter um aquário é uma arte

Por Mila Godoy

A gente fala bastante aqui na coluna de gato e cachorro, mas existe muita gente por aí que curte uns bichos diferentes, e nessa turma tem o pessoal que curte o aquarismo, que como próprio nome diz, consiste em criar peixes num aquário. Muita gente não acha graça num aquário, porque diferentemente do cão e do gato não há interação entre o dono e o seu pet. Mas quem começa a criar peixes logo acaba se apaixonando por um aquário.

A idéia de criar peixes para contemplar a sua beleza é antiga e coincide com a história da Piscicultura no Egito Antigo por volta de 1700 AC quando os sumérios construíram os primeiros açudes as margens dos rios Tigre e Eufrates para alimentação e foram lá que fizeram as observações dos peixes para entender melhor a sua alimentação e seu comportamento e assim poder cria-los. 

Logo, eles passaram a criar alguns animais em tanques menores, com vidro na frente, para estuda-los. E os tanques que tinham um objetivo definido conquistaram as pessoas, deixando-as fascinadas por esses peixes que passaram a ser admirados em ambientes menores e cada vez mais requintados, dando origem ao Aquarismo.

De fato, seja de água doce ou salgada, criar peixes num aquário é uma arte. Demanda entender de comportamento de cada espécie de peixes, um pouco de química, biologia e muito mais. Não é simplesmente colocar os peixes num retângulo de vidro e esperar que eles façam o resto. Ao construir um aquário, você constrói um ecossistema, que deve ser controlado para que todas as espécies ali inseridas convivam em conjunto. Por isso que ter um aquário é uma arte. Criar esse ambiente ideal demanda tempo, paciência, e cuidados diários. Por isso, se você não curte atividades com concentração, não tem tempo, não quer trabalho, melhor não se aventurar em construir um, afinal, aqui são vidas que dependem de você.

Como ter um aquário admirável como uma obra de arte?

O primeiro passo é definir se você quer um aquário de água doce ou salgada. Os primeiros são mais fáceis de cuidar e mais fáceis de serem mantidos, o segundo, demanda mais tempo, mais paciência e maior aparelhagem para conseguir encontrar o ecossistema ideal. Independente do tipo, os aquários devem ser mantidos em um local seguro, longe de luz solar direta (pois forma lodo!!), e sem objetos que dificultem sua manutenção e limpeza. O tamanho do aquário também determina a sua dificuldade: ter um aquário pequeno só para um Betta é mais simples do que para várias espécies. Escolha aquilo que mais se adeque ao seu modo de vida.

O segredo de qualquer aquário é encontrar o equilíbrio. E esse equilíbrio deve ser atingido basicamente quando a água atinge um PH ideal para aquele bioma. Parece que estamos voltando a aula de química não é? Sim, voltamos, pois, basicamente num aquário tudo mexe no PH. Por exemplo, existem peixes que curtem um PH mais ácido na água, e outros que curtem básico. Nem todos se adaptam ao ambiente neutro, e muitos ao serem inseridos no aquário provocam na agua a alteração que lhe seja mais favorável. Por isso, que é muito comum perder peixes quando se monta um aquário. Até que a agua esteja favorável a todas as espécies (plantas, coral, peixes, etc), muitos irão morrer por não suportarem as alterações de PH.

Um filtro é outro item muito importante nessa construção, e só devem ser adquiridos para recipientes que tenham litragem para esse fim já que são eles que garantem a limpeza do ambiente e tornam a agua inodora, cristalina e habitável para todos que estão nesse pequeno ecossistema.

O aquário não deve ser mantido em um lugar com luz solar direta, mas isso não quer dizer que não deva receber iluminação. A boa iluminação do aquário (que pode ser com luz artificial) garante a fotossíntese das plantas e algas e a boa oxigenação da água. A luz também ajuda manter os peixes sadios através da produção de cálcio e pró vitaminas.

Ter um termostato e um aquecedor também são equipamentos importantes . Algumas espécies de peixes não suportam mudanças bruscas de temperatura podendo ficar muito debilitados ou até morrer, então, o termostato ajuda o dono do aquário a verificar a temperatura e o aquecedor e manter a água aquecida quando necessário. Areia, decoração, também devem ser estudados com cuidado, pois influenciam no PH da água. A decoração deve ser o mais natural possível e que mais combine com o aquário que o dono deseja observar, admirar.

E por fim é só colocar os peixes? Sim e não. È necessário antes de misturar as espécies, verificar se estas combinam entre si e se podem conviver juntas. Tem muita gente que acha que as espécies de peixes convivem magicamente quando colocadas num aquário. Isto não é verdade: muitas acabam brigando entre si e a lei dos mais forte acaba sendo verdadeira, sendo comum encontrar peixes mortos. Outras ainda alteram drasticamente o PH da água e acabam debilitando ou matando os demais peixes por conta dessa alteração. Na dúvida, sempre pergunte a quem está vendendo peixes, quais são os peixes que mais combinam entre si. Também busque informações sobre técnicos especializados em aquários de água salgada se for essa a sua opção, pois este é um ecossistema mais difícil de montar.

Parece difícil né? Sim, é, por isso é uma arte. Mas quem entra nesse mundo não deixa de ter um aquário tão cedo. Se você gostou e quer arriscar a ter um aquário fico feliz. Espero que faça um bem bonito para você. Até a próxima coluna!!


Médicos Veterinários: Profissionais da saúde essenciais

Por Mila Godoy

A Pandemia do COVID -19 trouxe a quarentena e o fechamento de muitos negócios, onde somente os serviços essenciais ficaram abertos e muita gente ficou surpresa ao descobrir que clínicas veterinárias eram serviços essenciais. "Afinal, porque elas seriam essenciais? È serviço pra bicho! Porque ele fica aberto e eu não?". Certamente foi uma das inúmeras perguntas que muita gente se fez!

Dali um tempo, outra descoberta: o Médico Veterinário é considerado um profissional da Saúde e o Ministério da Saúde convocou esses profissionais a atuarem de frente na pandemia do COVID-19. Essa última rendeu memes e muitas surpresas, afinal, como um Veterinário atuaria nesse setor?

Pois é gente, Médico Veterinário é sim um profissional da saúde e isso é um conceito bem antigo para Medicina Veterinária. No século 19, um patologista alemão chamado Rudolf Virchow afirmou que entre animais e a Medicina Humana não havia e não deveria haver divisórias. 

Foi ele quem criou o termo zoonoses, que significa doenças infecciosas capazes de ser naturalmente transmitidas entre animais e seres humanos. O COVID-19 na verdade é uma zoonose, visto que seu caso inicial foi transmitido por morcegos até onde se sabe.

E desde aquela época, a Medicina Veterinária trabalha com o conceito de Saúde Única: reconhece-se uma interconectividade entre saúde humana, animal e meio Ambiente. E acho que com o COVID-19, veio a surpresa e o desconhecimento da população em não saber que veterinário não cuidava só de bicho. Então, quando o seu veterinário está cuidando do seu bichinho, vacinando contra a raiva, ele está cuidando de você. Até mesmo quando você vai lá só pra fazer uma visitinha está desabafando sobre o seu bichinho e seu veterinário pacientemente o escuta, quando ele, obviamente, sabe que seu animal está perfeitamente saudável, ele está cuidando de você. Ele sabe que nesse momento você precisa de atenção.

Os programas de castração ou aquela castração para protetores, é um médico veterinário tentando controlar doenças como raiva, leishmaniose, que em grandes populações encontram condições de serem transmitidas para maior velocidade. Existem também as campanhas de vacinações organizadas sempre por um médico veterinário.

Quando um médico veterinário verifica um rebanho bovino, suíno, ele procura dar saúde a esses animais para que eles não transmitam doenças para aqueles que os consomem. Aqueles que atuam em frigoríficos, indústrias de laticínios, indútrias de frios, procuram evitar que outras zoonoses ainda presentes apareçam e que seu alimento seja ideal para consumo. Tem aqueles que atuam na vigilância sanitária de um município fiscalizando clínicas veterinárias, açougues, supermercados, para que você possa sobreviver bem a essa quarentena e não consuma alimentos impróprios ao consumo porque alguém quis economizar água ou luz.

Existe um veterinário atuando nos Serviços de Inspeção Municipal para que as empresas sigam as regras de higiene e garantam produtos de qualidade. Há também muitos profissionais atuando incluídos nas equipes de Núcleo de Apoio de Saúde a Família (NASF). Aquele que cuida do seu cavalo também está cuidando para que você possa tê-lo sem pegar nenhuma doença. O mesmo para aquele que cuida das aves, do apiário (sim, fiscalizamos também produtores de mel) peixes, etc.... Na USP daqui de Pirassununga há um grande esforço por parte de muitos professores médicos-veterinários, empenhados em descobrir a vacina da doença em entender qual o melhor medicamento para essa questão, fazendo muitos exames gratuitamente por meio de kits fornecidos pela prefeitura. E muitos outros estão por aí em muitas universidades e centros de pesquisas do país.

Como isso é possível? Há muita interdisciplinaridade entre as áreas da Medicina Humana e Medicina Veterinária, pois os conceitos de epidemiologia, patologia, biossegurança/biosseguridade, zoonoses, vigilância sanitária não envolvem somente os saberes relacionados aos animais como também a medicina Humana.

Ufa, quanta coisa né? Aposto que você não sabia que um veterinário era um serviço essencial. Tudo bem nós sabemos disso e entendemos. Sabemos também que poucos sabem que atuamos nas epidemias de raiva, gripe espanhola, gripe suína, dengue, febre amarela, e, tantas outras que assolaram e algumas ainda presente na vida de muitos países. Estamos encarando essa epidemia como uma oportunidade de mostrar a todos para que viemos e do que como podemos colaborar e fazer a diferença, não somente por nós, mas por todos. Espero que no final a gente saia um pouco mais reconhecido pela população em geral.

Então quando ver uma clínica veterinária aberta e tantos outros veterinários se deslocando para seus serviços, lembrem-se: eles estão cuidando de vocês. Até a próxima coluna!!


Como os pets lidam com os donos no confinamento?

Por Mila Godoy

O assunto da vez ainda é o Covid -19, onde todos os dias, uma novidade é anunciada, seja de tratamento, transmissão dos contágios, número de mortos, número de casos confirmados, e por aí vai. Como a doença é uma zoonose, já que originalmente veio de um animal, o povo anda estressado ainda mais com a possibilidade de transmissão por seus cães e gatos. Além disso, o confinamento prolongado está revelando que muitas pessoas não possui saúde emocional para lidar com um período sem sair de casa. Muitas estão ficando depressivas, não sabem o que fazer com o tempo livre, não sabem se ocupar, não sabem sequer lidar com o convívio com o parente por tanto tempo, seja ele, esposa, mãe, filho, marido.

E os pets? Estão felizes com tudo isso? Sim e não. Sim, pois para um pet a presença do dono é importante sempre e quanto mais tempo próximo melhor. Pra outros, infelizmente, tem sido duro pois os tutores com medo do potencial transmissor (erroneamente divulgado pela mídia, já que não há comprovação real), estão optando por abandoná-los. Talvez o aumento também não seja só por medo, mas também por dificuldade em manter o animal, muitos pessoas perderam o emprego ou tiveram o seu salário reduzido, portanto, cuidar de um animal é uma despesa que não conseguem arcar e consideram que essa é única saída. Nada justifica o abandono de um animal, seja qual crise for e deve ser penalizado sempre.

Outro problema é que o confinamento prolongado dos donos tem estressado também os animais, afinal a sua rotina mudou, e muitos animais, como gatos, se sentem estressados com a falta de privacidade. Gatinho gosta de dormir muito e quer manter isso. Brincar é legal mas descansar também. Cães gostam de se entreter com o dono mas até eles tem o momento de dormir, e pode parecer absurdo, tem gente que não respeita. Tem dono que acha que o animal tem de dar atenção 24 horas, e como tem muito tempo livre, acha que o animal precisa se adaptar a isso também. Então, todo mundo tem a sua personalidade e com os animais também não é diferente: eles também querem um momento de sossego. E esse momento sempre é difícil, pois agora tem mais gente em casa, e se tiver criança então, que também estão estressadas, é uma panela de pressão, pronto pra explodir.

Com o tempo livre, aumenta o tempo de observação do animal pelo dono. Logo começam as perguntas: "ué, mas essa mancha sempre existiu ou apareceu?", "ele não tá comendo faz 2 horas, tá morrendo!!", " ele sempre fez cocô dessa cor?", e segue os pensamentos. As neuras aparecem, e logo ligam para o veterinário ou ainda se deslocam até a clínica, e tudo é desculpa para ter um lugar pra ir. Cães e gatos não falam, e por mais que adorem os seus tutores, quando muito irritados, podem morder, única forma que sabem de demonstrar que estão se sentindo incomodados.

Ficar confinado não é legal, então acho que quando tudo isso acabar, muita gente vai repensar naquele passarinho preso a gaiola, no cão preso a corrente, naquele animal preso a uma jaula pra entreter o público, e espero que aconteça mudanças, principalmente, em relação aos casos de atrocidades.

Seu cão e gato merece atenção sim, sempre. Brinque bastante com eles, mas tente deixar uma rotina bem próxima ao que era antes. Isso porque o confinamento em muitas cidades vai dar uma afrouxada e vai ter muita gente, saindo contente, e achando que o pet vai se adaptar de novo facilmente. De novo, ele ficará estressado, pois o dono que estava lhe fazendo companhia agora o deixa sozinho. Então, hora de aproveitar o tempo livre e tentar simular o máximo que puder a rotina antiga e os horários do seu pet.

Aproveita o tempo livre para fazer tudo aquilo que prometeu fazer e não fez: monta um quebra cabeça, arruma o quarto, pinta a casa, arruma o armário, vira confeiteiro, vira masterchef, vira blogueiro, assista uma live, leia o um livro, brinque com o seu pet e depois dê um descanso para ele.

Tudo isso vai passar, e tenha a certeza de que o amor do seu pet estará sempre com você !

Até a próxima coluna!


Como ficam os pets com o Coronavírus?

Por Mila Godoy

Na TV, jornais e internet o tema da vez é o Coronavírus e sua epidemia. Não sei em que momento, mas alguém teve a curiosidade de olhar a carteirinha de vacinação de um cachorrinho e verificou que na polivalente (V10 ou V8) tinha lá a proteção contra o Coronavírus. Daí, uma interpretação errada, dessa mesma pessoa, de que seria o mesmo tipo que atualmente causa a pandemia atual, e que portanto, os animais já tinham essa doença.

Enfim, eu sei que a gente tá escutando demais a respeito. É até é cansativo essa chuva de informações a respeito. Mas o mais importante é que sim os cães são vacinados contra o coronavírus, mas não, não é o mesmo tipo. A apresentação da doença nos cachorros é na forma de um quadro de diarréia, vômito, um pouco semelhante à parvovirose. Como não fazemos um exame específico pelo seu alto custo, o veterinário quando atende um animal com um quadro de diarreia muito forte, considera o vírus mais agressivo clinicamente, o da Parvovirose. 

Portanto, nada de achar que a vacina de Pet pode ser usada em pessoas e que protege contra o coronavírus. Não é o mesmo, o efeito protetor que se busca não vai acontecer e além disso a pessoa pode ter o risco de ficar doente seriamente pois o conservante e os próprios vírus podem causar problemas.

Depois que foi decretada a quarentena as pessoas ficam mais conectadas na internet e no desespero pra que tudo isso termine acreditam em qualquer solução mágica. As pessoas estão ansiosas por voltar a circular e os únicos que parecem não se importar são os cachorros e gatos. Finalmente podem ficar com seu dono o tempo todo que é o que os deixam felizes e tranquilos.

Mas se por um lado os animais ficam felizes, os proprietários estão começando a ficar surtados. Tanta informação pra não sair de casa que fica difícil então curtir o pet. Mas, infelizmente, é um mal necessário.

Então uns lembretes pra você que está de quarentena à respeito do seu pet:

Então gente, fiquem em casa e curta bastante o seu animalzinho.

Logo tudo isso passa e iremos voltar ao normal.

Vamos ter paciência!


Qual a melhor ração para o meu pet?

Por Mila Godoy

A coluna de hoje foi inspiração da pesquisa da minha colega de Mestrado e de dança Priscila Chicaglione. O trabalho dela é a respeito de ração em cães e gatos e o que leva o consumidor a escolher uma determinada ração, e para saber isso ela está fazendo um questionário sobre o tema.

Essa pergunta é a mais feita a veterinários, afinal todo mundo sabe que quanto melhor a alimentação, maior será o animal, o pelo será mais bonito e brilhante e, principalmente, mais saudável. E quem não quer isso pro seu cão e gato? Todo mundo né?

E pensar que há pouco tempo as pessoas alimentavam os animais com restos de comida sem qualquer preocupação de balanceamento ou nutrição. Quando as primeiras rações surgiram eram caras e pouco acessíveis. Atualmente esse mercado se expandiu tanto, com várias opções, temos rações de tudo quanto é jeito, inclusive medicamentosas, e você pode adquirir inclusive no supermercado.

E nessa infinidade de opções qual a melhor escolha? Primeiramenteé necessário verificar o tipo de ração: se é um alimento superpremium ou se é um alimento premium. Isso é possível de ver na embalagem da ração mesmo. Em ração, quando elas são fabricadas, quanto melhor a digestibilidade do produto, menor será o esforço do animal em metabolizar, portanto, o consumo diário de ração é menor. As rações do tipo super Premium são as que são feitas sem conservantes, com proteínas animal mais nobre (frango, cordeiro, etc), e são as que possuem o melhor balanceamento. São de valor também mais elevado pois por terem mais digestibilidade se consome menos ração. Como o aproveitamento da ração é maior, os animais produzem poucas fezes.

As rações do tipo premium também possie alta qualidade porém o seu custo é mais acessível.

As rações do tipo combate são aquelas de qualidade inferior, normalmente muito baratas, e que quase não possue protéina animal em sua fórmula. Aqui vale a frase: se tá muito barato desconfie...

O grande problema é que as pessoas querem alimentar o seu animal mas não querem gastar por isso. Há um velho hábito de querer pagar pouco e ganhar muito. Em rações isso não se aplica: quanto maior o valor da ração melhor é a qualidade.

Tem gente que se gaba por dar uma ração de uma determinada marca, mas compra por exemplo, a ração a granel, em casa de ração, que fica aberta mesmo. Pode até ser a mesma marca da embalagem fechada, porém todos os nutrientes e vitaminas foram perdidos, pelo fato do saco ter sido aberto. Além disso, existe o risco de se comparar produto mofado, fora do preço de validade, já que não se tem o controle da validade do mesmo. É a chamada economia porca.

As rações também podem ser úmidas ou secas. As úmidas são os famosos saches ou forma de lata encontradas por ai. Tem gente que fica meio receoso de dar e acha que não pode oferecer ao animal. Elas podem ser oferecidas normalmente ao animal, inclusive porque a quantidade de água delas ajudam na hidratação do seu pet. Mas por serem úmidas, estragam mais rápido e por terem mais água, os animais acabam sentindo fome mais cedo do que aqueles que se alimentam da ração seca. Mesmo que seja de agrado, você pode substituir uma refeição por uma ração desse tipo.

Rações medicamentosas são para auxiliar no tratamento de alguma doença específica o seu animal. Nada de dar esse tipo de ração ao seu pet sem a prescrição do veterinário, pois elas podem causar problemas ao desenvolvimento do seu animal. Uma vez atendi um proprietário que fazia dieta e comprou um filhote. Ele ofereceu por 10 dias ao seu cãozinho, a ração diet pois segundo ele, se ele tinha uma restrição alimentar, ela também deveria ter.

Não é assim que funciona tá? Então se você quer fazer dieta para emagrecer, não dê alimento diet ao seu animal sem prescrição do veterinário. Não é a ração do seu cão a responsável por você estar engordando.

Há uma infinidade de marcas e opções que deixa todo mundo perdido. Minha dica é: procure um veterinário e saber quais as marcas que ele recomenda. Hoje, mesmo a empresa de ração mais cara possui uma linha mais barata em que oferece produtos de qualidade a preços mais acessíveis. Tem ração pra tudo quanto é bolso e jeito, então não tem desculpa para não alimentar direito o seu pet.

Ufa,tem bastante coisa né? Espero que você reflita um pouco mais ao comprar a ração que você oferece ao seu cão e gato e te ajude a optar por aquela que seu animal apresente o melhor desempenho. Ah, e não adianta forçar a barra tá? As vezes você escolhe uma ração super top mas seu pet pode não curtir. Tente mudar pra outra marca, mas com o mesmo nível nutricional.

O importante é você dar uma boa ração afinal todo mundo gosta de comer bem, inclusive o seu pet!! Ficamos por aqui mas aproveito pra deixar o link do questionário da pesquisa da Priscila: 

Vamos ajudar e se você responder tudo, você concorre a 200 reais em compras no Submarino.

Até a próxima coluna!!


Doenças cardíacas em cães e gatos

Por Mila Godoy

Acabou a folia, hora de voltar a atenção aos seus pets. A gente fala muito aqui de cães e gatos com doenças com problemas no coração em nossa coluna, mas você sabe quais são as doenças e quais os sintomas? Um dos primeiros itens que um tutor deve saber é que quando os sintomas aparecem e são notados por ele, a doença já está num quadro mais avançado. Por isso, as idas frequentes ao veterinário (sabe aquelas idas ao veterinário pra tomar vacina?) são importantes, pois este profissional estará atento a qualquer mudança no seu animal, que surgirem com o tempo.

A média do aparecimento dos sintomas é de cerca de 9 anos na maioria dos animais, e apesar de muita gente achar que só cão tem doença cardíaca, os donos de gatos também devem ficar atentos, pois estes também tem problemas cardíacos e pela peculiaridade do seu comportamento os sintomas são mais difíceis de serem notados. Em gatos, como se demora a notar as mudanças normalmente a evolução da doença não é satisfatória e o prognostico muitas vezes é negativo, progredindo ao óbito do animal.

Além da idade outro fator que pode levar ao aparecimento da doença é a sua herança genética que pode ser influenciada por fatores como a obesidade. Por isso, dono de labradores, goldens, beagles, e outras raças com tendência ao sobrepeso devem ficar atentos. Animais de porte pequeno, como yorkshire, poodles, pinscher, também devem ter atenção especial de seus tutores, pois possuem uma tendência genética forte em apresentar essas doenças. E os donos de vira latas? Ficam contentes? Não. Atenção redobrada, pois eles também podem ter doença cardíaca, e como muitas vezes não se sabe a herança genética é importante ficar de olho em qualquer um dos sintomas. Não é porque é vira lata que é imune a apresentar esse tipo de doença crônica. A velha crença de que vira lata dura mais é mais forte, que não tem doenças acaba por deixar os donos desses animais menos zelosos em procurar o auxílio veterinário, e muitas vezes, somente procuram ajuda quando a doença está bem evoluída.

As doenças cardíacas são doenças de evolução crônica, isto é, com o desenvolvimento lento, ou seja não há cura para elas quando diagnosticadas, apenas tratamentos satisfatórios e controladores para que haja uma maior qualidade de vida ao bichinho. Quanto mais cedo o diagnóstico melhor, pois, mais cedo os sintomas serão controlados.

Vamos conhecer algumas delas:

Viu como são muitas as doenças? E essas são as 5 principais mais diagnosticadas. E pra você não entrar em pânico, fique de olho nesses sintomas e procure um auxilio veterinário quando notar em seu pet:

Não procure diagnósticos pela internet. Não tente ajuda on-line. O diagnóstico correto de um problema cardíaco é feito pelo veterinário que, na suspeita, pedirá exames como eletrocardiograma, ecocardiograma, raio-x, exame de sangue. Esses exames são peças fundamentais para o diagnóstico correto.

Sempre bom lembrar que para prevenir essas doenças devemos adotar uma alimentação balanceada (com uma ração de boa qualidade), praticar exercícios com seu animal (o passeio aqui é importante), brincar sempre com o seu gato ou o seu cão, o que garante que tutor note mais cedo o aparecimento dos sintomas. Atenção redobrada para animais idosos.

Por isso leve seu pet regularmente ao veterinário. Ele saberá quando o seu animal não estiver bem!!

Até a próxima coluna!



Intermação em animais domésticos. Que quadro é esse?

Por Mila Godoy

Essas ultimas semanas tenho feito uns pedais na FZEA aqui em Pirassununga. Como é fim de semana, muita gente, assim como eu, aproveita pra fazer o exercício, mas alguns levam o seu pet, principalmente cães de grande porte. Uma atitude super legal, afinal, os cães merecem também um bom passeio e nada mais legal do que um campus como esse para deixar os animais contentes.

O que me preocupou foram as repetidas cenas de pessoas em cima de bicicletas com o animal ao seu lado, outras ainda fazendo caminhada, mas debaixo de um sol super quente, ou ainda esses dois fatores juntos. E com certeza, muitos desses proprietários não sabem o risco que estão impondo aos seus animais. Não anda fazendo dias quentes por conta das chuvas, mas nas últimas semanas, a média de temperatura tem sido de 35 graus com sensação térmica maior ainda. Pra quem não sabe, os animais tem a temperatura maior do que a nossa naturalmente, por volta de 37,5 a 39,5 graus. Quando ocorre um aumento superior a isso, o animal entra em hipertermia ou intermação.

Esse aumento ocorre de maneira rápida, prejudicando as funções corporais do pet, que podem levar a perda de consciência, convulsão, parada cardíaca, entre outros quadros. Aquela velha história que alguém escutou: então o cachorro era gordo e morreu de infarto... Provavelmente, se for investigado mais a fundo, talvez fosse um cão que desenvolveu um quadro de intermação e o tutor nem percebeu.

A gente se preocupa tanto em proteger os animais do frio, mas esquece do calor né? E muita gente nem sabe, mas algumas atitudes podem provocar o problema. Já vi muitos cães virem a óbito após desenvolverem o quadro que evolui bem rápido quando aparece. O Brasil é um país quente, alguns locais são mais quentes ainda, e algumas atitudes dos tutores provocam o quadro.

Cães de grande porte são as principais vítimas. Isso porque o proprietário tende a achar que por ser grande é mais resistente. Não é. Eles procuram acompanhar o seu tutor. Então aquela cena linda de uma pessoa andando de bicicleta tendo ao lado seu cão lindo na guia esconde um perigo grande: por mais devagar que a pessoa esteja ao pedalar, o animal está correndo, ainda que trotando. Portanto, a perda calórica e a perda de água dele será maior. Num calor, muito fácil desidratar, porque claro, muita gente não para pra oferecer água ao animal e acha que por ele estar andando ao lado todo feliz está tudo bem. Logo o cão não consegue mais fazer as trocas de temperatura (cães não suam gente!!), e logo apresentam fraqueza, cansaço, estado ofegante, salivação excessiva. Pode evoluir para diarreia, vomito, convulsões e óbito. Isso em questão de horas e quanto mais quente mais rápido.

Outra situação muito comum: proprietário leva o cão no carro e esquece ele dentro do carro. Ou deixa ele debaixo do sol quente. Isso faz ele desenvolver o quadro. Já cansei de ouvir histórias de colegas que atenderam animais morrendo porque o proprietário foi lá no supermercado ou qualquer outro lugar e achou que tudo bem deixar o animal ali dentro. O vidro aberto não adianta. É só usar o pensamento reverso: eu aguentaria ficar esse tempo todo sem ar condicionado? Num lugar fechado por meia hora? Se a resposta for não, eu tô fritando, então porque fazer isso com o seu animal?? Peça para alguém ficar com ele, no lado de fora se refrescando.

Passeios com quilometragem grande para cães de grande porte são super legais. Mas isso tem que ter bom senso: quilometragem no chão quente, no calor insuportável da tarde, melhor nem sair pra passear. Melhor horário são as primeiras horas do dia ou a noite. E tem gente que mesmo com o cão cansado, empacado, arrasta ele, literalmente!! Muito comum ver pit bull passando por isso, porque o dono acha que é frescura dele. Não é frescura, animais se cansam!! Exercício em extremo faz mal! Um bom tutor sabe respeitar o limite de cada um.

Gatinhos também não ficam foram dessa. Sei bem como é isso: na minha ultima mudança, foi feita em pleno verão. Na rodoviária, na caixinha, era claro a ofegação e o stress térmico porque eu estava também com muito calor. O terminal do tietê não circula muito bem o ar. A situação só melhorou no embarque, já dentro do ônibus, com o ar condicionado. Então, muito cuidado com os horários em que for andar com o seu gatinho por ai.

Cães gordinhos sofrem mais com o calor e tem dificuldade de locomoção. Por isso, cuidado redobrado com eles no calor. Cães de focinho curto, como pug, boxers, também merecem cuidados especiais, já que além do stress térmico, terão maior dificuldade para respirar e quando desenvolvem o quadro é mais rápido ainda devido seu porte e características físicas.

Não prenda os animais em postes ou em locais onde não há sombra. Pode parecer absurdo mas tem muita gente que faz isso e provoca o quadro sem saber. Sempre dê água ao seu animal!

E se o bicho ficar esquisito? Desenvolver o quadro? Jogo água fria? Não, água gelada no corpo do animal quente pode provocar o choque térmico e óbito. Mas sim, pegue uma toalha, deixa-a molhada e coloque no corpo do animal envolvendo-o. E corra pra um veterinário. O mais rápido possível. Não fique esperando que o animal vá melhorar. Se o quadro se instalou, seu animal só terá uma chance com o atendimento veterinário.

Então fique esperto com os seus passeios com os seus pets! Ser pai ou mãe de bicho não é fácil não! A intermação é um quadro grave! Preserve sempre o bem estar do seu bichinho.

Até a próxima!!


Meu Pet foi machucado por um animal peçonhento. E agora?

Por Mila Godoy

Janeiro é mês de férias, e muita gente aproveita para não somente descansar, mas dar uma atenção maior para o pet. Vai para um hotel fazenda com o seu cão ou gato, ou ainda, vai com seu cão para regiões onde há lagos, rios, mata fechada e solta o animal da guia para que ele dê o seu rolê sozinho e explore novos lugares. Afinal não tem carro, então que risco há, não é mesmo? Também há aqueles que fazem isso, na rotina mesmo dentro da cidade e deixam o animal solto para que ele explore o novo ambiente, inclusive, construções e terrenos baldios. Então qual é o problema?

O problema é que cães e gatos são curiosos e estão sujeitos a acidentes com animais peçonhentos. E o que são os animais peçonhentos? São todos aqueles que podem inocular de forma ativa, venenos, como: cobras, escorpiões, abelhas, aranhas. O veneno uma vez dentro do corpo do animal, pode trazer consequências fatais ao seu cão ou gato e é importante o proprietário saber qual medida tomar caso tenha esse tipo de situação. Por isso, segue aqui algumas dicas em caso desse tipo de acidente:

A região onde os animais são mais atingidos durante a picada são a barriga, focinho, e membros ( patas traseiras ou dianteiras). A gravidade do caso depende do local onde ocorreu o acidente e o tipo de animal peçonhento envolvido. Um dos primeiros sintomas é o inchaço que, muitas vezes, podem evoluir ao edema de glote, complicação grave comum nesse tipo de acidente. Você provavelmente deve ter visto em alguma rede social, a foto de cães que estão com a cara inchada (a maioria fala que é por picada de abelha e provavelmente o seja). A maioria dos comentários é dando risada e ridicularizando a situação. Eu não consigo ficar tranquila com isso. São animais em emergência veterinária, apresentando um quadro de complicação muito típico, e espero que todos tenham tido o atendimento veterinário adequado.

Nem sempre a picada é visualizada, por isso é necessário um tutor atento pois o quadro pode evoluir além do inchaço para sangramentos, vômitos, fraquezas, baixa pressão, dificuldade respiratória. 

Aranhas provocam dores intensas no animal então muitos vão estar extremamente prostrados, ou ainda relutantes em serem removidos, pela dor no local. Então, muito cuidado ao manipular o animal, pois ele está com dor, e pode instintivamente, morder seu tutor numa tentativa de mostrar o quanto está dolorido. Aranhas marrons, assim como no seres humanos, podem causar a necrose dos tecidos. As aranhas que possuem pelos em seu corpo, podem soltá-los no animal como forma de proteção, o que provoca no cão e no gato que entram em contato com eles, alterações respiratórias.

Animais picados por escorpiões não costumam evoluir para quadros fatais, porém sofrem muito com a dor intensa no local. Caso o animal tenha algum problema cardíaco, o stress da picada e dor pode levar ao óbito do animal.

Então no caso de picada de animal peçonhento, não tenha dúvidas. Procure um médico veterinário o mais rápido possível e ajude o seu bichinho. Um socorro rápido e com o auxílio veterinário garantem maiores possibilidades de sucesso do tratamento e quem sabe se torne apenas uma má recordação de umas férias.

Até a próxima coluna!!

Pet Dúvidas

1 ANO DA COLUNA PET DÚVIDAS

Por Mila Godoy

Decidi dar uma breve pausa pra fazer essa coluna especial: COMEMORAMOS 1 ano de coluna Pet Dúvidas!

Sim, o tempo passou rápido demais. E estamos um pouquinho atrasados pra falar desse aniversário, já que a primeira coluna foi lançada no mês de dezembro de 2018. A idéia inicial, minha e da Adriana, era divulgar a primeira coluna somente em janeiro de 2019, mas a Adriana quis conhecer logo como seria a recepção do público sobre o tema.

Pra nossa surpresa, foi muito bem recebida, e fico feliz com isso. Lembro que quando estávamos montando a coluna, eu pensava: mas nossa eu vou ter assunto pra escrever a cada 15 dias?? Olha, tivemos e ainda teremos muito mais. O mercado pet muda diariamente: é um medicamento novo, uma vacina nova, um produto carrapacitida lançado, e por aí vai. É muita coisa acontecendo e isso gera assunto e mais assunto.

Só trazemos verdades, rsrs

Nem a minha amiga Adriana sabia que a gente tinha feito um ano de coluna. Eu fui enviar a última coluna do mês de dezembro do ano passado e me deparei com a data que salvei a primeiro artigo: 02/02/18. A receptividade com a coluna só aumenta com o passar do tempo, e com isso o número de leitores também. O que parece ser pra muita gente difícil visualizar já que a mídia é 100% digital. E numa geração em que cada vez mais, obtém informações no meio digital, o site Novo Contexto é superantenado.

Como tudo começou...

Querem saber como surgiu a coluna Pet Dúvidas? Eu e a Adri, nos conhecemos numa pós graduação multiprofissional. Conheci o site Novo Contexto por meio das postagens dela, divulgando e compartilhando o conteúdo pelas redes sociais. Achei muito legal o público e a proposta. Um dia, a Adriana fez uma Live com um profissional sobre Tuberculose. Assisti e pensei: porque não ter um de pet? Tanta gente tem dúvida e tem vergonha de perguntar...

E assim, numa conversa, sugeri a idéia pra minha querida amiga, que sugeriu que eu deveria escrever a Coluna. E cá estamos um ano depois, relembrando toda a nossa trajetória... Sobrevivemos a um computador quebrado no final do ano, a um processo seletivo de mestrado, a muitas colunas escritas sobre o efeito do sono... Sem contar o lado da editora, né, Adri???

E antes de iniciar este ano novo, eu não poderia deixar de agradecer a todos vocês que nos acompanharam por esse período e que espero continuem conosco por muitos mais anos. Em 2020, a Adriana, eu e as demais colunistas queremos engatar novos projetos, então, continuem seguindo nossos trabalhos.

Obrigada a todos novamente e em especial a minha querida Amiga Adriana Filie. Guerreira, paciente, e muito antenada, agradeço por sua parceria e amizade nesses últimos anos.

Feliz Bodas de papel pra nós e um Feliz 2020 recheado de Novidades!!

Até a próxima!

Pet Dúvidas

Rinhas de animais no Brasil

Por Mila Godoy

Esta semana circulou nos jornais e nas mídias sociais, a notícia de uma rinha de cães que foi flagrada no Município de Mairiporã, fruto de uma investigação da Polícia do Estado do Paraná, que há tempos estava tentando pegar os suspeitos desse crime.

Além do número de pessoas envolvidas e presas, o que chocou muita gente, foi o fato de fazer parte um médico renomado, policiais, criadores, além da quantidade de participantes compactuando com essa situação, a chamada rinha.

E no meio dessa atrocidade e maldade, o que mais me indignou foi ver além dos maus tratos, a presença de um colega de profissão, auxiliando nesse crime. Este que deveria proteger e zelar pelo bem estar dos animais deveria ser o primeiro a tomar providências quanto a essa atrocidade e não participar dela. Os cães resgatados estavam bem debilitados...

Os animais eram da raça pit bull, que muita gente tem grande preconceito, afinal, não precisa de muito esforço numa busca de internet que chovem noticias de cães dessa raça que agrediram crianças, donos, pessoas, muitas dessas com consequencia de morte e o cão acaba abandonado ou ainda morto a tiros por um policial.

Nenhuma delas retrata efetivamente as particularidades dessa raça. Além disso, a extensão da investigação (que já estava de olho em criadores, treinadores e afins), mostra o tamanho e proporção que chega esse comércio ilegal. E isso, infelizmente, acontece todos os dias no Brasil, pois a impunidade e o interesse das pessoas por esse tipo de "esporte", só contribui para aumentar o número de casos.

Sobre a Raça Pit Bull, tudo depende do Tutor

O primeiro ponto que acho interessante desmistificar é a Raça Pit bull. Pit Bull é a abreviação para American Standiforeshire Pit Bull. Essa raça originalmente foi criada na Inglaterra, com a cruza de um Buldogue Inglês e a extinta raça Terrier Inglês. Mas foi nos EUA, em que a raça foi aprimorada, daí o sua nome de American. O animal é extremamente resistente e forte. Pode correr durante muito tempo sem cansar e quando solicitado à uma tarefa é muito determinado e raramente desiste. Muito dócil e inteligente é fiel ao dono quando recebe os cuidados corretos.

Muita gente infelizmente pegou as características da raça e usou erroneamente nessas cruéis rinhas. E muita gente não tem perfil para ter um Pit bull. Esse cão ficou muito associado aos homens marombados de academia, pelo perfil troncudo, mas muita gente compra cruzas, cria errado, e tudo isso contribui para se ter um animal com um temperamento difícil , e que depois numa falta de paciência que é típica desses tutores, o cão é abandonado e deixado a própria sorte. Um cão dessa raça, criado sem o adestramento e sem a compreensão do dono, pode mesmo sem querer, morder e a força da sua mandíbula é capaz de fazer estragos.

Mas o cão não faz isso de maldade. Qualquer cão quando acuado, quando se sente ameaçado, ou que quer dar um aviso, morde, mesmo alguém próximo que ele goste muito. Porém, o pit bull tem grande força, é da sua natureza, assim as pessoas logo associam como se o animal não tivesse conserto e assim acabam sendo abandonados e sacrificados.

Na investigação, encontraram uma chácara com mais de 30 animais, que eram treinados para essas rinhas. Eram cães dóceis com humanos, mas que não toleravam a presença de outros animais. A ressociabilização exigirá do futuro dono, a compreensão máxima e a tolerância no temperamento e no comportamento que esses animais terão, afinal, são todos traumatizados e criados de forma errada.

Então, nesse caso, não vale adotar para mostrar que fez uma boa ação, ou ainda pra se exibir. Aqui a adoção tem de ser consciente que os animais necessitam de cuidados especiais para investir numa mudança do seu comportamento.

Mas de onde surgiram as rinhas de cães e porque todo mundo usa o pit bull?

Na história sabe-se que os animais eram usados para guerras, inclusive os cães, isso mesmo, antes de Cristo. Durante muito tempo, a nobreza da Inglaterra se divertia vendo um buldogue e um urso polar brigar por divertimento. Um divertimento sádico, que demostra que os participantes necessitam ver alguém sofrer e sangrar como forma de prazer para reafirmar o seu poder.

Entretanto, um dia o esporte se popularizou para as massas, por volta do ano de 1800. E como as pessoas pobres não tinham dinheiro e nem condições de arrumar um urso polar, logo adaptaram e colocaram cães de diversas raças, onde o buldogue inglês era bem utilizado, que foi aprimorado para esse tipo de luta, o que originou a raça pit bull. Portanto, todas as conformidades dessa raça foram feitas para essa luta, mas isso não significa que os animais devam ser utilizados para esse fim.

E porque as rinhas foram proibidas? Por que envolvem maus tratos, morte , tudo isso para divertir um grupo sádico de pessoas. E tem muita gente, que ainda perpetua com essa barbaridade por debaixo dos panos. Criadores de fundo de quintal que fazem cruzas de animais cada vez mais agressivos; treinadores que fazem o animal passar fome e sede para estimular a agressividade do animal; veterinários que tratam do animal para que ele possa melhorar para terminar a luta. E tudo isso para que? Por dinheiro e por sadismo.

Mas esse tipo de crime só existe porque tem gente que insiste em comprar cão barato e não verifica a procedência do animal, e porque muita gente acha legal o cão lutar com outro. Enquanto tiver gente estimulando isso não vai parar, e sempre o elo mais fraco dessa história são os animais.

E como nós podemos ajudar?

Primeiro, eu sei que é difícil, mas evite disseminar o ódio contra os participantes. Ele só gera mais violência e não ajuda os animais de fato, que é nossa principal preocupação. Se preocupe contribuir de alguma forma doando remédio ou ração ou custeando as internações.

E se você tem um animalzinho, dê o melhor por ele, para que nunca tenha de passar pelos maus tratos que esses cães foram submetidos. E pra quem tem Pit Bull, cuide bem do seu cão. Não tente provar o quanto ele é forte ou maior que o do outro. Curta e ame o seu animal sempre. Um dono que garante o bem estar e provê o melhor para o seu animal é um grande aliado contra essas atrocidades.

Até a próxima e Feliz Natal!!


DEZEMBRO VERDE: DIGA NÃO AO ABANDONO DOS ANIMAIS

Por Mila Godoy

Dezembro chegando e logo começa os preparativos para a festa de Natal: preocupação do que dar de presente, o que comprar para a ceia de natal, que roupa irá vestir, organizar a viagem de final de ano, ir a inúmeras confraternizações... A lista de compromissos aumenta e os gastos também.

Mas, infelizmente, é nessa época em que aumenta o abandono dos animais. E porquê isso acontece? 

Já disse isso em outras ocasiões, mas vale relembrar: falta de planejamento e adoção por impulso. Então, a pessoa adquire um animalzinho, e no final do ano, quer viajar. Tá armada a confusão que é viajar com um cão ou gato!! Pior, não dá pra viajar para todo o lado com o animal, pois não é todo hotel que aceita. Hotel pra animal é caro, muita gente pensa isso, e pronto, a melhor solução é jogar na rua que alguém pega.

Pode parecer maluquice os argumentos acima, mas é o que muita gente pensa na hora de abandonar o animal. Por isso, surgiu a campanha Dezembro Verde, num esforço para relembrar a Lei do Abandono dos Animais, e diminuir esses números nessa época do ano.

Como você pode ajudar? Primeiro faça a sua parte: não dê animal como presente! 

Sim, filhotes são bonitos, fofinhos e encantadores, porém , fazem sujeira, ficam doente, crescem. É uma vida, uma responsabilidade pra no mínimo 15 a 20 anos. Ás vezes o seu amigo parece ser uma excelente pessoa, mas ao se deparar com essa nova aquisição, aceita para não deixar magoado quem está "presenteando" e, depois, na primeira oportunidade, abandona o animal. Tem abrigo que até suspende as doações de animais nesse período para proteger os animais e evitar o abandono.

E não precisa ser animal adotado de abrigo não. Tem muita gente que compra bichinho nessa época do ano e logo percebe que não fez uma boa escolha. Como não consegue devolver, acha mais fácil abandonar usando a desculpa: ele é de raça, logo logo arruma alguém.O mesmo vale para dar de presente à crianças, animais. Bichinhos de estimação são ótimos para crianças e fornecem muitos ensinamentos a elas, mas muitos pais, após passada a empolgação, se deparam com as responsabilidades e resolvem dar fim no animal - com uma desculpa pior que a outra - numa infeliz tentativa de justificar o injustificável. Bicho não é brinquedo! Não é um objeto para ser deixado de lado quando a criança enjoa! Bicho é responsabilidade. Senão está disposto a ter essa responsabilidade, não adote ou compre um animal.

E quando falo em abandono, não é somente naquela cena horrível em que a pessoa larga o cão/gato em alguma beira de estrada e vai embora. Abandono acontece nas clínicas veterinárias onde o proprietário deixa internado e não volta para buscar. No pet shop, aquele animal que é deixado para dar banho e não voltam para pegar e não atendem as chamadas. Na ida ao Canil da cidade com o animalzinho e o tutor alega: mas você não está entendo, eu vou me mudar e preciso que fiquem com ele... É o melhor pra ele e você tem que fazer algo... É aquele vizinho que some e deixa o animal trancado dentro de casa sem comida e nem água. É aquele que não fornece tratamento ao animal quando este necessita de cuidados. Várias crueldades...

Configura-se também na Lei de maus tratos: abandono de animal quando não se fornece água ou comida; quando não se fornece cuidados médicos veterinários; quando o animal é deixado em condições que não lhe garanta o seu bem estar, entre outras. E hoje além da multa, que é bem alta, é um crime passível de prisão.

Por isso, Natal é muito mais do que comemorações. É tempo de reflexão. E aqui neste mês, temos de lembrar que uma adoção ou uma compra de um animal deve ser feita com muita consciência. Afinal, eles não escolhem a família humana deles, então, se você está disposto a ser papai ou mamãe de um filhotinho, seja ele cão ou gato, coelho, etc, faça-o com muita consciência e ciente das responsabilidades de um animal.

Dezembro verde está aí, para nos lembrar que apesar de muita gente má com os animais ainda existe gente de boa vontade, disposto a ajudá-los, e que eles merecem respeito, carinho e cuidados. Ajude nessa causa e compartilhe essa ideia. 

Até a próxima!!



Os perigos da automedicação em Pets

Por Mila Godoy

Fim de ano vai chegando e começam a acumular contas, boletos e o dinheiro vai apertando. E no meio da correria do final de ano, o seu pet começa a ficar doente! E agora? Tô sem dinheiro! O primeiro pensamento é: ah, tudo bem, esse probleminha de pele acho que aguenta até o pagamento... Ou ainda: é só um enjoosinho bobo, eu acho que dá pra aguentar.... Essa coceira no ouvido não é nada.... No dia seguinte, a pele tá um terror, o enjoo virou vômito profuso e o ouvido tá superinchado. 

O que a maioria dos tutores faz? Leva num veterinário? Não, está sem dinheiro, lembra?

O desespero faz tomar uma decisão perigosa: olha a caixinha de remédios humanos e resolve arriscar um deles.... Afinal o que funciona para mim também dá certo para o meu pet, certo?

Este cenário acontece todos os dias nas casas de muitos tutores brasileiros. Você já tomou medicamento sem consultar o médico não é? Se ainda não fez, com certeza conhece quem já fez. E extrapolar esse comportamento de automedicar para animais não é difícil. Seja por decisão própria, por uma ajuda do google, ou ainda porque algum conhecido indicou, todos os caminhos levam a automedicação.

Nenhum gato, nem cachorro é uma criança!

O primeiro ponto que tenho que esclarecer é o uso indevido da medicação humana. Veterinário prescreve sim medicamento humano, mas ele sabe qual o princípio pode ser usado e em que dose adequada sem haver intoxicação. Animais possuem uma resposta farmacológica diferente da nossa. A velha história do que vale para uma criança, vale para um cão ou gato não é verdade. Além disso, muitos princípios ativos de medicamentos são tóxicos para animais, e alguns inclusive podem levar a óbito sem ter muito o que se possa fazer. Paracetamol, diclofenaco, ácido acetilsalicílico são alguns dos princípios que causam intoxicação fatal em gatos. A ivermectina, um medicamento muito usado para tratamento de sarna, ou ainda derivados de suas moléculas, presentes em muitos anticarrapaticidas, é fatal para border collies, algumas variações da raça pastor alemão, inclusive para os vira-latas provenientes dessas cruzas. Isso acontece porque essas raças não possuem a enzima necessária para processar e absorver o medicamento. E não há antídoto.... o animal morre nas mãos de um veterinário que tenta de tudo para dar conforto a ele durante as últimas horas. E como dizer ao proprietário, que se ele não tivesse dado aquela medicação, o animal poderia estar vivo? Difícil!

O segundo ponto é que automedicar com produtos veterinários não é garantia de que não haverá intoxicação. Alguns medicamentos veterinários não podem ser usados em felinos, e tem muito tutor que vai na casa de ração, compra um medicamento que deve ser usado em grandes animais e tenta adaptar, com graves consequências.

Tem gente que tenta ainda driblar a situação: resolve dar uma planta medicinal ou um remedinho caseiro. Um sério problema, pois como já disse em outro texto, tem uma série de plantas que são tóxicas a cães e gatos. Muitos tutores, por desconhecimento, nem sabem se a planta que utilizou para o chazinho era medicinal mesmo. Quem já não ouviu que quiabo salva o animal de cinomose? Um monte de gente que viu na internet, afinal, isso é amplamente divulgado. Quiabo salva o animal de cinomose? Não! Se algum animal ficou curado de cinomose por quiabo? Não temos comprovação científica, nenhum estudo que demonstre essa correlação. Mas tem muita gente que acredita nisso, e defende isso. Outra grave questão é que essas plantas medicinais vendidas em barraquinhas, nem quem vende sabe dizer se está misturado ou não com outra planta, que pode ser tóxica.

De qualquer forma, todos vão ao veterinário. E aí o veterinário, além de lidar com a intoxicação, tem de procurar quais eram o sintomas iniciais do paciente, para descobrir qual a melhor conduta clínica, pois, muitas vezes, os sintomas foram mascarados por conta da automedicação. Pra piorar, o animal corre o risco de ter alergia ao princípio ativo e ao invés de um problema, podem ter dois.

O tratamento então fica mais custoso e demorado, e o proprietário é obrigado a lidar com a realidade: como teria sido diferente se tivesse trazido antes... Seria com certeza bem mais rápido e menos custoso. Então pra que complicar? Se seu pet ficar doente, nada de automedicar. Leve seu animal ao veterinário .

Seu pet merece os melhores cuidados! Não automedique. A vida dele está em suas mãos.

Até a próxima!


Meu Pet é uma divertida CHINCHILA

Por Mila Godoy

Houve um tempo em que se quando se desejava ter um animal de estimação, as pessoas escolhiam entre cães, gatos e peixes. O tempo passou e caiu no gosto da população o interesse pelos animais exóticos como pets. A chinchila foi um dos animais exóticos que viraram febre entre aqueles que querem um pet pequeno, curioso e divertido.

A chinchila é um roedor pequeno. São dóceis, divertidas, curiosas, estão sempre dispostas a brincar e de manejo fácil, e por esse motivo, são principalmente animais de estimação de pessoas que trabalham fora o dia inteiro, e somente retornam a noite. São muito apegadas ao dono, e quando se acostumam com a nova família, costumam pedir carinho, ficar no colo e atender pelo nome, como qualquer cão e gato. O tamanho é pequeno, mas a vida é longa: uma chinchila pode viver até 15 anos de idade.

Possuem hábitos noturnos e podem ser vistas brincando durante a madrugada, o horário favorito delas para brincadeiras. Necessitam de muito espaço, com uma gaiola ampla e uma roda própria para a espécie. Não pense em sair de casa, e deixa-la solta para curtir a casa ou o apê!

Sendo um roedor, ela não pensará duas vezes em destruir sapatos, brinquedos, tapetes, móveis, fios de telefone, aparelhos eletrônicos, o que no caso desses últimos podem ter um final bem trágico, pois um choque pode matar o animal. Não se preocupe, ela estará feliz em sua gaiola espaçosa, e quando você chegar do trabalho, provavelmente vai encontrá-la brincando feliz na rodinha de chinchilas. Aí sim, sob a sua tutela, solte-a e curta as suas brincadeiras.

Não invente achando que é um cão ou gato, cuide dela como uma Chinchila e tudo dará certo!

Nunca 'abra mão' da ração para chinchilas. Essa é uma recomendação que deve ser seguida à risca. Não pense em dar a ração de cachorro, gato, coelho, etc. para economizar. A chinchila possui o sistema digestivo bem delicado, e podem ter complicações, inclusive ao óbito. Então, não pense em arrumar uma solução para alimentação porque não vai fazer bem.

Mas variar o cardápio é sempre bom, portanto se quiser agradar, ofereça legumes e frutas. Esses animais possuem alta tendência a ter prisão de ventre, então sempre dê alimentos ricos em fibras, como alfafa, frutas secas sem açúcar, maça, damasco e ameixas. Evite amendoim, castanhas, guloseimas e doces. (não dá pra dividir com ela o saquinho de Fandango, e nem as balas de goma).

As chinchilas convivem muito bem com outros animais de estimação, mas, atenção: isso só acontece quando elas convivem desde filhotes com esses animais. Isso não significa que uma adulta não consiga conviver, porém será mais difícil criar confiança. Além disso, nunca deixe ela sozinha com esses animais, pois as brincadeiras envolvem patadas e pequenas mordidas de afeto, que num cão ou gato não teriam muito problema, mas numa chinchila isso pode levar a morte.

Também sempre é bom dizer que as brincadeiras de cães e gatos nem sempre são engraçadas para a chinchila já que estas envolvem brincadeiras de predador/presa e a chinchila sempre será a presa, o que é extremamente assustador e desconfortável ao animal.

Com outras chinchilas elas costumam interagir muito bem. Mas caso seja essa a sua opção é bom lembrar de que esses animais devem ser castrados para evitar uma superpopulação. Não precisa tosar, escovar ou dar banhos. No caso de queda de pelos, isso só acontece em animal doente. Portanto, qualquer queda visível recorra a um atendimento veterinário especializado. Como os coelhos, os dentes delas estão sempre bons pra roer, mas eles não sofrem desgastes. Então, o futuro tutor poderá levá-la para que ela sinta o conforto necessário.

Curiosidades sobre as Chinchilas

As chinchilas são originárias das Cordilheiras dos Andes, no Chile. O nosso país é de clima tropical, e beem quente, então, elas tem muita dificuldades em se adaptar ao calor. Como elas armazenam todo o calor dentro do organismo, muitas podem ter um colapso e vir a óbito. Então nem pense em deixá-la tomando sol sozinha, nem a deixe em lugares muito abafados. Em dias em que a temperatura ultrapassa a faixa dos 25 graus, coloque um ventilador na frente da gaiola e evite maiores complicações .

Mantenha sempre limpo o pote de ração e água deve ser fresca. Existem pessoas que conseguem passear com as suas chinchilas pela rua. Isso só é possível com o auxílio de uma guia, para evitar que fuja ou seja atropelado por um veículo.

Gostou de conhecer a Chinchila? Exótico ou não, todos os animais encontram o seu dono ideal e merecem amor, respeito e confiança sempre. Portanto, não deixe de levar o seu animal ao veterinário!

Até a próxima coluna!!


Quero comprar um pet mas... Porque não adotar?

Por Mila Godoy

Recentemente, depois de 2 anos desde que perdi o meu labrador, decidi que era hora de colocar mais um cão em minha vida. Então, diante do meu perfil e do tipo de animal que procuro, optei pela Raça Golden Retrivier. Como veterinária, sei quais são os critérios para se procurar um canil e lá fui eu perguntar para uns conhecidos sobre quais canis da raça poderiam me indicar na região.

E aí me vieram um mar de perguntas: - mas, nossa, você é veterinária, vai comprar um cão? Porque não adota? Percebi que não era a única. Muita gente, quando opta por comprar um animalzinho passa por essas e outras. Como se fosse crime optar por ter um cão ou um gato de raça.

Vamos por partes. Sim, o número de animais abandonados é alto. Todo mundo que está nesse meio sabe que o número de cães e gatos na rua aumenta e a maioria é de vira- latas. E não é segredo que o número de adoções é baixo e não é proporcional ao número de animais. A conta nunca fecha: o número que entra num canil é bem maior do que sai.

O problema é que grande parte dos futuros adotantes não enxerga os canis ou ONGS como lugares provisórios para cães e gatos em situação de risco. Infelizmente, tem muita gente que enxerga isso como um depósito de animais e como um lugar para se obter um cão ou gato de raça de graça. Esses últimos são para mim o pior tipo: chegam no canil com a frase pronta:

- "Oi, eu quero um poodle, você tem?" (substitua isso por Yorkshire, shitzu, Rotwailler, Pit bull, etc) e se decepciona quando ao olhar os cães e gatos disponíveis para adoção são vira latas. Claro que numa tentativa de não ficar feio acaba levando um animal. Alguns pra fazer pose, outros pra tentar se convencer de que vai gostar do cão, e, outros ainda acabam ficando com o animal, nem sei por qual razão...

Mas dessas que levam o animal querendo inicialmente outro, após um período, que pode variar de 1 semana ou até mais, acabam retornando com o animal ao local e pedindo pra aceitar de volta. Isso é muito doloroso para o animal e eu já presenciei várias vezes. Muitas vezes, ele já sofreu, está criando confiança na família e esta que deveria o acolher, o entrega de volta porque não tem o perfil da raça que queriam, e, novamente o abandona.

Mas esse adotante não acha que abandonou, acha que fez o bem entregando o animal a uma instituição que na cabeça dele não tem mais do que a obrigação em cuidar. A verdade é que esse tipo sempre quis um animal de raça mas não quer pagar os custos de se adquirir um. E quem começa assim ao adquirir um animal não é um bom tutor. Com certeza não vai querer pagar os custos quando ficar doente, não vai pagar vacina e por ai vai... Isso ficou bem claro quando a Luiza Mel fez um ação em que recolheu mais de 30 animais de raça num canil ilegal que foi amplamente divulgado pela mídia: uma fila de futuros adotantes de virar a esquina, mesmo antes dos animais chegarem ao local, cujo canil antes só tinha animais vira-latas para adoção e nunca tinham recebido esse número de interessados. Acho que muita gente não imagina esse lado da adoção, mas ele infelizmente existe!

Criação de cães e gatos de raça não é errado!

Não é crime! E o comprador não deixa de ser um bom dono quando compra um. Errado é a criação de fundo de quintal. Essa sim tem de ser combatida. É aquela criação feita sem acompanhamento veterinário, onde as pessoas cruzam os animais 'a torto e a direito' e deixam em condições insalubres. Normalmente, começam com alguém que comprou um cão de raça, viu o quanto pagou, e acha que pode fazer disso um meio de ganhar direito rápido e sem gastar muito. E ai começa a cortar custo de veterinário, custo de ração, diminuir o espaço, aumentar o número de animais, não poupam as fêmeas, tudo isso pra ter um monte de filhote pra vender e ganhar dinheiro. Ultimamente, nem isso mais fazem. Está crescendo o roubo de animais de raça nas grandes cidades com o objetivo de iniciar uma criação ou mesmo vender a quem queira por um preço baixo.

Existem bons criadores de raça no segmento pet. Sim,tem muita gente boa e com critérios bem definidos pro futuro comprador. Eu achei vários que atendiam somente as especificações de criação de veterinários com acompanhamento veterinário integral, com ninhadas programadas, com a saúde das matrizes atestadas e sempre com disponibilidade de visitas ao local pro futuro comprador ver que não é fundo de quintal. Mas todos os filhotes tinham o preço de acordo com a estrutura oferecida. E nenhum deles tinha como principal ganho da empresa a criação dos animais. Quem deseja adquirir um animal de raça tem que procurar boas indicações para que ao comprar o animal não esteja contribuindo pra essa péssima indústria da criação de fundo de quintal (e isso é difícil, porque eu mesma quase fui enganada).

Mas não tem nada de errado em adquirir um animal de raça, desde que você esteja disposto a arcar com os custos em adquirir um!

Errado é procurar em ONGS e canis municipais esse tipo de animal numa tentativa de conseguir de graça. Errado é adotar só pra fazer pose. Errado é querer comprar um animal de raça baratinho e achar um absurdo o preço cobrado pelo outro criador (quando é muito barato um filhote, desconfie). Errado é não lembrar que independente de se adotar ou comprar existe uma vida que merece cuidado e respeito e que não deve ser descartado como se fosse um objeto.

Então se quer ter um animal de estimação, não há problemas em querer comprar. Se você deseja adotar um, ótimo, estará dando uma nova chance a quem já tanto sofreu. Se você já adotou, não critique quem quer comprar: ele só está iniciando a família dele de outra forma.

O importante é dar amor, carinho e saúde ao seu futuro pet. Seja lá qual caminho você optar!

Até a próxima!

Pet Dúvidas

Até nossos pets entram na Campanha Outubro Rosa
Prevenção ao câncer de mama em cadelas e gatas

Por Mila Godoy

Iniciou outubro, e com ele a Campanha Outubro Rosa em que se chama a atenção das mulheres em realizar o auto-exame, como forma de prevenção ao aparecimento do câncer de mama. O outubro rosa também existe para pets, e com o mesmo objetivo: prevenir o aparecimento do câncer de mama em cadelas e gatas, pois quanto mais rápido o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento e a longevidade do animal aumenta.

No Brasil não se sabe o número correto desse câncer nos animais, pois não há um Registro Nacional deste tipo de diagnóstico para pets. Mas, o que se verifica na rotina de muitas clínicas veterinárias no Brasil, esse tipo de câncer é um dos cinco mais frequentes. E porque isso acontece? Porque muita gente ainda não castra a sua fêmea. E as desculpas são várias: eu quero dar uma cria antes de castrar, eu não tenho dinheiro, eu não acho legal castrar fêmea, eu uso anticoncepcional, eu estou desempregado, eu tenho outras preocupações agora...

E assim o tempo passa a cadela ou a gata envelhece, e, aí, o câncer aparece!

A castração ainda é uma forma eficaz na prevenção deste tipo de câncer nos animais. Estudos indicam que fêmeas castradas antes do primeiro cio, tem menos de 1% de chance de desenvolver câncer de mama. Bem naquela época dos 6 a 7 meses, que é quando surgem as desculpas.

Além disso, existem raças que apresentam maior predisposição para apresentar o problema, como poodle, labrador, golden, dogue alemão, cocker, rottwailler, entre outras, o que faz a doença aparecer até mesmo mais precocemente.

E porque castrar faz tanta diferença na prevenção? Porque esse tipo de tumor responde a hormônios e ao período que o organismo é exposto (exigido), pois esses mesmos hormônios são responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais.

E quanto mais tardia a castração, mais complicado é o procedimento, lembra? Já falamos sobre isso, mas não custa recordar: exames periódicos, anestesia específica, risco anestésico elevado, recuperação mais demorada. E aí desistem do procedimento, e quando vemos o animal está com um tumor de mama que precisa ser operado, quando tudo complica ainda mais!

Mas o que causa o câncer de Mama nas fêmeas? É só porque não castra?

Não, não é. Esse é um dos principais fatores, porém o câncer é uma doença multifatorial, isto é, em que vários fatores podem estar envolvidos no surgimento dessa doença. Como já foi dito, existem raças que são mais predispostas, fatores como poluição, tipo de alimentação, uso de anticoncepcional (sendo que esse aumenta ainda mais a ocorrência desse tipo de tumor), histórico familiar do animal, sedentarismo, obesidade, entre outros.

E porque esse câncer causa tanta preocupação? Muitos tutores só vão procurar auxílio veterinário quando o tumor está muito grande, o que torna a recuperação mais difícil e dolorosa pro animal. Não é uma cirurgia de recuperação fácil. Além disso, esse tipo de câncer é altamente metastático, isto é, se espalha com facilidade para outros órgãos, principalmente para pulmão, fígado e rim. Quando muitos proprietários procuram, enfim, ajuda com um veterinário porém o câncer já atingiu outros órgãos e tem de lidar com um prognóstico difícil.

Cuidados - Prevenção ainda é a melhor forma para evitar o aparecimento desse tipo de tumor, portanto, sem desespero! O outubro rosa está aí para lembrar aos tutores que cadelas e gatas podem ter esse tipo de câncer. A melhor forma ainda é a realização da cirurgia de castração e que deve ser feita o mais cedo possível.

Visitas constantes ao veterinário também são importantes. Sabe aquela visita pra vacina? Não, o veterinário não só vacina. Ele verifica a saúde do seu animal, e com certeza estará atento, fazendo o exame clínico.

Você também pode ajudar o seu pet. Cadelas e gatas não fazem autoexame, mas o proprietário, pode sim dar uma ajudinha, que cumpre esse papel. Como? Ao fazer carinho no seu animal, verifique se há algum nódulo ou bolinha nas mamas. Notando qualquer tipo de diferença, leve ao veterinário imediatamente.

Fique de olho em feridas que não se cicatrizam, dificuldades em mastigar ou engolir, cheiros incomuns, mudanças nas fezes, dificuldade em urinar. Sempre que qualquer sintoma diferente leve o seu animal ao veterinário. Não fique procurando desculpas.

A partir dos 5 anos, os animais estão ficando velhinhos. Sim, eu sei que é difícil entender isso, mas é a hora que os órgãos já começam a apresentar algum problema. Por isso, a partir dessa idade, faça visitas constantes ao veterinário para acompanhar a saúde do seu animal, e realizar exames de rotina. Eles são importantes para o diagnóstico precoce da doença.

Então participe do outubro rosa. Lembre-se que seu carinho pode ajudar a diagnosticar a doença mais cedo! Até a próxima!

Pet Dúvidas


A Síndrome de Burnout que atinge Médicos Veterinários

Por Mila Godoy

Vamos dar uma pausa no tema pet e falar de um assunto bem importante, mas pouco discutido. Setembro é o mês amarelo, símbolo de uma campanha iniciada em 2015, para prevenção ao suicídio. E porque estamos falando disso? Porque não podemos ser omissos e uma das profissões com maior taxa de suicídio é a medicina veterinária. Aposto que você não sabia disso!

Mas sim, essa é a realidade! Segundo uma pesquisa realizada na Inglaterra, essa é uma das profissões onde se tem quatro vezes mais chances de suicídio em relação à população em geral, e o dobro de chances se comparado a outros profissionais da saúde. Muitos colegas meus, conhecem pessoas próximas que se mataram. Eu mesma, cada vez mais ouço notícias de um veterinário que se matou. Gente que parecia estar bem, mas no outro dia tira a vida. E parece tão absurdo, tão fora da realidade. Mas acontece! E assusta saber que a família, muitas vezes, não reconheceu os sintomas da depressão e do esgotamento profissional.

Veterinário tem os mesmos custos que um médico, mas não recebe igual...

Muitos são bem sucedidos em suas carreiras, com currículos maravilhosos, mas estão vivendo os desafios da profissão, tentando ser bem sucedidos e desesperadamente acabar com a dor.

Uma das principais causas é a frustração com a remuneração, principalmente, entre aqueles que trabalham com a clínica de pequenos de animais. Pode parecer algo improvável, mas veterinário não recebe igual médico, porém possui custos semelhantes a um.

A remuneração entre clínicos de pequenos animais é bem abaixo da média. Não somente pelos custos envolvidos na manutenção da clínica, mas também pela falta de pagamentos e concorrência. Além disso, a pressão para que se acerte, salve vidas, ajude, pois ama os animais (não é assim que muita gente diz?) cria uma cultura, uma obrigação social como se ele não precise sobreviver de sua formação.

O calote após ter tentado ajudar um animal de pessoas sem condições, leva o profissional ao esgotamento pro situações de abusos desse tipo. E na tentativa de ganhar um dinheiro, a profissional cobra (sim gente, veterinário paga conta como todo mundo, não dá pra viver e pagar conta por amor) e, geralmente, escuta coisas como: mas você não fez veterinária por amor? Como tem coragem de cobrar?

Síndrome de Burnout

Difícil ser clínico de pequenos no mercado de hoje. Você luta para salvar vidas mas também para sobreviver. O estresse comum, somado ao cansaço físico e emocional, pode levar o profissional a desenvolver a Síndrome de Burnout, outra causa associada ao suicídio.

Nessa síndrome, o profissional desenvolve uma depressão ocasionada pelas más condições de trabalho e pelo desgaste físico e psicológico. E como o dono de uma clínica veterinária pode desenvolver isso?

Afinal, são só cachorros e gatos fofinhos não é mesmo? Sim, aparecem muitos cachorros e gatos fofinhos. Mas a grande maioria vem acompanhada de uma pessoa que não acordou de bom humor e desconta no profissional a sua frustração, também não paga a consulta, cobra solução mágica, desfaz do serviço do veterinário ao dizer que é um absurdo pagar por aquele preço sendo que fulano cobra tanto... Também sempre tem um que grita horrores, ameaça matar e processar porque o veterinário não quis fazer o atendimento já que ele não tinha dinheiro, e onde já se viu o veterinário não atender de graça? Não fez o juramento?

Por essas e outras, que muitos sucumbem e acabam afundando na dor. Piora ainda o quadro se a pessoa tiver uma depressão, ansiedade ou um transtorno bipolar. O problema é que o veterinário não percebe o problema e não procura ajuda. É sempre a desculpa do horário de trabalho, do cansaço pós cirurgia, é o stress da calúnia e difamação que algum tutor colocou nas redes sociais, é a pressão para pagar os boletos da clinica e dos fornecedores. São os finais de semana perdidos para trabalhar, e também noites perdidas em atendimentos para tentar botar as contas no lugar. São muitos os fatores estressantes e pouca compreensão, empatia.

Por isso, é importante levar essa informação entre estudantes e profissionais, para que eles reflitam sobre o que os leva a ir trabalhar; e, a saber, quando procurar ajuda. Pois depressão tem tratamento, e muitos não sabem onde procurar auxílio. Infelizmente, no meio de tudo isso, muitos optam pelo suicídio.

E como você pode ajudar, sendo um tutor de um pet?

Seja educado, pague a sua consulta e procedimentos, e nunca questione preços e valores. Procure escutar o que o veterinário lhe diz. Mas principalmente, lembre-se que por pior que seja seu dia, o outro pode estar passando por um grande sofrimento e qualquer palavra dita de maneira errada pode ocasionar mais problemas. Respeite o profissional sempre! Você não sabe das lutas diárias da pessoa...

Então, respeito sempre!! Até a próxima!!


MEU PET É UM SPHYNX

Por Mila Godoy

Na última coluna conhecemos uma das raças mais populares de cães no Brasil, o Shi Ttzu. Na coluna dessa semana, vamos conhecer uma raça bem diferente de gatos, o Sphynx. Esta raça ficou bem conhecida por causa do filme Austin Powers, em que um dos personagens, o vilão, possui um exemplar dessa raça como pet. Ela também teve uma breve aparição num episódio da série Friends, em que a personagem Rachel adquire uma fêmea dessa raça.

Diferente no nome e no visual, o Sphynx chama atenção por uma característica bem marcante: não possui pelos, sendo conhecido como gato pelado. 

Na verdade, ele possui uma leve penugem na parte de trás da orelha e no nariz. Por não ter pelos, o visual é de um gato enrugado. E por isso muita gente fica pensando como é a sensação de acariciar um Sphynx. 

Bom, a sensação é de você estar passando a mão num camurça. Sei como é, pois quando fui numa exposição para gatos, foi a primeira coisa que pedi para fazer quando vi esta raça. E fui atendida de muito bom grado pelo criador dessa raça.

Geralmente essa raça não possui bigodes, mas se os tem, são pequenos e curtos. O gato é pelado mesmo gente! E tem de tudo quanto é cor e padrão.

Como é que surgiu essa raça?

Bom, sabe-se que ela teve origem no Canadá. Se você olhar este gato, verá que o rosto dele lembra muito um siamês. Conta-se que em Paris, já havia relatos de uma cruza de 2 siameses geraram uma ninhada de gatos sem pelo, algo que não se repetiu nas ninhadas seguintes. Mas foi em 1966, no Canadá, que 2 gatinhos um branco e outro preto, se cruzaram e geraram 3 exemplares sem pelos. Como eles lembravam muito a antiga escultura egípcia de mesmo nome, SPHYNX, foram assim chamados. Com o passar dos anos, com cruzas naturais, essa característica foi aprimorada e assim surgiu a raça .

Quando se olha esse gato tem muita gente que fala: eu não teria um gato assim!! Sim, mas tem outros muitos que gostam justamente das características dessa raça. Até porque o Sphynx apesar de ter uma aparência bem peculiar, ele é um gato como outro qualquer: amoroso e fiel a família. Adora brincar, se esconder, escalar, e é ideal para apartamentos. Emite um miado mais longo quando deixado sozinho muito tempo, ou, mesmo, para saudar o dono. É um gato que se dá muito bem com crianças, mas com outros gatos nem tanto. Ele prefere ser filho único!

Alías essa raça torna-se uma opção para quem tem alergia a pelo de gato, já que este não tem pelo. Uma solução para  quem quer ter um bichinho e não pode. Porém, isto deve ser bem estudado. Mesmo sem pelo, esse animal pode fazer mal a pessoas alérgicas, pois a alergia muitas vezes está ligada á uma proteína presente na saliva e nas glândulas sebáceas, o que pode também provocar reações alérgicas.

Mas por ser peladinho, a atenção com a pele deve ser redobrada: como ele não tem pelos, a pele tem uma oleosidade maior, o que exige uma maior frequência de banhos para evitar problemas de pele. A pele deve ser bem seca, principalmente, nas rugas, com auxílio de gaze ou mesmo cotonete. Se essa região não for bem seca é possível que apareçam infecções e até fungos.

Nessa raça é bom evitar a exposição solar, e por isso, como todo gato eles adoram ficar no sol. Eles podem, desde que se passe um protetor solar antes para animais. Sim, existe esses produtos para pets! Nos dias mais frios, o ideal é colocar uma roupinha de frio e evitar que o gato fique longos períodos no ambiente externo, pois ele sente muito frio mesmo!

Cuidado com galhos e pontas, pois esse gato se machuca com facilidade. Ele escala como qualquer outro da espécie, porém, por não ter a proteção do pelo possui maior facilidade para se machucar.

Gostou de conhecer essa raça? Aposto que não sabia que ela era tão peculiar. Independente da raça, o importante é curtir o seu pet! Até a próxima.


MEU PET É UM SHI TZU

Por Mila Godoy

Na coluna de hoje vamos conhecer uma das raças mais populares no Brasil. Tanto cães e gatos possuem diversas raças, com características próprias e personalidades variadas. Cabe ao futuro proprietário, que deseje ter um animal de raça, escolher aquela que mais combine com sua realidade, estilo de vida e personalidade. Uma das raças mais famosas e populares entre os brasileiros atualmente é o Shi Tzu.

Essa raça é de origem chinesa, e supõe-se que inicialmente foi criada a partir da cruza de um lhasa-apso (o cão sagrado do Tibet, que havia sido dado de presente pelo Dalai lama aos imperadores), com pequinês nativo da China. Por isso muita gente ainda confunde este cão com um da raça lhasa apso.

O Shi Tzu foi durante muito tempo a raça preferida dos Imperadores, sendo isso em várias tapeçarias e quadros antigos da época, em que o cão dessa raça aparece. Por isso, durante muito tempo, houve restrição para saída de cãezinhos dessa raça da china para outras regiões, sendo que poucos eram levados a exportação. Mas apesar dessa dificuldade, a raça foi trazida para a europa, onde se adaptou muito bem, e, finalmente, foram levados aos EUA, onde se popularizou e foi reconhecida como raça.

O Shi Tzu é bastante popular pois é uma adorável bola de pelo fofa, com personalidade dócil, porte pequeno, afetuoso e brincalhão, logo essa raça encanta com o olhar.

Os olhos são proeminentes, e o focinho é pequeno e achatado, o que faz ser enquadrado no tipo conhecido como braquicefálicos. Esse tipo de raça, onde também aparecem o pug, o boxer, dentre outros necessitam de atenção especial ao proprietário: olhos proeminentes faz com que eles sejam mais sujeitos a acidente com o globo ocular, onde o olho literalmente cai. E isso pode acontecer em pancadas bobas ou ainda simplesmente no stress do animal latir, já que seu globo aumenta de tamanho, o que leva então a sua protusão. Em épocas de calor, o animal sente mais dificuldade de respirar, além de ser mais sujeito a problemas respiratórios. Por isso o exercício intenso deve ser evitado no calor e no frio extremo.

Esta raça não liga muito para exercícios físicos, e se adapta facilmente a ambientes pequenos, como apartamentos. Eles adoram serem pegos no colo e se apegam muito rápido a família que o adota. Por isso muito comum os donos dessas raças notarem que ele fica deprimido quando sai para trabalhar. Sim, ele fica mesmo triste pela ausência do seu dono. São muito apegados e não sabem ficar sozinhos muito tempo. São teimosos , por isso tem que ser adestrados bem cedo para que entendam logo a hierarquia da raça e os comandos. Eles adoram crianças e são uma ótima escolha para quem tem criança . Porém atenção: são cães frágeis, por isso lembre-se sempre de ensinar as crianças a como pegar o cão sem o machucar. Algumas crianças quando pegam no colo dão um abraço excessivamente apertado tipo a famosa personagem Felicia), que pode machucar o animal.

Por serem peludos, necessitam de banho e tosa semanais. Nada de pensar em economizar e dar banho em casa. O pelo é volumoso e fino e tende a embolar rapidamente, formando nós. Muitos proprietários tentam tirar por conta própria o nó dos pelos achando que é uma coisa boba e que não é necessário pagar pra isso. Não faça isso pois isso realmente é doloroso e o animal pode pegar trauma, inclusive não permitindo banhos. Então, invista num bom pet shop e terá sempre um cão bonito e sem dores. Além disso, se você tem essa raça, compre uma escova e escove o seu animal diariamente para evitar a formação de nós e retirar os pelos que estão caindo. Cabelo comprido é difícil gente!!

Outra questão sempre importante, tenha um bom acompanhamento veterinário e mantenha as vacinas em dia. Um animal dessa raça bem cuidado pode viver em média de 12 a 17 anos.

Ah sim, essa raça late bastante, pois está sempre alerta e disposto a avisar o seu dono de qualquer descoberta e late mesmo quando sozinho. Por isso se você mora em condomínio e mora sozinho, esta raça não é uma boa opção. Claro que tem alguns se adaptam, mas lembre-se que no condomínio ou prédio podem morar pessoas que não são tão chegadas a animais, e qualquer assunto virar um problema.

Espero que tenha gostado de conhecer essa raça. Se você já tem um desses, viu se está cuidando direitinho? E você qual raça quer conhecer? Só mandar uma mensagem pra nós que vamos ajudar!

Até a próxima!!


Meu pet tem carrapato: e agora?

Por Mila Godoy

É sempre assim: tempo seco vai chegando e a temperatura aumentando, você sai para dar uma volta com o seu cachorro, e dias depois, lá está a casinha dele, ou ele mesmo lotado de carrapato.

Rola aquelas dúvidas e desespero... Mas de onde eles vieram? Aqui não tem mato! Como pode ter aparecido isso? Inconformado e consternado, você então vê que seu cão está, agora, cheio de carrapatos! Alguns grandes, outros menores ainda, e você luta em vão tirando todos eles. Se for muito azarado, vai ver que outros menores ainda estão pelo quintal, muros e ainda dentro da casinha do cachorro. O que fazer?

Se você viveu ou está passando por essa situação acima, significa que você descuidou em algum momento do controle de carrapatos. Se você não está passando por isso, e já assustou com o quadro, hora de manter o controle ou descobrir como aprimorar.

O cenário descrito no início, faz parte do cotidiano de muita gente, ainda mais nessa época, em que o tempo está seco e a temperatura um pouco alta. Basta uma fêmea do carrapato para que ele se prolifere rapidamente e a dor de cabeça se torne ainda maior. Por isso, é que todo veterinário diz para controlar pulga e carrapato. Fica uma situação descontrolada, muitas vezes!

Os carrapatos, além de serem causadores de desconforto e incômodo nos animais, podem ser carreadores de uma parasita que causa a conhecida e temida Doença do Carrapato. Como eles tem facilidade para se reproduzir e se espalhar, o controle é difícil mesmo, e pra piorar, muitos desenvolveram resistência a vários produtos carrapaticidas bons.

Mas aonde estão esses temidos insetos?

Normalmente, estão em frestas de pisos e paredes, forros de canis, debaixo de móveis e outros locais. Se você observar bem, vai reparar que as maiores infestações de carrapatos acontecem em cachorros. Gatos também podem pegar carrapato, mas isso acontece bem menos, pois muito são domiciliados e pouco saem na rua, o que diminui a possibilidade de contato. Além disso o hábito de se lamber constantemente, evita que se apresente uma alta carga desse parasita.

Como evitar o parasita?

Conhecer o ciclo do carrapato é uma arma importante para controlar o carrapato. O parasita é minúsculo, com milimetros no tamanho e possuem cor marrom- avermelhada ou ainda marrom escuro. As fêmeas botam os seus ovos em frestas, pisos e paredes, e outros locais quentinhos e escuros, que são ambientes perfeitos para os seus ovos. Assim que faz a postura, ela vai para o alto de paredes e muros e busca um hospedeiro para fixar-se. No início, ela é pouco visível, mas logo, com o passar do tempo ela fica cada vez maior por estar sugando o sangue do animal. Quando os ovos eclodem, em cerca de 4 dias, recomeça o processo novamente,e faz surgir mais ninfas do parasitas, que irritam donos e pets. Pra piorar a situação, ovo é bem resistente e pode durar até 600 dias no ambiente mesmo se não tiver um animal no local.

O carrapato é resistente em todos os seus estágios de vida por isso torna é bem difícil o controle. É importante você compreender isso, antes de brigar com o veterinário e questionar porque o carrapaticida não está fazendo efeito. Não existe solução mágica. O controle desse parasita tem que ser feito o ano todo, e o problema não é somente no animal, mas sim no ambiente que ele circula.

Geralmente, ambientes com ovos e carrapatos escondidos só estão aguardando o pet mais próximo, sua ação será grudar no animal para se alimentar. A proliferação é comum após passeios, idas em parques ou áreas de gramado....

Um combate eficaz são aplicações mensais de antipulgas e carrapacitidas do tipo pour-on no animal. Várias marcas oferecem uma infinidade de opções. Não economize nesse momento. È preciso investir nesses produtos - que são sim de valor mais elevado - mas, que são realmente eficientes. São anos de pesquisa da indústria animal, atenta para o problema para obter um veneno que ataque o parasita sem prejudicar o seu bichinho. Então, sim os custos são altos!

Também não medique o animal, utilizando de dicas de internet para o uso específico de um produto no animal, pois alguns desses carrapaticidas podem ser letais para gatos e outras raças de cães. Nem todos podem usar o mesmo produto!

Além disso, a maioria desses produtos não possuem um poder repelente. Então, atente-se que a doença do Carrapato pode aparecer sim, mesmo com o uso desses produtos. Isso porque o carrapato pica o animal e suga o sangue, e ao entrar em contato com o veneno do carrapaticida morre. Mas se ele tiver infectado com a bactéria causadora da doença do carrapato, ela vai se instalar. E basta somente um para isso acontecer.

Não busque soluções caseiras como vinagre com sal, ou outra receita que a internet possa oferecer. Os produtos carrapaticidas disponíveis no mercado são eficientes. O que acontece é que a maioria das pessoas só trata do animal e não o ambiente. A indústria veterinária, criou inclusive, recentemente, um comprimido que é eficaz no controle do carrapato. É de custo mais elevado do que o tipo pour-on, porém como já foi dito, tem apresentado excelentes resultados.

Como controlar o ambiente?


Agora que você já aprendeu como controlar no animal, deve estar querendo saber como controlar o ambiente. O ambiente precisa ser tratado, mas precisa ser conhecido. Um veterinário pode avaliar o local e dizer qual o melhor produto para o seu problema. O mesmo vale para empresas dedetizadoras, que inclusive fazem o tratamento do local escolhido para esse parasita. A consulta deve ser prioridade para aqueles locais em que possuem alta infestação do carrapato. Se o problema é grande, não tente lutar sozinho. Esses parasitas são espertos e já criaram resistência a muitos produtos bons no mercado justamente pelo uso descontrolado e sem consulta prévia a esses profissionais. E existem poucos produtos eficazes no combate do carrapato no ambiente.

Lembre-se de consultar um veterinário antes de sair aplicando o produto do ambiente. Na internet você acha vários, porém eles podem ser tóxicos ao animal e à você, tanto no preparo quanto na aplicação. Os animais só podem ser expostos ao ambiente tratado somente após quando ele estiver seco e sem cheiro, pois podem sofrer intoxicação por inalação.

Outra atitude que ajuda é antes de lavar o local, aspirar o ambiente pois ajuda na retirada mecânica de ovos e ninfas. Aspirar 2 vezes na semana ajuda muito no controle. Em seguida, lave com alvejantes e somente após isso, e com o local seco, deve-se fazer a aplicação do produto indicado.

Complicado, não é? Piora, quando o problema se instala nesse tempo seco e quente. Então, se não quer esse presente para você, lembre-se de manter em dia o controle de carrapatos!



"Agosto é o mês do Cachorro Louco!"

Você provavelmente já deve ter ouvido essa frase. Mas você sabe de onde vem essa expressão? Muito difundida aqui no Brasil, ela traz à lembrança para muitos que chegou a hora de vacinar o cachorro contra a Raiva.

Existem várias explicações sobre o surgimento dessa expressão, e a mais provável é de que seja um resquício da observação feita durante o cio dos cães, principalmente, durante o mês de agosto onde é maior a incidência solar, ou seja, a luminosidade aumenta e esta por sua vez possui grande influência no cio das cadelas.

Por conta disso, um maior número delas entra no cio ao mesmo tempo, e os cães machos saem em bandos à busca dessa fêmea pronta para acasalar. Antigamente, antes mesmo da vacina de Raiva ser criada, as pessoas observavam esse tipo de comportamento nos animais de rua, que eram um número muito maior do que hoje, e associavam as brigas pela disputa da cadela, e os uivos para atraí-las a sintomas parecidos de loucura. Diziam que os cães estavam loucos.

Isso também serviu de base para a pesquisa de Louis Pasteur sobre o vírus da Raiva. Foi observando esses mesmos cães de rua durante esse período, no mês de agosto que Pasteur conseguiu determinar a transmissão da doença e iniciou as suas pesquisas para combater o vírus e assim, produzir uma vacina contra a doença.

A raiva é uma doença que sempre causou medo nas pessoas. E pudera: a doença é quase 100% letal. Em mais de 100 anos de descoberta e a produção da vacina, existem apenas 3 ou 4 casos conhecidos de cura até o presente momento, e os médicos não sabem ao certo o que levou a cura dessas pessoas. Quando Pasteur criou a vacina contra a Raiva, a doença matava tanto os animais como pessoas e constatou que as pessoas contraiam a doença quando eram mordidas pelos animais com a raiva, e pensou: se eu vacinar os animais as pessoas não vão contrair a doença. E foi uma observação acertada, pois assim que ele verificou a eficácia do controle da doença nos animais, essa medida se tornou uma das ações mais importantes para o controle da transmissão. Tão importante que nós usamos essas vacinas até hoje. E mesmo passado tanto tempo, pouco se conseguiu mudar sobre a doença: ela ainda não tem cura para animais e grande parte dos humanos.

Por isso, grande parte das pessoas termina a frase dizendo: "é hora de vacinar o meu animal contra a Raiva." E por isso muitas campanhas de vacinação antirrábica dos municípios tem início nesse período.

A Raiva é uma doença que é transmitida para a maioria dos animais domésticos. Cães e gatos podem transmitir a doença a seus proprietários pela proximidade com seus tutores, através da saliva dos animais contaminados, geralmente após mordeduras. Como o principal sintoma no cão e no gato é a agressividade, por isso conhecida como doença do Cachorro Louco. Hoje em dia, devido a difusão da vacinação e campanhas, é difícil que cães e gatos contraiam a doença entre eles. O maior responsável pelo aparecimento da doença ainda é o morcego, que pode transmitir aos pets quando ocorre algum contato com essa espécie.

Por isso, sempre que um cachorro ou gato morde um morcego, lambe ou brinca, existe um protocolo diferenciado de vacinação e deve ser feita a observação do animal que entrou em contato com o morcego por 180 dias. Esse procedimento deve ser realizado por equipes capacitadas e treinadas, serviço realizado pelos Centros de Controle de Zoonoses das cidades que tem essa Unidade de Saúde. Se na sua cidade não tem essa unidade de Saúde, vá até ao veterinário e peça auxílio. Ele saberá como conduzir.

Em caso de acidente com cães e gatos, lave a ferida com água de sabão e procure a unidade de saúde mais próxima imediatamente. Quanto mais cedo procurar o auxílio, menos chance de se desenvolver a doença, caso o animal esteja contaminado. Além disso, o animal deve ser mantido em observação por 10 dias, procedimento este que deve ser feito pelo CCZ da cidade, ou pelo médico veterinário. Lembre-se que ser agressivo é só um dos sintomas, portanto, só um técnico treinado será capaz de verificar se o sintoma corresponde ou não a doença.

Felizmente as campanhas de vacinação antirrábica estão aí presentes nos municípios. Elas são organizadas pelas prefeituras e o aumento da conscientização , as pessoas tem vacinado seus animais tanto em clínicas veterinárias e campanhas, o que tem mantido a doença sobre controle em alguns Estados. E apesar disso, nos últimos meses tem surgido noticias na internet de pessoas que morreram contaminadas pelo Vírus. A maioria dos casos causada por animais que anteriormente haviam sido contaminados pelo morcego, e que foi agravado porque a pessoa não foi ao posto de saúde para informar o acidente, só indo quando os sintomas da doença já haviam aparecido. E uma vez que isso acontece, não tem mais volta. Mas não vamos culpar somente os morcegos e nem sair à caça deles. Esses mamíferos tem seu importante papel no meio ambiente.

A dica mais importante é lembrar-se de sempre tomar cuidado quando for socorrer animais doentes e em situação de risco, como atropelados na rua. Isso porque por medo e por dor o animal pode morder, e às vezes pode estar contaminado com a doença. Se o animal morder, lamber ou arranhar, logo após o resgate, procure uma unidade de saúde mais próxima e consulte um médico.

Não se esqueça então de manter a carteirinha de vacinação em dia do seu animal! Seu pet é seu amigo e ele só tem que ficar louco de amores por você! Até a próxima!

Foto: Divulgação Prefeitura Itaí


MEU PET É UM COELHO

Por Mila Godoy

Muita gente tem como pet cachorro e gato. Sim, mas a gente não pode esquecer que existem animais que também são pets e estão cada vez mais presentes na rotina clínica veterinária: como coelhos, hamsters, furões, etc. O tema dessa semana é sugestão da parceia e colunista Rute Góes e seus filhos. Eles ganharam um coelho e não sabem dizer se é macho ou fêmea. Fizeram até uns stories pedindo isso, rsrsrsrs.

Adoráveis, fofos, e inteligentes os coelhos cativam cada vez mais pessoas, principalmente as crianças. Quando se adota um coelho, uma vez com o animal em casa, é hora de pensar em como cuidar dele. Aqui vão algumas dicas.

SEXO

A dúvida do saber qual o sexo do coelho é muito comum. É difícil, porque dependendo da idade em que o animal é adotado, pois os indicadores do sexo não são tão evidentes . Além disso, são animais nervosos e não gostam muito da manipulação. Mas se você tem um coelho, coloque ele no colo e vire de barriga pra cima. A partir dos 3 meses de idade, os testículos dos machos são visíveis, então se você os ver é bem provável que você tenha um macho. Mas em algumas ocasiões , ainda que raras, os testículos não descem, e só se visualize o pênis. Na dúvida, leve o animal ao veterinário e ele fará a identificação correta. Se optar por ter 2 coelhos, é imprescindível que essa identificação seja feita corretamente, ou você terá uma ninhada em breve em seu quintal, já que esse animal se reproduz muito rapidamente.

ALIMENTAÇÃO 

Coelhos são herbívoros. Existem rações específicas para a espécie, que devem ser fornecida ao animal. Não forneça a ração de chinchila, hamster, porquinho da índia entre outros pois elas não tem os nutrientes necessários para o animal. Além disso, você pode dar verduras no geral, pois eles adoram: feno, alfafa, rúcula, couve, ramagem de cenoura ou beterraba,almeirão, chicória, qualquer uma que tenha a cor verde escura. Não forneça temperos como salsinha, cebolinha, ou verduras claras como alface. Eles podem causar contispação no animal. Mas moderação na quantidade de verdura: quanto mais ele comer, mais forte o cheiro de urina terá. E não ofereça as verduras úmidas.

Agua sempre a vontade, e sempre verifique se o bebedouro e comedouro estão sempre limpos. Ninguém gosta de comer em lugares sujos né?

BRINCADEIRAS

Coelhos gostam de brincar sim, principalmente com objetos. Depende da personalidade do animal, alguns podem gostar de brincar de destruir objetos ou mesmo brincar de buscar objetos como a bolinha. Não coloque o seu cão ou gato para brincar com o coelho. Esta é um brincadeira que não é divertida para ele, já que ele é a presa em qualquer uma dessas situações, sendo divertida apenas para os predadores. Brincadeira é pra ser divertida e não um sofrimento, certo? Então, coelhos só podem brincar sozinhos ou com o seu dono. Os brinquedos para ele destruir são importantes, já que os dentes e unhas dos coelhos não param de crescer, e eles precisam desgatá-los roendo madeiras, ou desgastando no piso. Se o seu piso não oferece esse tipo de condição, leve ele ao veterinário para que ele possa aparar as unhas.

HIGIENE E SAÚDE

Muita gente não sabe mas os coelhos comem as próprias fezes. Sim, eles o fazem para repor a flora intestinal que vai embora junto com as fezes. Eles não possuem a enzima responsável pela digestão da celulose, então, quem faz essa digestão é a flora intestinal deles. Assim, eles repõem o que foi embora e também as vitaminas e aminoácidos que foram produzidos pela ação dessa flora intestinal.Isso não significa que eles comam as fezes espalhadas pelo chão da gaiola. Eles comem as fezes diretamente do ceco, portanto, ainda assim a higiene da gaiola deve ser feita , pois o coelho não deve entrar em contato com a urina e com as fezes. Se você usa jornal vai ter de trocar todo dia, se for a serragem própria, uma vez a cada 2 ou 3 dias.

A gaiola deve ser colocada num lugar arejado e com proteção de vento. Evite locais escuros e fechados. Ele também precisa ter vida. Ele não é um objeto a ser guardado. Também deve ter uma parte de madeira para que o coelho possa ficar deitado confortavelmente. O contato direto com a grade causa calos.

FORMA CORRETA DE SEGURAR UM COELHO

É gente , precisamos falar de como segurar o coelho corretamente. Nunca, jamais segure ele pelas orelhas e oriente as crianças a não fazerem. Também não o segure embaixo dos braços.Essas posições são dolorosas e desconfortáveis ao animal. Sempre que você o segura de maneira incorreta, ele fica nervoso, agitado e tenta morder. O jeito segurar é sempre oferecer um apoio completo ao animal ,com as 4 patas, de forma que ele possa ficar deitado e apoiar a barriga confortavelmente. Se ficar difícil visualizar isso, peça pra um veterinário demonstrar.

E SE MEU COELHO FICAR DOENTE?

Se o seu coelho não parece estar bem, leve ele imediatamente ao veterinário especializado em animais silvestres. Não espere ele melhorar sozinho porque isso não vai acontecer.

Bom espero ter ajudado com essas dicas. Cuide bem do seu coelhinho. Até a próxima!



CUIDADOS COM PETS NO INVERNO

Por Mila Godoy

O inverno começou no dia 21 de junho. Esse ano, o inverno no Brasil não está muito típico, com frio, inclusive está bem quente. Mas sempre surge uma frente fria, que surpreende todo mundo. Então não custa tomar alguns cuidados e preparar o seu pet para o frio.

PROTEÇÃO - Cães e gatos precisam ser protegidos do frio e vento. Para isso uma boa casinha, com um cobertor, num local coberto, costuma protegê-los bem. Alguns animais ficam ao relento no quintal e gostam disso. Então, uma boa opção é deixar uma casinha com cobertor para que ele entre caso sinta necessidade. Mas por estarem desacostumados talvez não a procurem. Então, o tutor pode colocá-lo num local fechado para proteger da chuva ou frio intenso. No caso de gatos, muitos preferem se aninhar na cama do dono, principalmente, nos dias mais frios, mas se esse não for o caso do seu gatinho, compre um arranhador com toca, para que ele possa ficar dentro e se aquecer do jeito que mais gosta.

Olhar atento em filhotes, e cães e gatos idosos. Filhotes ainda não tem um sistema imunológico maduro, e podem contrair com mais facilidade as doenças infecto contagiosas Os idosos perdem a capacidade de manter a temperatura corporal então sentem muito mais frio e podem inclusive morrer de hipotermia, portanto não devem ficar ao relento.

Não é porque são animais que devem suportar as alterações da natureza sem problemas, eles precisam de cuidados, senão morrem sim ao ficar expostos as mudanças da temperatura e até ao relento!

VACINAÇÃO - O tempo tá seco, com muita poeira e ventanias. Isso são condições ideiais pra problemas respiratórios aparecerem. No caso de gatos, aumenta as chances de aparecerem a Rinotraqueíte felina, pois é uma doença infecciosa transmitida por via área, hora de reforçar a quadrupla felina, ou ainda tomar a dose caso o animal não tenha tomado ainda.

No caso de cães, o tempo favorece a contaminação por cinomose, doença grave e infecto- contagiosa, já descrita em outras ocasiões. Hora de reforçar a vacina contra virose a V10 ou a V8, ou ainda dar a primeira dose, caso o animal nunca tenha tomado. Os cães também devem tomar a vacina de Traqueobronquite infecciosa canina, ou a tosse dos canis. È uma doença de transmissão rápida e que provoca uma tosse nos animais levando a outras complicações perigosas no caso de filhotes e idosos. Existe uma vacina específica para essa doença, com grande eficácia. Basta ir num veterinário de confiança que ele terá disponível para aplicação. Pneumonias são comuns aparecerem no inverno. Evite sair com o animal em dias muito frios e onde existam muitos animais aglomerados.

BANHO E TOSA - Se o seu animal faz exercícios regulares, já está acostumado a banhos, e não tem problemas de saúde, a rotina de tosa pode ser mantida. Mas na maioria dos animais, recomenda-se aproveitar a proteção natural e deixá-los com os pelos longos para ajudar na proteção do frio. Banhos em casa devem ser evitados, já que na maioria das vezes o tutor não tem condições de secar o animal, o que deixa ele vulnerável ao frio.

ESCOVAÇÃO - Essa é a época que eles mais soltam pelo e se lambem com mais frequência, principalmente os gatos. Hora de aumentar a frequência das escovações para que possa eliminar os excessos. Excesso de pelo pode causar a formação de uma bola de pelo no intestino, que leva ao quadro de constipação intestinal ou ainda obstrução intestinal, que pode levar ao óbito. Não custa então reforçar a escovação, não é? No caso de cães, a escovação previne a formação dos nós nos animais de pelo longo.

COMPORTAMENTO - No inverno a gente costuma se sentir com muito mais sono. Com os animais acontece o mesmo. É normal o seu cachorrinho e seu gatinho dormirem mais e ficarem mais quietinhos. Claro que todo bom dono deve ficar atento a uma mudança brusca de comportamento, mas nessa época, não se desespere se ver o seu pet mais dorminhoco.

EXERCÍCIOS - Nada mais gostoso do que acordar em pleno inverno e se exercitar, né? Então, não é muito comum esse gosto... Se nós não temos vontade de enfrentar o frio e o vento, os cães também não. Mas claro, a rotina de passeio deve ser mantida, então procure sair em um horário mais quentinho, com mais sol, e evite sair em dias de vento e frio intensos, a não ser que precise sair para fazer as necessidades. Nesses dias procure brincar com o seu animal em casa mesmo para estimulá-lo a gastar a energia acumulada.

BAIXA UMIDADE - Atenção proprietários de raças braquicefálicas: shi-tzu, boxer, buldogue inglês, buldogue francês e afins. Essa época o tempo fica seco e difícil de respirar, e essas raças que já tem um problema de respirar naturalmente, tendem a piorar. Então, lembre-se de levar o seu animalzinho para o veterinário, pois em alguns casos, é necessário fazer inalação para auxiliá-los a amenizar os efeitos do ar seco. O ar seco, assim como nós, provoca nos animais, espirros, coceira nos olhos, boca seca e desidratação. Fique de olho na ingestão de água do seu animal, principalmente dos idosos. Nessa época se nem a gente lembra de tomar água, com os animais acontece o mesmo, mas eles podem desidratar com mais facilidade. E qualquer sintoma de dificuldade respiratória ou outro problema deve ser levado a um veterinário de confiança para ajudar o seu animal.

COMIDA - Assim como nós os animais ficam mais comilões no inverno, e costumam comer mais ração. Porém, diminuem a quantidade de exercícios e podem engordar com facilidade. Então, evite dar petiscos em excesso nessa época e ofereça a quantidade diária de ração em um freqüência maior durante o dia, dividindo em 2 a 3 porções. Verifique com o seu veterinário qual a melhor freqüência para o seu animal.

CARRAPATOS - As chuvas param, os campos e pastagens ficam mais secos, o que é um ambiente perfeito para a proliferação de carrapatos e infestação, e, além do incômodo e da coceira, os carrapatos podem trazer doenças letais aos cães. Existem muitas opções no pet shop, como shampoos, sabonetes, loção, spray, coleiras, pour-on (que são aquelas pipetas que aplicam na nuca do animal) e comprimidos. Entre todas essas opções, considera-se as coleiras, sprays, pour-on e alguns comprimidos como os mais eficazes. No caso, entre esses dois últimos, verifique com o seu veterinário qual a escolha mais adequada para o seu animal, já que nem todo carrapaticida pode ser aplicado em todas as raças.

Agora você já sabe: as temperaturas diminuem e seus cuidados aumentam. Até a próxima!! 


FRUTAS NA ALIMENTAÇÃO DE CÃES E GATOS

Por Mila Godoy

A coluna dessa semana foi sugestão do leitor e amigo Ricardo Amorim. Assim como ele, muita gente quer saber se pode ou não dar frutas a cães e gatos, e quais delas podem ser dadas.

A dúvida surge porque muitos proprietários sabem que não podem dar comida a seus animais, pois ela engorda e pode até mesmo intoxicar. E quem resiste a carinha de um cão pidão ao seu lado? Dificil né? Aí, as pessoas fazem a associação: vou dar fruta! Não faz mal pra mim, o médico recomenda, portanto vou dar pro meu cachorro, e ele não vai fazer mal, certo? Em termos é a melhor resposta. Partindo do principio que frutas oferecem fibras e vitaminas sim eles podem ser dados, mas é necessário equilíbrio

A maioria dos felinos não se atrai por esse tipo de alimento, já que são carnívoros estritos. Porém os cães tem o metabolismo próximo dos humanos, e tem predileção por frutas. E aceitam sem o menor pudor. Sim, eles adoram receber esse tipo de alimento. E ele pode ser dado, mas com cautela, pois nem todas as frutas são indicadas.

Para animais com problemas prévios como cardíacos, diabéticos, problemas renais , problemas de fígado, o proprietário deve ter antes uma conversinha com o profissional que cuida dele para saber o que pode ou não ser dado. Cães não tem o mesmo limite que nós , então tudo o que o proprietário oferece, ele comerá sem limites.

Mas no geral , as frutas podem ser dadas, e para auxiliar na escolha segue as principais abaixo e o que se deve ter cuidado:

As que podemos evitar!

JABUTICABA- devem ser evitadas, porque quando eles comem, eles comem sem limite, o que pode provocar vômitos e mal estar. Além disso a casca e o caroço são problemáticos. O caroço pode parar no intestino e o animal parar de defecar, e ter uma obstrução, que somente poderá ser resolvida cirurgicamente, com risco de óbito ao animal. Portanto, evite dar essa fruta.

Frutas cítricas como LARANJA, MEXERICA, ABACAXI E MAMÃO, pois fazem mal ao estômago do bichinho e no caso do mamão solta o intestino.

As que podem ser oferecidas!

MAÇÃ E PERA - Pode ser oferecida sem problemas mas sem o talo.

GOIABA, FIGO,CAQUI, AMEIXA E AMORA - liberadas com moderação, claro, é um agrado não uma refeição!

BANANA- pode ser oferecida sem a casca.

MANGA- pode ser oferecida fatiada pois o caroço pode obstruir o intestino do animal se oferecida por inteiro.

Lembrar que existem animais com alergia alimentar. Isso pode acontecer tanto na ração, quanto nas frutas, portanto, aqueles que já possuem esse diagnóstico devem consultar um veterinário antes. E que a alergia pode aparecer comendo frutas também.

Nunca substitua a ração por frutas. A ração do animal deve ser a base de toda a dieta e as frutas como um agrado ao seu animal. Portanto, agora que você já sabe quais frutas pode dar, não se esqueça de oferecer com moderação!!


QUANDO UM CÃO OU GATO SE PERDE...

Por Mila Godoy

Todos os dias nas redes sociais a gente se depara com pessoas divulgando animais resgatados, tentando achar os seus prováveis donos, ou, ainda, um número maior de proprietários desesperados divulgando fotos de seus pets numa tentativa de encontrá-los.

Ninguém quer passar por isso, afinal, como dormir em paz sabendo que seu animal não está em sua casa? Que pode estar debaixo de chuva, passando frio, fome, sede, e correndo o risco de ser envenenado ou ser atropelado?

E as redes sociais e o número de animais encontrados perdidos ou achados em grande proporção demonstram que o número de donos que passam por essa situação aumenta a cada dia.

Situações corriqueiras que oferecem grande risco

Grande parte do problema nas fugas tanto do gato ou do cão é porque o dono não visualizou uma situação simples como potencial de risco. Exemplificando, um simples passeio com o seu cão pode virar uma dor de cabeça, caso ele esteja usando uma guia fraca ou uma coleira de tamanho inadequado para o seu porte. Então, quando ele encontra outro animal como um cão briguento, ou visualiza algo que lhe interesse, o tranco pode ser o suficiente para ela se romper, e o cão fugir em busca do seu alvo e nem sequer olhar pra trás. E lá fica o dono desesperado porque mesmo chamando o cão não retorna.

Outra situação que pode levar a fuga do animal: trovões em dias de chuva, ou fogos de artifício. Se o cão for assustado, o barulho pode fazer com o que animal fuja, ainda mais quando o muro do quintal onde ele está é baixo o suficiente para que ele consiga pular e ir para a rua. Outra situação são os famosos portões eletrônicos que muito facilitam o dia a dia de quem entra com o seu carro na casa. Numa chuva, ou queda de energia, o portão pode abrir espontaneamente e o cão ir embora.

Gatos são os que mais estão vulneráveis a se perderem. Isso porque muitos donos ainda insistem em acreditar que essa espécie deve ser criada para dar as suas voltinhas. Numa dessas voltinhas muitos acham normal o animal demorar 2, 3 dias pra voltar e não se preocupam com o mesmo. Apesar de gatos serem independentes e adorarem explorar o ambiente, eles não devem ser criados com esse hábito, e devem ser criados para evitar essas saidinhas. O mesmo vale para cães, pois muitos atraídos por uma fêmea no cio acabam por se perderem.

Esqueça a velha história de que o animal sabe voltar pra casa. Não sabem. Até tentam, isso é verdade. Entretanto, como muitas vezes se deslocam distraidamente, retomar as referências é demorado. E muitos donos deixam de procurar os seus animais contando com essa capacidade deixando-os vulneráveis.

O que fazer para encontrar seu pet?

O fato é que independente do que ocasionou a fuga, o dono quer o seu animal de volta. Após muito choro, é hora de tentar uma solução. O que fazer então? O primeiro passo no caso de gatos é procurar dentro da casa. Mas procurar bem mesmo. Isso porque essa espécie tem mania de escolher alguns cantos diferentes para dormir, explorar e muitas vezes não atendem ao chamado do dono, mesmo que esse pareça desesperado. Se não foi esse o caso, hora de partir para divulgação: coloque uma foto do seu pet, junto com um telefone para contato e o ultimo local em que foi visto nas redes sociais. Lembre-se de divulgar a foto em modo público e colocar junto a ONGs e protetoras, que podem vir a recolher o seu animal.

O velho método do cartaz com foto ainda funciona. Ainda tem muita gente que não tem rede social. Então, espalhe cartazes com fotos por todo o bairro, e em locais públicos também, onde o animal foi visto a última vez. Divulgue também em clínicas veterinárias para que caso eles recebam o seu animal eles possam entrar em contato.

Um cão pode andar até 15km logo na primeiras 24 horas após a fuga. Então, não hesite em verificar uma suspeita em locais distantes. Interaja com as pessoas do bairro para verificar o provável caminho que ele fez.

Fique de olho no celular! Nada pior que encontrar um animal e o dono não atender. Muitas vezes as pessoas não seguram o animal antes de contatar o dono. 99% das pessoas que acham o animal, ou o vê, comunicam o proprietário e não o mantém por perto. Quando finalmente o dono vai até o local, o animal já sumiu. Então tempo é tudo!

Infelizmente, corpos de animais mortos também entram nessa lista. È duro, mas tem que passar por esse processo para verificar se é, ou não, o animal fujão. È triste, e sinceramente espero que ninguém passe por isso, mas é necessário para checar o seguimento da busca.

Atualmente, existem empresas especializadas para busca de pets perdidos. Convém se tiver meios financeiros disponíveis, entrar em contato e verificar se vale a pena ou não o trabalho. Algumas tem tido bons resultados, outras o recomendado é checar as referências e os resultados antes de contratar.

Finalmente, caso o seu animal for encontrado, nada de punir ele!!

É hora de dar muito beijo e abraço e agradecer quem o ajudou a encontrá-lo. Também é hora de tomar atitudes para evitar esse problema de novo: verifique muros, portões, acesso do animal ao exterior. Providencie telas protetoras para evitar que o gato ou o cão saia da área em que pode ocorrer fuga.

Não deixe de adquirir um pingente ou coleira com identificação, com nome do animal, e telefone para contato, caso isso ocorra novamente. Existem microchips que garantem a identificação do animal e que devem ser aplicados em veterinários, onde em algumas cidades do país, tem-se tido resultado no reencontro. O microchip dura para uma vida inteira do animal e os seus dados são inseridos num banco de dados, que pode ser acessado via internet. Para que isso funcione, é necessário que o veterinário ou o abrigo de animais tenha um leitor de microchip. Em cidades onde esse sistema já foi implantado, o microchip tem tidos bons resultados.

Acima de tudo, desejo sinceramente que você nunca passe por isso, mas se isso acontecer que você reencontre o seu pet. Final feliz!


AS PLANTAS QUE SÃO TÓXICAS PARA CÃES E GATOS

Por Mila Godoy

Toda casa fica muito mais bonita com flores e plantas. E quem não gosta não é mesmo? Deixa o ambiente mais alegre e mais bonito. E na hora de ir na floricultura pra comprar o vasinho ou a flor, muita gente esquece que as plantas podem intoxicar o seu animal de estimação.

Isso porque a ideia de comermos planta é para nós algo fora da realidade, a não ser quando somos criança, isso pode acontecer. Mas cachorro e gato tem por hábito sair mordiscando uma plantinha por ai. "Muita gente sai dizendo: meu cachorro comeu uma graminha e logo vomitou", "meu gatinho vive mordiscando uma graminha". Sim, sem alarde. Os animais tem mesmo o hábito de comer plantas para tirar o enjoo quando algo não lhe faz bem. E isso não é errado e nem é sintoma de doença, tampouco de intoxicação. É simplesmente um dia que a ração não caiu legal e ele precisa aliviar de alguma forma.

Mas as vezes a planta escolhida para ele tentar se aliviar, ou por curiosidade mesmo, é uma planta tóxica. No geral animais adultos ficam longe de plantas tóxicas, mas por tédio e curiosidade a intoxicação pode acontecer.Em Filhotes a intoxicação acontece com mais frequência porque estes tem o hábito de conhecer tudo de novo pela boca, inclusive uma planta tóxica.

A intoxicação pode ser imediata em alguns casos. Mas em outros, dependendo do tipo da planta, ocorre ao longo do tempo, isto é, o animal tem que comer durante um certo tempo, e após um certo período a intoxicação se manifesta. E a maioria das plantas ornamentais acontece por esse último tipo de intoxicação, o que torna mais difícil ainda pro veterinário diagnosticar, pois o proprietário não sabe que a planta é toxica e não relata a ocorrência dessa planta ao médico.

ENTÃO QUAIS SÃO AS PLANTAS TÓXICAS?

As plantas mais comuns que se são toxicas aos cães e gatos são:

  • Antúrio 
  • Comigo-ninguém-pode
  • Copo-de-leite
  • Costela de adão
  • Espada de são Jorge
  • Jiboia
  • Azaleia
  • Espirradeira
  • Begônia
  • Babosa
  • Bico-de-papagaio
  • Coroa de cristo
  • Dama da noite
  • Hibisco
  • Hortênsia
  • Mamona
  • Samambaia
  • Tulipa

A maioria dessas plantas causa problemas digestivos, queimação na boca, lábios, dificuldade para engolir, irritação ocular. Algumas podem inclusive levar a lesões graves no coração.

E lembrando que algumas podem não estar no interior da sua casa, mas sim no seu jardim. Atenção redobrada ao deixá-los livres!

EU TENHO UMA DESSAS PLANTAS EM CASA. O QUE EU FAÇO?

Calma, sem desespero. Não precisa sair eliminando as plantinhas da sua casa. È só lembrar de colocar as plantas num lugar mais alto, onde o seu pet não tenha acesso, ou ainda colocar num lugar onde você saiba que ele não vai. Quando for comprar uma planta nova, vale também dar uma pesquisada e ver se ela é toxica para animais ou não, pois por curiosidade seu animalzinho pode ingeri-la.

MEU ANIMAL FICOU ESQUISITO DEPOIS DE COMER UM PLANTA. O QUE FAÇO?

Leve pro veterinário e relate imediatamente o ocorrido. Se não souber o nome da planta, leve uma amostra dela para o médico para que ele possa identificar o tipo de intoxicação e entrar com o tratamento correto. Quando não se sabe qual a planta causou a intoxicação, o tratamento é do tipo suporte, isto é, é apenas para minimizar e aliviar o seu animalzinho. Mas sua recuperação completa depende do quanto ele ingeriu e se intoxicou. E de esquisito aqui, pra não ficar preocupado a toa é: animal salivando excessivamente, vômito, tremores, convulsões, perda da coordenação motora, diarréia com sangue, entre outros.

EU GOSTO DESSAS PLANTAS!! TENHO QUE JOGÁ-LAS FORA AGORA QUE DESCOBRI QUE É TOXICA PRO MEU PET?

Não, você não precisa se desfazer de nenhum vaso. Reforço, apenas coloque num lugar mais alto, onde o seu pet não tenha como pegar. Vale suportes para vasos, prateleiras em paredes, ou até mesmo colocar em um móvel mais alto. Para gatos, claro é mais difícil, pois esta espécie é mais curiosa e adora escalar. Existe a opção das graminhas prontas para gatos, vasinhos prontos disponíveis em pet shop ou ainda as sementes para serem plantadas. Existe também sprays com gosto e repelentes de cheiro que podem ser borrifados na planta, e que levam os animais a se manterem afastados delas.

Alternativa é sempre entreter o seu animal, com exercícios físicos e passeios, e brinquedos, pois normalmente é o tédio que leva o animal a se aventurar para novas descobertas nem sempre seguras.

Portanto, fica a dica: próxima ida a floricultura, pesquise antes para ver se ela não faz mal ao seu animal! 


GESTAÇÃO EM CADELAS E GATAS

Por Mila Godoy

Em época de Dia das Mães por que não falarmos das mamães gatas e cadelas? Sim, ainda tem muita gente que tira uma cria de sua cachorrinha ou gata, e não há nada de errado nisso, porém alguns cuidados já devem ser tomados.

Quais são esses primeiros cuidados?

Os primeiros cuidados devem ser tomados antes mesmo de se cruzar a fêmea. O proprietário que tenha tomado essa decisão tem que cuidar tanto da mamãe quanto dos filhotes dela. O primeiro passo é antes da cruza, ter as vacinas em dia e vermifugar o animal. Esse passo é importante pois os anticorpos gerados nas vacinas irão para o leite materno e isso trará filhotes saudáveis. No caso da vermifugação evita que os filhotes se contaminem com algum verme que possa ser transmitido pela ingestão do leite.

A gestação de cadelas e gatas dura em média 65 dias. Como toda mamãe, elas também devem ser submetidas ao pré-natal e ter o acompanhamento veterinário. Nessa etapa, o animal faz exames de ultrassom periódicos, onde é possível verificar se a cadela ou a gata está gestante mesmo, mas também verificar se há alguma má formação em algum dos filhotes e saber o número de filhotes que o animal irá parir.

Muita gente desconsidera essa etapa, e deixa que a natureza siga o seu rumo. Sim, os animais fazem isso exemplarmente, entretanto, se tiver algum filhote com alguma má-formação, o processo de inicio de parto pode não acontecer (e isso acontece num mecanismo conjunto de hormônios entre mãe e filhote), o que leva a uma cesariana de emergência, que tem risco de vida ao filhote e também a mamãe. Além disso, se o número de animais esperados não nascer o proprietário saberá que seu animal esta tendo problemas no parto e irá procurar assistência veterinária.

Outra medida importante a ser tomada deve ser a troca de ração para uma do tipo filhote. Essa troca deve ocorrer porque estas rações possuem um nível de cálcio mais elevado, pois nessa fase este e um elemento muito importante sendo muito utilizado, e evita que a cadela ou gata na sua falta venha a ter convulsões no parto por conta de um hipocalcemia (que e quando nível desse elemento esta muito baixo no sangue). Qualquer outra suplementação, o médico veterinário que acompanha o caso poderá orientar.

Na hora do parto, muito cuidado. Deixe a fêmea num lugar tranquilo, e que ela escolha o ninho. Normalmente as cadelas e gatas sabem o que fazer, mas caso algum dos filhotes fique preso, ou ainda não venha a nascer, corra para um veterinário. Após o nascimento, evite encostar nos filhotes. Isso porque o cheiro, as lambidas para limpar o filhote, tudo isso é importante para que a mamãe deixe o seu cheiro e os reconheça como filhos. Algumas fazem isso graciosamente, mas outras, param e logo deixam a ninhada pra trás.

Entenda e não fique bravo com a sua fêmea

Não é porque elas não gostam de suas crias, mas algo no processo de reconhecimento materno não aconteceu, ou simplesmente ela realmente não serve para o papel de mãe. Se isso acontecer, recolha os filhotes e peça ajuda ao veterinário para cuidar. Não fique bravo com a sua fêmea. Gestação e maternidade não é como em humanos. Isso é determinado geneticamente e algumas podem ser boas mães como não podem ser. Os proprietários costumam ficar chocados com esse tipo de comportamento, pois acham que o instinto materno tem que acontecer. Nem sempre isso ocorre e isso só dá pra saber no pós parto imediato.

Outro comportamento que choca o proprietário é quando a cadela ou gata come uma das crias. As vezes uma ninhada toda, ou apenas um filhote específico,e a primeira pergunta que vem é:

Por que ela fez isso?

Em animais, na vida selvagem, a ninhada deve ser saudável para que possa crescer e logo acompanhar a mãe para fugir de predadores. Animais com deficiência ou má-formação logo são eliminados para garantir a segurança da mãe e dos outros filhotes. Esse comportamento, é proveniente da cruza e domesticação dos lobos e dos grandes felinos e ainda existe nos animais. Eles já nascem com essas características e nem as inúmeras gerações e raças que vieram após o inicio da domesticação dos animais eliminou esse comportamento. Então, quando uma cadela ou gata come um filhote ou uma ninhada toda, ela percebeu que havia algum problema, incompatível com a vida e com possibilidade de riscos, e toma essa decisão.Essa é uma das teorias que explicam esse comportamento.

Depois que os filhotes nascerem, é normal a fêmea querer ficar mais perto deles. Mas depois, ela vai desejar voltar as suas atividades normais. Então, é muito comum ela querer voltar a ficar próximo do dono e levar a ninhada toda junto, nem que for trazendo na boca um por um. Em gatas isso pode acontecer quando elas querem dormir novamente junto a cama de seu dono. Elas trazem os filhotes junto ao dono e tentam retomar o ritmo. Muita paciência com essas mamães!! Lembre-se que elas só querem voltar a rotina, mas sem deixar os filhos pra trás.

Se o animal foi submetido a cesariana, cuidado redobrado. Além do pós cirúrgico, o reconhecimento materno é mais difícil, pois a fase de cheiros e lambidas não aconteceu, e alguns animais podem não aceitar o filhote. Além disso, o ato de mamar próximo aos pontos pode machucar a fêmea e ela se recusar a oferecer o leite por estar sentindo dor.

Em ambos os casos deve se ficar atento as mamas, para verificar se há inflamação, outra outro fator de rejeição das mães para com os filhotes. Também deve-se oferecer áua e alimentos próximos, para evitar que ela se desloque e deixe a ninhada.

Já deu pra ver que dá um trabalhão cuidar de mamães e filhotes né? Mas tudo isso dá certo, se você tiver sempre um médico veterinário de sua confiança por perto. Portanto, cuide bem da sua mamãe pet!!


BRINQUEDOS PARA CÃES E GATOS

Por Mila Godoy

Quem nunca entrou num pet shop no setor de brinquedos e não se encantou com a variedade de opções, de cores e tamanhos e formatos diferentes? Dá vontade de sair levando tudo o que tem direito pra fazer um agrado tanto pro cão ou para o gato, quem sabe até para os dois. Há pessoas, entretanto, que torcem o nariz e acham que é um gasto desnecessário e que cão ou gato não precisam desse tipo de entretenimento, que é apenas jogar dinheiro fora.

 E aí, fica a dúvida: Eles precisam disso mesmo?

Brinquedos são uma forma de entretenimento e interação tanto para o cão quanto o gato. É uma oportunidade que o proprietário tem de interagir com o seu animal e, ainda aproveitar e adestrar ele. Então, sim, não é uma compra desnecessária. Porém deve ser feita com cautelas. O motivo é que se o brinquedo não for adequado ao tamanho ou ainda tiver partes pequenas, o animal pode ingerir e inclusive morrer por complicações gástricas, ou ainda porque se asfixiou com o brinquedo. E ninguém quer que o animal morra por causa de um brinquedo que deveria causar alegrias.

Então qual brinquedo comprar? Cães adoram bolas. É o brinquedo favorito deles. Nada mais divertido para o cão do que passar um tempo com o seu dono brincando de pegar a bola quando arremessada. A bola, porém, deve ser grande o suficiente para que o animal consiga pegar porém não seja capaz de colocar o objeto inteiro na boca. Isto porque, durante a brincadeira, a ansiedade do animal pode fazê-lo engolir e aspirar o objeto. Parece exagero, mas acontece frequentemente. Então, como vou saber qual é a bola correta? Evite bolas de tênis, por exemplo. Bolas feitas para cães normalmente tem pinos e são feitas de borracha, de forma que o animal, faça a apreensão e consiga brincar.

Se o seu cachorro ama destruir, evite bichinhos de pelúcia. Sim, porque o cão pode destruir o brinquedo e ingerir o seu conteúdo trazendo graves complicações gástricas. Prefira os brinquedos que fazem barulho, que muitas vezes atrai o animal e que são flexíveis, onde ele vai morder várias vezes e segurar a sua ansiedade.

E para os gatos, o que comprar? O principal é um arranhador. O arranhador, de várias formas e tamanhos, possui uma estrutura onde normalmente o animal arranha a sua unha. Gatos adoram fazer isso, e é preferível investir nesse objeto, pois há grandes chances dele arranhar as suas unhas em sofás, móveis e cadeiras. Normalmente, eles logo se entretem com o objeto e buscam por conta.

A propósito, vocês sabem o que é CATNIP?

Gatos também gostam de bolas, ou pequenos ratos para brincar. A maioria dos brinquedos dos gatos são impregnados com CATNIP, a famosa erva dos gatos. Essa erva possui um cheiro atrativo, somente perceptível aos felinos, que os deixa mais felizes. È possível notar nitidamente a mudança de comportamento do animal quando ele é sensível a essa erva. Sim, digo quando é sensível, pois nem todo felino responde a ela. Para alguns gatos ela é indiferente. Sendo um produto que deixa o animal mais feliz, ela pode ser adquirida em pó e ser colocada em locais e objetos onde se deseja colocar o animal, como por exemplo a caixa de transporte. Gatos também podem ser destruidores!! Reforçando, muita atenção ao comprar brinquedos com pequenas peças que podem ser ingeridas.

Tanto para o cão quanto para o gato, o brinquedo só faz sentido se estiver interagindo com o dono. Não adianta encher o bichinho de brinquedo, pois ele logo perde o interesse. Então, a dica é que o dono use o brinquedo como uma oportunidade de interagir com o seu animal. No caso de gatos, o dono pode interagir com o uso de fitas, ou também brincar de arremessar as bolas. Gatos amam brincar de buscar a bola. Possuem o seu jeitinho para fazer isso, mas o fazem, rsrsr.

Brinquedos são uma ótima oportunidade de interagir com o seu animal. Faça desse momento o melhor para eles e para você. E da próxima vez que entrar num pet shop, lembre-se dessas dicas e com certeza você trará um presente bem seguro e interessante ao seu animal!


Castração em Machos - Parte 2

Por Mila Godoy

Vamos falar agora da Castração em cães e gatos machos. O procedimento cirúrgico se chama Orquiectomia, e apesar de ser amplamente difundido, muita gente ainda acha que não tem que castrar os machos, sejam eles cães ou gatos. Mas por que as pessoas acham isso? Bom, um dos fatores se deve porque o macho não carrega os filhotes, então fica com a impressão de que não são responsáveis pelo aumento populacional. Uma grande inverdade, já que a mãe não faz o filhote sozinha. Ela depende do esperma do macho para ser fertilizada.

Outro fator muito importante é o preconceito. Observa-se que proprietários de cães e gatos machos, principalmente quando são homens, relutam em fazer o procedimento por considerar que o animal vai perder a sua masculinidade e virar gay como eles mesmos o falam. Por isso o número de cães e gatos machos castrados ainda é menor quando se compara ao número de fêmeas.

Mas então porque os machos devem ser castrados?

Um das razões é evitar as fugas desses animais. Os machos são atraídos por fêmeas no cio, e acaso uma delas esteja passando na rua, ou no caso dos gatos, berrando por aí, eles invarialmente na primeira oportunidade, vão sair das suas casas e além de se perderem dos seus donos, podem ser atropelados, envenenados ou ainda se envolverem em brigas.

Evitar brigas com outros cães e gatos é um outro motivo para se castrar os machos. Eles são territorilistas e se envolvem em brigas para ganharem a fêmea no cio, ou ainda pra disputar o território ( que pode ser local, pessoa, brinquedo.) Muita gente que tem mais de um macho seja ele gato ou cachorro, sabe que se eles não forem castrados, o número de brigas é alto.

Também deve-se fazer a castração por conta de razões médicas: prevenção de tumor de testículos e também o câncer de próstata, já que esse órgão sofre influência dos hormônios da testosterona ao longo do tempo.

Aumento da expectativa de vida- estudos mostram que um animal castrado vive mais do que um animal não castrado.

Com que idade se castrar um macho?

Muita gente desconhece a fisiologia da puberdade um macho seja ele um cão ou gato. A primeira novidade é que eles não nascem com os testículos dentro da bolsa escrotal. Por isso muita gente tem dificuldade de saber o sexo dos filhote logo quando nasce. Não tem bolinhas para se ver, apenas o pênis.

Mas aonde estão os testículos? Na cavidade abdominal. Conforme o animal vai se desenvolvendo o testículo, vai descendo até a bolsa escrotal e uma vez nela, se desenvolve e aumenta de tamanho. Essa descida normalmente termina por volta dos 4 a 6 meses, por isso que é nessa idade que se recomenda a castração. Entretanto, existem animais em que o descenso é mais tardio, ou ainda ele é feito parcialmente. Nesses último caso ,os animais ficam com o testículo ainda no abdômen ou ainda visível na pele. Isso é um defeito genético conhecido como criptorquidismo. Os animais que apresentam esse defeito, são animais onde o comportamento sexual é exagerado , onde no caso de cães é comum o proprietário relatar que o animal fica constantemente simulando em suas pernas o ato sexual, ou ainda se masturbando como eles mesmos se referem. Por isso um ultrassom é recomendado quando não se localiza o outro testículo. Pois nem sempre o órgão todo é formado , ou ainda há somente o tecido celular no local, que provoca os mesmos sintomas e neste último nem sempre é possível de ser corrigido cirurgicamente.

Quanto mais cedo se castrar um macho, maior será o resultado da cirurgia em termos de comportamento. Uma vez que o comportamento sexual ou territorialista é introduzido, o animal apenas diminui o mesmo, ele não será eliminado. Afinal os testículos são a maior fonte produtora de testosterona no corpo do animal, mas não são a única. Alguns cães, que são castrados antes de aprender a fazer xixi em pé, ainda mantém o hábito de urinar como filhotes mesmo depois de adultos.

Como é feita a castração dos machos?

O procedimento cirúrgico é feito com a retirada de ambos os testículos da bolsa escrotal, já que é neles que está a maior fonte produtora de hormônios de machos. Alguns veterinários fazem a vasectomia, ocluindo os túbulos seminíferos, e mantendo os testículos. O animal não é capaz de gerar filhotes, porém ainda há a fonte produtora maior de testosterona, o que não impede o aparecimento das outras doenças citadas anteriormente. Essa técnica não é muito difundida no Brasil, mas existem alguns veterinários que optam por ela.

O procedimento cirúrgico é rápido e o corte é pequeno. Em gatos não é necessário dar pontos e a recuperação é bem rápida. Para essa espécie, alguns nem se utilizam da roupinha cirúrgica para o pós operatório, pois eles não alcançam o corte com a língua. Mas é necessário dar remédio para dor, pois assim como todo mundo eles sentem dor. No caso de cães, uso de roupinha cirúrgica depois do procedimento é indispensável. Eles são agitados e costumam arrancar os pontos, que pode provocar sangramentos , inchaço e infecções.

E depois que castrou tem mais algum cuidado?

Depois do procedimento, tanto o gato quanto o cachorro podem ganhar um aumento de peso. Então é sempre bom trocar pra uma ração para animais castrados para controlar o mesmo. Especialmente em gatos, esse cuidado deve ser tomado com a ração . Isso porque nessa espécie, ocorre a mudança do PH da urina ,e caso o animal tenha tendência, pode haver formação de cálculos e obstrução urinária, um quadro grave emergencial que pode levar a óbito do animal. Trocar de ração para gato castrado não significa que ele não virá a apresentar o quadro, afinal é uma doença multifatorial, entretanto, o rim estará saudável, e a dieta balanceada para minimizar o aparecimento da doença.

Não é difícil, não é? Então, deixe o preconceito de lado e procure um veterinário para agendar a castração do seu bichinho se ainda não o fez!


Castração em fêmeas- Parte 1

Por Mila Godoy

Castrar um animal é sempre uma dúvida para muitos donos. Desde a necessidade ou não da realização do procedimento, se há vantagens, como é feito o procedimento e, por ai vai.

Na coluna de hoje vamos tentar esclarecer as principais dúvidas e como o assunto é extenso, começamos explicando apenas sobre as fêmeas. Na próxima coluna, será a vez dos machinhos!

Por que castrar?

Primeiramente, temos que lembrar que cadelas e gatas são pluríparas, isto é, podem dar mais de um filhote por gestação. A gestação de uma cadela e de uma gata dura em média 65 dias. Nesse período, elas podem ter 4 a 10 animais, e por isso,o número de animais sobe rapidamente, o que aumenta o número de doenças entre animais e consequentemente, as que são transmissíveis aos seres humanos.

Como é o cio?

A maioria das pessoas não identifica o cio nas cadelas e nas gatas e costumam achar que o cio vai aparecer da mesma forma que os humanos. Um grave engano, que leva muita gente a se descuidar. A cadela libera uma secreção semelhante a menstruação. Muita gente acha que é nesse momento que o cio está acontecendo. Não é! Esse é só o aviso de que a cadela vai entrar no cio e a secreção serve como atrativo para o macho.

Já nas gatas, quem nunca ouviu no famoso miado do cio? Insuportável, ensurdecedor. Mas a gata berra cada vez mais alto até atrair um macho para procriar. Como o miado é muito alto, mas muito alto mesmo, o dono sempre acaba por soltar a gata, e ai ela para de miar, maaassss volta com filhotinhos. Irônico? Não dá, certo? Tudo isso pode ser evitado castrando a fêmea. Mas esse procedimento ainda gera muitas interrogações.

Com que idade castrar? A partir dos 4 meses o procedimento pode ser feito. As fêmeas ciclam o tempo todo, não entram na menopausa. Por isso a chance dos problemas reprodutivos aparecerem acontece mais na velhice. Quanto mais cedo a castração, menor a chance de desenvolver um problema. Entretanto, quanto mais tarde for feito o procedimento cirúrgico, maior será o risco cirúrgico.

Mas a vantagem é apenas para não procriar? Veja...

A primeira dúvida muito comum é quais os benefícios de se castrar um animal, além daquele que se diz de não mais procriar. No caso de fêmeas, tanto nos gatos quanto nas cadelas, verifica-se uma redução quantitativa nas chances de se ter o câncer mamário, pois esse tumor é responsivo aos hormônios produzidos pelos ovários. O câncer de mama nas fêmeas se desenvolve muito rápido e possui alta capacidade de se espalhar para outros órgãos, incluindo pulmão, rins, fígado e coração. Quanto mais cedo for feito o procedimento de esterilização, menor será a chance da fêmea vir a desenvolver a doença. Então castrar uma cadela ou uma gata, é aumentar a sua sobrevida . Claro que mesmo castrada a fêmea pode vir a desenvolver um câncer mamário, afinal biologia não é matemática e essa doença possui muitos outros fatores que contribuem para o seu surgimento. No entanto, esta ocorrência é menor quando comparada a uma fêmea não castrada.

Além disso, a castração evita o aparecimento da Piometra ou Hiperplasia endometrial cística. Esse quadro, extremamente grave, e que leva ao óbito, aparece em fêmeas não castradas, com histórico de gravidez psicológica, entre outros fatores. Uma vez que o único tratamento disponível é a castração e, nesses casos, o quadro é mais arriscado e com chance da cadela ou gata morrerem durante o procedimento cirúrgico, o custo da cirurgia é bem mais alto. Então, nada mais certo do que esterilizar antes de ter problema.

Mas como é a castração?

Outra dúvida muito comum é sobre o procedimento em si. São retirados os ovários, os cornos uterinos e útero. A maioria dos veterinários usa essa técnica, inclusive, ela é a mais utilizada nos mutirões atualmente. O pós operatório é simples, mas deve-se tomar alguns cuidados, que a maioria dos proprietários desconsidera. Isso porque eles tem idéias preconcebidas sobre o próprio animal: o dono de uma cadela grande costuma achar que ela não sente dor. Uma idéia completamente errada. Não é porque ela é grande que ela não sinta dor como uma cadela pequena.

O procedimento pode ser feito no cio? Deve ser evitado, pois nessa fase há o maior risco de sangramento após o procedimento. Além disso, castrar no cio evita que a fêmea não tenha o filhote, porém o processo de cio ainda continua. E geralmente, nesses casos, meses depois o proprietário liga falando que a fêmea voltou a entrar no cio. Tudo porque o processo já estava iniciado, e mesmo após a recuperação cirúrgica ele continua. A cirurgia tira a fonte de produção do hormônio, porém aquele hormônio já liberado, em circulação ainda continua ativo e segue o processo normalmente. Lembre-se disso antes de brigar com o veterinário que fez o procedimento e o acusar de erro.

Eles sentem como nós, uma cirurgia!

Alem disso, muita gente esquece que o procedimento cirúrgico ainda é uma cirurgia. Parece bobagem dizer isso, mas tem gente que quer que o animal saia andando radiante, sozinho, e não pensa que depois de uma cirurgia ninguém faz isso. Você repousa depois de um procedimento cirúrgico certo? Também sentirá dor. Não vai querer fazer muita coisa. Então compreenda o seu animal! As cadelas grandes tem que se ter um cuidado redobrado. Se ela for gorda atenção maior ainda. Isso porque elas tendem a sangrar mais por conta da gordura e movimentos bruscos numa cirurgia recente pode provocar até mesmo ruptura de pontos. Portanto, muito cuidado com as grandonas. Elas merecem maior carinho e atenção.

Gatas também merecem atenção. Isso porque o animal tem a tendência de subir em moveis e subir em telhados. Sim, isso é o normal, mas não num animal que acabou de fazer um procedimento cirúrgico invasivo. Esse descuido - acredite - muita gente faz, provoca ruptura de pontos , podendo inclusive ocorrer a exposição dos órgãos.

Para as duas tem que se usar a roupinha pós cirúrgica que pode ser adquirida em qualquer pet shop. Não deixe de fazer isso. Gatas e cadelas quando estão com dor, costumam lamber o local onde ocorreu a incisão. Por mais forte que seja o remédio analségico prescrito para o pós, ainda assim esse cuidado não deve ser deixado de lado. Elas lambem como mecanismo de defesa e como forma de se confortar, e não percebem que podem abrir os pontos podendo inclusive, expor os órgãos. Elas continuam a fazer isso sempre. Em gatas o problema é ainda maior, pois como a língua é áspera, o quadro de ruptura e exposição dos órgãos mais rápido.

Após o procedimento muito comum ocorrer o aumento de peso. Então é hora de trocar a ração para uma especifica para animais castrados, para evitar a obesidade que pode provocar outras doenças. No mercado em geral, existem muitas disponíveis para a escolha do proprietário. Consulte com o seu veterinário para saber a diferença entre elas.

Como vocês viram castrar é um ato necessário mas que merece atenção. Vai aumentar a vida do seu animalzinho e evitar o aparecimento de muitas doenças. Não deixe de castrar!


Meu primeiro gatinho e o fim do preconceito!

Por Mila Godoy


Ter um gato é sempre uma aventura. E quem decide por ter esse animalzinho fica com um ponto de interrogação na cabeça. Afinal, a maioria das publicações são a respeito de cães e, além disso, existem muitas injustiças em torno dos gatos como: 'apegam-se a casa e não aos donos'; 'não podem ser adestrados', 'não dão carinho' e, muitas outras crendices. Esses mitos só colocam dúvidas se foi uma boa escolha ou não ter um gatinho. E, mais ainda, o dono do gato fica na dúvida se vai saber cuidar dele ou não.

Bom, se você ganhou um gato ou adotou um, filhote ou adulto, meus parabéns! Esses são seres únicos e impares. Tem comportamento peculiar e apaixonante. Quem tem um gato descobre o qual fascinante e arrebatador pode ser um felino.

Qual a diferença entre o afeto de um cão e de um gato?

A ideia de que eles se apegam a casa e não aos donos é uma tremenda de uma injustiça. Os cães enxergam os donos como um líder da matilha e mantém a fidelidade canina ao seu líder. Mas um gato enxerga o seu dono como uma família. Por isso, eles demoram a demonstrar carinho e afeto pois, enquanto não tem certeza de que estão sendo bem acolhidos, não irão demonstrar.

Porém quando o fazem, fazem de um jeito próprio: dão presentes, como assim? A sua caça é uma honra máxima do felino por reconhecimento que o dono dele muitas vezes desconhece. Gostam de se aconchegar perto do seu dono, dormindo perto ou em cima dele. Também costumam ronronar quando estão se sentindo confortáveis.

Descobertas novas sobre gatos

Durante muito tempo, os felinos eram considerados "cães pequenos", isto é, pensava-se que seu metabolismo era similar a de um cão pequeno. Com a evolução das rações, verificou-se justamente o contrário: gatos são estritamente carnívoros, isto é, necessitam da proteína e aminoácidos obtidos pela carne, e por isso possuem um metabolismo completamente diferente de um cão, que é onívoro (come carne e vegetais). Por isso, existe uma ração especifica para essa espécie, que apesar de ter uma variedade enorme de marcas, tem apenas 10 anos de existência no mercado.

A medicina Felina é uma descoberta recente, onde os próprios veterinários descobriram que os gatos necessitam de cuidados diferenciados na internação, na medicação, no tipo de doença que podem apresentar e quais as vitaminas necessárias, etc. Demorou-se muito tempo até descobrirmos que essa era uma espécie com metabolismo diferente e com necessidades nutricionais diferenciadas. Por isso, não adianta dar ração de cachorro para o seu gato. Se fizer isso, seu gato vai apresentar uma deficiência de Taurina, um aminoácido essencial a essa espécie, que somente uma ração de felino pode fornecer.

Há também o mito de que o gato não pode tomar banho. Gatos são animais com o hábito de se limpar. Os banhos deles longos, e um ritual necessários, já tiram grande parte das sujidades. Mas se você quiser dar banho, pode sim, mas leve num pet shop de confiança. O único problema é que como eles vão perder o seu cheiro, vão estranhar pra caramba e lamber-se ainda mais. Eles fazem isso porque ao perder seu próprio cheiro ficam estressados e irritados. Dai vem a impressão de que eles não gostam de água, mesmo assim, tem alguns gatos que curtem um banho e não se estressam. Cada um tem sua personalidade! Sim, entre os animais também.

Outro erro comum é achar que os gatos não necessitam de vacina. Parece absurdo, mas ainda tem muita gente que fala: ah, mas não vacino o meu gato, ele não precisa. Sim, gatos também precisam tomar vacina, mas tomam uma vacina diferente que os cães tomam. Como já disse em outro artigo, os gatos necessitam tomar a quadrupla felina, que protege eles contra as principais doenças,a maioria de origem respiratória. Completa-se a vacinação com a proteção da vacina antirrábica, também necessária para essa espécie.

Gato transmite toxoplasmose?

Acredito que a maior injustiça contra os gatos seja a de dizer que eles transmitem a toxoplasmose. Por esse erro, muitos gatos são abandonados ou deixam de ser adotados. A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo Toxoplasma Gondii, porém, hoje, dificilmente é uma doença transmitida diretamente do gato para o ser o humano. E você pode perguntar: então porque o gato é associado a essa doença? Porque os felinos são os únicos hospedeiros definitivos e, participam do ciclo do protozoário, com a replicação do agente em seu sistema intestinal e na eliminação de oocisto não esporulado nas fezes.

Lá vem a conclusão de muitos: Nossa então ele transmite! Não. Apenas de 10 a 15% dos gatos são infectados. Dentre esses, aqueles que tem acesso a rua e se contaminam alimentando-se de roedores e aves, e também aqueles cujos os donos dão carne crua sem saber a procedência. E mesmo essa pequena parcela, para se contaminar por um gato, o tutor tem que ser desprovido de higiene. Isso porque todo o felino tem o hábito de fazer côco e xixi em sua caixinha de areia. Então seu tutor mexeu na caixinha sem a pá, entrou em contato com as fezes mas não lavou a mão logo em seguida, grandes chances de se contaminar!

Outro detalhe, todos os vermífugos existentes no mercado para gatos eliminam o protozoário do animal e a maioria deles, hoje em dia, são alimentados com ração. Ou seja, é muito difícil um gato contaminar uma pessoa, pois a contaminação, normalmente, é por ingestão de carne ou verduras contaminadas, mal cozidas ou mal lavadas.

Cuidados com seu gato são fáceis

Aliás, uma grande vantagem dos felinos: eles aprendem rápidos a usar a caixinha de areia. Mesmo um filhotinho, ele logo entende para que serve, e o adestramento do animal é muito rápido. A caixa com areia própria tira o cheiro da urina e das fezes. Deve ser limpa uma a duas vezes no dia, sempre que verificar a presença de fezes.

Não se esqueça de castrar o seu gato ou gata. A castração previne doenças e tira o comportamento do cio da gata. O miado de uma gata no cio é ensurdecedor! No macho, previne brigas e o comportamento de sair a rua em busca de gatas no cio. Futuramente, falaremos sobre a importância da castração em outro artigo.

Felinos também são mais longevos que cães. Um gato, bem cuidado pode viver até os 15 anos de idade ou mais eu já atendi uma gata que tinha 25 anos e estava super bem). Depende de cada gato: já perdi uma com 22 anos de idade e outro recentemente com 11 anos. Mas todos são muito longevos.

Vamos falar de abandono

Como já falamos no começo, não pense que seu gato não tem apego, isso é a maior inverdade. Já pensou? Aquela família que ele confiou e que ele demorou a demonstrar afeto o abandona? Gatos adultos que vêm de abandono levam muito tempo a confiar novamente, mas com fé e persistência do proprietário, o coração do felino se abre ao novo tutor. Portanto, dê muito carinho ao seu gatinho!!

Assim, se você ganhou o seu primeiro gatinho, filhote ou adulto, fique tranqüilo, você ganhou um membro fiel e amoroso a sua família. Deixe-se apegar também sem receios!

Bem vindo ao clube dos amantes de gatos!!


PETS FOLIÕES

O que fazer quando você quer curtir o Carnaval com seu animal?

Essa semana começa o maior feriado do Brasil, o Carnaval. Muita gente quer cair na folia e levar o seu bichinho junto. Outros preferem viajar e levar o seu cão e gato junto. E aí, o que fazer?

Acho que a primeira dúvida pra quem quer levar o animalzinho junto pro bloco é: pode? Bom para os donos de gatos isso não é recomendado. Acho que o próprio dono de um gato sabe disso, já que eles ficam muito assustados e levar um gato no meio do bloco é certeza de perder ele no meio da multidão e não achá-lo mais, literalmente!

Bom, os donos de cães foliões esperam ansiosamente essa data para colocar as fantasias e levar o seu amiguinho para o bloco. Não há problema nenhum nisso, mas algumas recomendações devem ser dadas:

  • Fantasia: sim elas são fofas e faz a gente fazer o "ownnnnn" gigantesco , e faz o seu cachorro virar a atração principal. Mas lembre-se que elas devem ser confortáveis ao seu animal e permitir que ele se locomova naturalmente. Também evite maquiagens ou tintas pois essas podem provocar alergias no seu animal.
  • Acidentes podem acontecer: pra quem leva o animal pra um bloco cheio de gente, tem que saber os riscos. E quais são eles? Ele se assustar com alguém e com o barulho morder alguma pessoa, ou ainda, escapar da guia e se perder no meio da multidão. Na primeira situação, nem adianta brigar com a pessoa mordida. Porque não? Porque ela não tem culpa, foi você que levou o seu cachorrinho e ao levá-lo no meio do 

 bloco, você está assumindo toda a responsabilidade dos atos do seu cão. Então, certifique-se que seu animal é tranquilo o suficiente para não se assustar e se defender dessa forma. Mas se não tem certeza, leve uma focinheira.

  • Hidratação: muita água para o seu cão sempre! É muito quente e os cachorros precisam de água, então ofereça-o sempre que possível. Lembre-se que ele não fala, então não tem como pedir por água.
  • Cuidado com outros animais! Tanto os de rua, quanto o de outros foliões. Mantenha uma distância segura e não confie no papo: ele é bonzinho, deixa ele cheirar. São pensamentos assim que geram descuidos e acidentes acabam por acontecer
  • Foliões não medem perigo. Então seu cachorro não curte muito carinho de estranhos? Não caia na conversa de outros foliões que dizem: eu posso passar a mão? Eu posso tirar uma foto? Se seu animal não curte nada disso, melhor ficar em casa, ou então dizer não.
  • Cuidado com os fogos de artifício, cornetas e outros itens 'de barulho' no bloco! Nesses blocos, muito comum alguém levar uma corneta e sair soprando ela. Esse apetrecho gera um barulho que pode assustar o seu cãozinho e ele fugir. Portanto, se o seu cão não é acostumado com barulhos, talvez seja uma boa idéia considerar deixá-lo em casa.

Ah, mas eu não quero levar o meu animal no meio da folia. Quero viajar com o meu cão ou gato. Posso?

Pode sim. Mas fique atento aos locais onde for se hospedar: nem todos aceitam animais... mas aqueles que aceitam a hospedagem oferecem inclusive atividades aos pets. Então você vai poder se divertir tranquilo e seu pet também.

Mas tem que pesquisar muito bem mesmo. Infelizmente, hotéis que aceitam pets são poucos números no Brasil e nem sempre tem no destino que você planeja viajar. Lembre-se de 15 dias antes, ir ao veterinário, verificar a saúde dele e reforçar as vacinas caso seja necessário. Não se esqueça de buscar a GTA (GUIA DE TRÂNSITO ANIMAL), que é o documento do seu animalzinho para ele poder se locomover entre cidades e estados. Um veterinário pode emitir esse documento. Não deixe de pegar o GTA. Ele é um documento importante! Em caso de Blitz, ou numa eventual parada da policia rodoviária, se você for pego transportando o animal sem essa guia, o policial pode apreender o seu animal e aplicar uma multa. E você não quer isso, certo? Então evite o stress e pegue o GTA.

Atenção redobrada ao meio de transporte suas documentações!! Em CASO DE CARRO, os documentos, carteirinha de vacinação e GTA também devem estar presentes. Gatos devem ser transportados em caixinhas de transporte. Os cães podem ser transportados em caixas que os caibam com conforto, ou ainda por meio de cintos de segurança específicos para a espécie.

No CASO DE ÔNIBUS E AVIÃO, é bom consultar os documentos necessários, pois cada empresa tem a sua exigência. Mas, na maioria dos casos exige-se o GTA, a carteirinha de vacinação em dia, e que o proprietário do animal compre uma passagem a mais. Cães pequenos podem ser transportados no banco ao lado, junto ao dono. Cães grandes, devem ser transportados em caixas de transporte grandes, que caibam o animal com conforto em pé ou deitado, no bagageiro ou no local de bagagens de avião. No caso de ônibus, verifique se o veículo possui ventilação no bagageiro e não insista no transporte caso este não o possua. O animal pode vir a óbito durante o trajeto devido ao calor, e ninguém quer passar por essa dor durante um passeio.

Se for VIAGEM INTERNACIONAL os cuidados são ainda maiores! Verifique as regras para entrada de animais, país de destino, e os documentos necessários. Nesses casos, o planejamento deve ser feito meses antes da viagem. Isso se deve grande parte ao país final em que se deseja viajar. Cada um deles possui a sua legislação específica. O que vale para o Brasil nem sempre vale para outro país.

Além da GTA, deve-se procurar reforçar a vacina do animal no mínimo 15 dias antes. No dia do embarque deve-se ter em mãos a carteirinha do animal e a GTA. No caso da carteirinha, a maioria dos países solicita a vacinação antirrábica importada, feita em veterinário particular. Caso o seu animal tenha sido vacinado em campanha, você deve se dirigir ao CCZ de São Paulo, por meio do seu veterinário e solicitar a sorologia da Raiva. Nesse exame, o laboratório verifica se seu animal está realmente protegido para essa doença. Sem esse documento, você não vai conseguir entrar no país que o exige e o seu animal ficará retido na alfandega sujeito as penalidades do país.

Se nada disso faz o seu estilo, mas você quer ainda viajar, há também os hotéis para cães e gatos. Esses hotéis, hoje em dia, oferecem serviços de banhos e tosas, locais amplos e bem equipados para garantir o conforto do seu animal, inclusive com webcams para que você possa ver o seu animal em tempo real.

Para saber se o hotel é uma boa escolha, vá até o local e conheça as instalações, equipe , rotina, requisitos para hospedagem (sim os hotéis também fazem exigências), e se eles tem um veterinário 24horas caso aconteça alguma emergência.

Se possível, no caso de cães, leve-o junto para essa visita. Observe como ele reage na área de brincadeiras, como ele se porta com outros animais, se ele está a vontade ou não. Também converse com outros clientes que já utilizaram o local e veja se eles aprovaram o serviço ou não. Nada melhor do que alguém que já utilizou para recomendar o local.

Você também pode chamar alguém para cuidar do seu cachorro/ gato ou deixá-lo na casa desse cuidador. Para essa situação, converse muito com quem ficar responsável para não ter dor de cabeça no futuro. Deixe ele conhecer o seu animal, veja como o animal se porta diante dele, se realmente a pessoa gosta de animais e tem paciência. Se preferir, alguns vão até a sua residência cuidar do animal, o que facilita muito e minimiza o stress.

Bom, espero ter ajudado você a irar alguma das suas principais dúvidas sobre como agir com seu pet no Carnaval. Boa Folia !!


Quando os animais vão para o "céu"!

Por Mila Godoy

Muitas vezes quando falo que sou veterinária, as pessoas me perguntam porque escolhi essa profissão. Quando criança eu lembro de dizer que queria ser professora, veterinária e escritora, e sabe-se lá porque motivo eu queria que fosse nessa ordem. Mas foi observando o meu pai que decidi ser veterinária. Não, ele não é veterinário! Trabalhou na Aeronáutica a vida toda. Mas foi o primeiro que demonstrou pra mim o que é a compaixão por animais.

No primeiro, ainda criança, eu e meus irmãos vivíamos pedindo um cachorrinho. Um dia, ele voltando do serviço, de moto, avistou um homem parado junto a lagoa da pista, com um saco de estopa. Curioso, parou para ver o que era. O homem disse que era uma cachorrinha, que ele já tinha dado todos os outros filhotes e que só tinha restado ela. Ele iria jogar na lagoa porque ela não fora adotada. Meu pai, pediu a cachorrinha pro homem pois as filhas dele viviam pedindo um cachorrinho. O homem entregou ao meu pai e foi assim que surgiu a Lassie em casa, uma bela SRD marrom.

 No final ela melhorou, correu o tempo, e já idosa desenvolveu câncer de mama. Demoramos a perceber e a levamos para o antigo CIZIP onde tinha um veterinário. Não acompanhei a consulta, mas lembro da minha mãe dizendo que foi proposto a eutanásia e que meu pai negou o procedimento. Não porque existisse possibilidade de melhora, mas porque ele disse que não conseguiria dizer aos filhos que a cachorra que ele salvou um dia, agora tinha sido morta por ele. Então, ele retornou com a Lassie em casa, onde ela veio a falecer depois de uma semana.

Desde esse dia, eu decidi que não iria me sentir frustada daquele jeito. Que deveria haver um jeito de melhora. E foi aí que decidi ser veterinária.

Hoje já formada, eu sei que a Lassie não tinha possibilidades de melhora, e que sim foi feito o que era possível na época. Já acompanhei despedidas. Já eutanasiei muitos animais e realmente nunca é uma decisão fácil. Já me perguntaram: Como sendo veterinária, tiro a vida deles? Nenhum veterinário tira a vida. Nós retiramos o sofrimento tanto do animal quanto do seu tutor.

Sempre é difícil admitir que estamos perdendo a luta. Que tudo o que fizemos não é o suficiente. Mas a gente tem que aceitar e fazer o que é o melhor pro animal e para o seu dono.

Admitir que perdeu vem do próprio dono do animal

Eu cliniquei um tempo em Biritiba Mirim, interior do estado de sp,cidade cheia de sitiante, atendi um akita, idoso, companheiro de um senhor de idade do seus 84 anos. Ele levou o cão durante todas as consultas pacientemente, trazendo-o do sitio em sua caminhonete. O animal tinha múltiplos tumores de pele que foram se espalhando pelos órgãos. O dono do akita tratou ele de todos os jeitos: fez as cirurgias, cuidou do póos operatório, medicou, mas o animal uma hora parou de andar.

Um dia dia pela manhâ, esse senhor trouxe o seu cachorro deitado na caminhonete e disse: Dra. Ele já não anda mais. Existe algo que possa fazer?

Eu disse que poderíamos dar um anti-inflamatório e um remédio para dor a longo prazo. Que talvez com o passar do tempo ele não fosse mais responder a medicação. Entã ele me disse que iria tentar mais uma vez.

Cinco dias depois ele retornou a clinica. O animal ainda em decúbito , com aspecto cansado. Ele relatou que o animal não se alimentava. Eu disse que poderia coloca-lo no soro para melhorar. Ai, este senhorzinho disse: não Dra não vamos tentar. O meu cão já me disse que quer ir. A gente já tá tentando faz tempo. A sra. Tentou tudo o que era possível por ele. Mas já tâ na hora de eu ouvir o que ele me pede. Vou dar o adeus definitivo a ele, num lugar onde vá que não tenha dores e nem sofrimento. Ele foi fiel a mim por tanto tempo.... Não vou viver muito tempo mais, mas no mínimo quero dar uma partida decente a ele.

Ali compreendi que a gente nem sempre aceita a perda da luta na tentativa de salvar o animal. Que é necessário momentos em que alguém te faça entender que continuar a luta é causar sofrimento e que então é hora de fazê- lo dormir.

Despedidas nunca são fáceis... Em minha experiência clínica, percebi que se o dono não está aceitando a morte do animal , eles nunca partem sem antes ter a certeza de que o dono ficará bem. Sempre digo que eles precisam saber que sua missão aqui na terra foi cumprida, e é dever do dono estar ao seu lado num momento tão difícil. Dever difícil eu sei, mas quando for possível sempre tem que estar presente.

A presença não precisa ser física. Basta uma conversa, aquela séria, aquele momento em que vc sabe que ele tem que ir mas não quer desapegar. Entre tantas coisas ditas, somente no íntimo do coração você saberá o momento do adeus ao seu animal. Enquanto eles não ouvem esse adeus, eles não partem.

Tomar a decisão nunca é fácil. A gente avalia todas as variáveis, não importa a espécie animal. Cão, gato, cavalo, boi, etc todos na necessidade de eutanásia tem que partir sem dor, e uma morte rápida.

Quanto a Brumadinho...

Por isso, imagino que decisão difícil foi a dos meus colegas em Brumadinho- MG. Por que em grandes calamidades, como desmoranamento, guerras , furacões, etc não temos o consultório . Nem sempre conseguimos chegar até os animais sem correr risco de vida. E como você só entra nesse local autorizado por pessoas preocupadas em zelar pela sua vida, você tem de decidir como eutanasiar o animal minimizando a dor e oferecendo a morte rápida.

E por mais feio que seja, o rifle sanitário está previsto para esse tipo de situação, de acordo com a norma do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária). Não, realmente não é bonito, mas é o único jeito nessas condições. Por isso, não os acuse de serem assassinos. Não os acusem de maus tratos. Eles estão fazendo o que muita gente não teve coragem de fazer: sair de sua casa, levar o seu medicamento, o seu conhecimento , com a convicção e coragem de salvar o maior número de animais, mesmo correndo sério risco de vida.E aqueles os quais eles não puderem salvar, que eles tenham uma morte sem dor. Porque no fundo o que somos é porta- vozes daqueles que não tem voz.  

Lembre-se que é um veterinário que estará ao lado de você quando decidir dar decidir que o seu animal deve ir ao "céu"!


Cinomose em Cães

Por Mila Godoy

Na última coluna falamos de vacinação em cães e gatos e sobre a importância de se dar a vacina. Hj vamos falar um pouco mais sobre uma das viroses mais frequentes em cães: a Cinomose.

Você já deve ter ouvido falar dessa "ose". Tem gente que se refere a ela como a doença que cai os quartos ,numa referência um dos sintomas que ela pode causar.

A cinomose é uma doença que acomete os cães e é transmitida por um vírus chamado CDV (vírus distemper Canine, que traduzido, quer dizer vírus da cinomose Canina.). A cinomose atinge principalmente animais jovens, no primeiro ano de vida , e cães em qualquer idade que não estejam vacinados .

O vírus da cinomose é um vírus bem esperto. O vírus sobrevive muito bem em ambientes secos e frios. Pode permanecer até 3 meses no ambiente, mesmo depois da retirada do animal que apresentou a doença do local. È por causa disso que vem a recomendação dos veterinários que não introduza um animal novo no local imediatamente após a morte de um animal por essa doença.

Quando o proprietário de um cão recebe esse diagnóstico é muito difícil para ele compreender. Primeiro porque o veterinário tem que dizer que o cão está infectado porque não tomou as vacinas, ou se as tomou, tomou incorretamente. Ninguém gosta de admitir que errou, mas é bem isso. O cão está doente porque o dono não deu a vacina. Alguns até tentam justificar dizendo: mas eu nem saio de casa com o meu cachorro, ele nunca saiu!! Nem para tomar banho!! É impossível isso!! Você está errado!! Não tem nenhum cachorro com essa doença em casa!!

De fato uma das formas de transmissão é através dos espirros, das secreções oculares, das fezes, e até mesmo respirando pelo ar infectado. As vezes um cão está com a doença, mas está aparentemente sadio, isto é ela está incubada, e este cão estará transmitindo a doença também. Muitas vezes esse cão está no pet shop onde o seu animal não vacinado frequenta, passeando pela rua com o seu dono, mas está transmitindo a doença. O vírus se espalha bem rápido , então é comum que muitos cães se infectem numa mesma região, um atrás do outro. Você com certeza já deve ter ouvido alguém falar que tem uma epidemia de cinomose. Esse alto número de casos é devido ao alto número de cães não vacinados ou vacinados sem acompanhamento pelo veterinário, não pela agressividade do vírus em si. Tá, mas o meu animal nem sai de casa, tá trancado no apartamento, e como foi que ele pegou?

Bom o próprio dono do animal pode ter trazido o vírus. Pode ter andado em um local onde um cão contaminado esteve, ou entrou em contato com um cão com a doença incubada, e trouxe a doença a doença para o seu animal através da roupa e dos sapatos.

Por isso que todo veterinário fala: não passeie com o seu animal enquanto ele não terminar a sua vacinação. Não leve o seu animal a um pet shop se você não terminou as vacinas!

O vírus da cinomose é esperto na transmissão, mas não é resistente. Então o calor, a maioria dos desinfetantes e o sol já matam o vírus, pois ele não consegue ficar muito tempo fora do hospedeiro. Sabendo disso, o veterinário sempre recomenda além de não sair com o seu cão não vacinado, trocar de roupa, lavar as mãos e manter limpa o local com desinfetante, para evitar a contaminação do seu cãozinho.

Tá, isso é pra evitar a doença, mas e quais são os sintomas dessa doença? Porque ela mata tanto cachorro?

O vírus da cinomose é um vírus esperto e bem agressivo ao animal. Uma vez dentro do corpo do animal ele provoca uma imunossupressão, isto é , acaba com as células de defesa do organismo. Agora imagina isso num filhote, que muitas vezes nem está com o sistema de defesa completo. É uma doença difícil!!!E para melhorar o corpo depende desse sistema de defesa! Ai aparece uma febre alta, logo vem as secreções oculares, tosse, espirro e uma pneumonia se instala.

Como o cão está sem sistema de defesa nenhum provocado pelo vírus, ele fica susceptível a qualquer organismo. Então é muito comum que muito embora ele esteja tomando antibiótico, logo tenha que trocar, porque ele fica resistente a todos os antibióticos disponíveis. Muitas vezes o cão não aguenta a pneumonia que se instala.

O vírus tem atração pelo sistema nervoso do animal, então quando ele se instala no corpo do cão objetivo dele é chegar no cérebro. E ele o faz de uma maneira bem rápida. Então logo, o animal começa a apresentar paralisia nos membros posteriores, membros anteriores. Também é comum as contrações dos músculos do animal, e finalmente uma vez no cérebro as convulsões. Uma seguida da outra. E isso não é algo bonito de se ver. È doloroso para o proprietário. Quem quer passar por isso com um filhote? Ninguém com certeza. Mas poucos pensam nisso quando deixam de dar a vacina.

Tem tratamento? Sim, tem. Mas é o tratamento suporte. Como é um vírus, que ataca vários órgãos , os medicamentos que o veterinário prescreve é pra tratar os sintomas e dar suporte para que o animal consiga sobreviver ao avançar da doença. Mas isso é difícil, bem difícil mesmo. Mas não é impossível. No início, até se tenta um tratamento em casa, mas logo a doença evolui, e é necessário internação, onde o cão recebe um suporte 24 horas mais intenso, em clínica veterinária, o que torna o tratamento oneroso. Quiabo salva o cachorro? Não. Não salva. Essas receitas e curandeirismos não ajudam o animal. Só tornam o processo que por si só já é difícil mais doloroso para o animal. Por favor, leve o seu cão a um veterinário sempre.

Os animais que sobrevivem, normalmente levam consigo sequelas que o proprietário vai ter de lidar pro resto da vida: um animal com convulsão, um animal com paralisia de membros posteriores ou anteriores, um animal com tremores constantes. Não é nada difícil de tratar e é possível o cão ter uma boa qualidade de vida mesmo com sequelas. Mas nem todo o proprietário está disposto a lidar com isso infelizmente.

Se o quadro clinico não melhora, os sintomas pioram, é dado um momento em que o veterinário opta por oferecer interromper o sofrimento do animal: a eutanásia. É uma escolha difícil mesmo, pra qualquer um. Ninguém quer passar por isso. Mas quem tem um cão com cinomose em quadro grave, vai ouvir essa opção do veterinário em algum momento.

Depois que o animal morre, como já foi dito deve-se desinfetar bem o lugar, jogar fora todos os brinquedos e objetos em local apropriado e somente introduzir um novo filhote após 3meses e com as vacinas completas.

A prefeitura fornece essa vacina, afinal ela dá a vacina de raiva, né? Afinal. essa doenças se previne com vacina? Não, a prefeitura nenhuma fornece essa vacina. Os órgãos públicos tem a obrigação de fornecer somente a vacina de raiva, pois esta é uma zoonose, onde a forma de prevenção é através da vacina, então ela tem de fornecer. A cinomose não é uma Zoonose. È um doença grave sim, mas que acomete somente cães. A cinomose é uma das doenças coberta pela V10 ou V8, e é de responsabilidade do proprietário. Não transfira a sua responsabilidade ao órgão público.

Vocês viram que a cinomose não se brinca né? Então vacine o seu cão sempre em um veterinário, para que não tenha que lidar com ela. 

Até a próxima coluna!! 



VACINAS EM CÃES E GATOS

Por Mila Godoy*


Quem tem cão ou gato, quando arrumou um filhote passou por isso. Quem ainda não tem, quando comprar um filhote ou adotar vai passar: Que vacinas dar ao animal? Por que dar essas vacinas? Qual a vacina é a melhor? Quando devo reforçá-las?


São tantas as perguntas, não é? Todas elas um bom veterinário pode responder. Mas o que acontece na maioria das vezes é que as pessoas vão de galho em galho, olham na internet, buscam conselho com o vizinho, com a amiga e acabam sem entender nada, e decidem por conta comprando na casa de ração. Ou, ainda vão no veterinário e dão a vacina, mas sem entender direito o porquê, não perguntam porque acham que o veterinário vai achá-los idiotas por perguntarem quando eles deveriam saber.

Primeiro: seu veterinário não vai achá-lo idiota se você fizer uma pergunta sobre vacina. Você não é formado em medicina veterinária . Só quem tem formação técnica para isso é um veterinário. Ele está lá para isso quando você está consultando. Mas por vergonha as pessoas nunca abordam um veterinário no consultório: sempre num churrasco, num evento familiar, num encontro ao acaso, em viagens, etc... Acreditem eu sei como é. Sou abordada muitas vezes assim. Eu respondo ,claro, mas sempre penso: gente por que não fizeram essa pergunta ao veterinário que o atendeu?

No minha rotina de trabalho, em Rio Claro, verifiquei que a maioria das pessoas nem sabe pra que serve a vacina. Simplesmente as dão e não sabem porque. Ou acham que uma só, resolve tudo, como se ela fosse mágica. Realmente protocolos vacinais em cães e gatos são diferentes, e aqui espero resolver as principais dúvidas que verifico no meu dia a dia, e espero que você mude a sua visão a respeito delas.

Quando você compra ou adota um cão ou um gatinho, a primeira pergunta que vem a cabeça é: Quando eu posso dar a vacina? E qual é a vacina que tenho de dar?

Normalmente você adquire um filhote de cerca de 45 ou 60 dias de idade, porque até essa idade o animalzinho está lá tomando o leite materno da mãe e está protegido com ele  considerando que esta mãe tenha recebido todas as vacinas também). A partir do desmame, o filhote está por conta. E ele não tem o sistema imunológico formado completamente ainda, este só vai estar complementarmente formado com um 6 meses de idade. E é por não está formado que você não deve esperar para dar as vacinas ao seu animal. Por que nessa idade, tomando as vacinas eles conseguem manter a proteção e evitar o aparecimento das doenças. Então a primeira vacina tem que ser dada aos 45 a 60 dias de idade. Para cães eles devem tomar V8 ou V10 e gatos a quadrupla Felina.

Tanto cão quanto ao gato devem tomar 3 doses,intervaladas em cerca de 30 dias . Esse intervalo é necessário porque o filhote com o passar dos dias, começa a perder a proteção da mãe e precisa ter a fazer a proteção dele sozinho. E isso ele só faz com a vacina. E é necessário o reforço, porque uma única dose não vai conseguir fazer essa proteção . Então não adianta começar a vacina e não dar mais. Se fizer isso a proteção não se completou e ele não está protegido. Por isso a proteção é somente após as 3 doses.

Agora você deve estar se perguntando: entendi que tenho que dar 3 doses, mas que raio é essa V8 ou V10? Qual a diferença entre elas? E se você tem um gato deve estar pensando: Nossa mas gato tem que tomar a Quádrupla Felina?

Cães e gatos tomam vacinas diferentes porque são espécies diferentes, e as doenças que os acometem no crescimento são distintas.

Vamos falar primeiro dos cães: O cães quando tomam a V8 são vacinados contra: Parvorirose, Cinomose, Hepatovirose, Adenovirose, Parainfluenza e os 3 principais tipos de Leptospirose, as mais agressivas. A diferença para a V10 é que ela tem dois tipos de leptospirose a mais na dose de vacina, mas estes dois tipos ainda não existem no Brasil. Ué, e porque colocam ela? Porque a empresa que fabrica essa vacina é importada e esse tipo de Leptospirose existe no país de onde ela é fabricada. Existem mais de 200 tipos de Leptospirose, mas vacinamos apenas os 3 principais tipos que são mais agressivos ao animal e que o cão pode transmitir ao ser humano caso desenvolva a doença. Todas elas estão juntas numa dose de vacina, por isso são chamadas de V8 ou V10.

E com certeza você deve de conhecer alguém que perdeu um animalzinho com Cinomose. Que gastou muito no veterinário com isso, que teve de mandar eutanasiar um animal por isso. Mais triste ainda é saber que todo esse gasto poderia ser prevenido se tivessem dado as 3 vacinas assim que pegou o filhotinho, não é?

Não faz diferença você vacinar com uma V8 ou com uma V10 o seu animal, se você o vacinar com uma delas e seguir direitinho o protocolo, você vai estar protegendo o seu animal. É quando você deixa de fazer a vacinação que os problemas aparecem.


Agora os gatinhos. Eu entendo muito o dono de gato, não somente porque tenho 3 gatos, mas porque acompanhei o desenvolvimento do mercado Pet Felino. Faz somente 20 ano ou menos até que esse mercado entrou no Brasil. E isso inclui as vacinas. Então durante muito tempo, essa espécie foi deixada de lado, então muita gente ainda acha que gatinho não tem que tomar vacina. Tem sim!!

Gatos tem que tomar vacina contra Rinotraqueite Felina, Calicivirose Felina, Panleucopenia Felina e Clamidiose Felina, isto é a V4, ou quadrupla Felina. Gatinho não tomam vacina contra leptospirose porque tem uma resistência a essa doença. Não é a toa que o gato caça o rato né? Mesmo que o rato tenha a doença, ele não a desenvolve, fique tranquilo. A maioria das doenças de gatos é de origem respiratória , e sua transmissão é muito mais rápido. Daí a importância de vacinar o seu animal.

Todas essas doenças citadas aqui, serão descritas com calma posteriormente, não se preocupe. O importante é você entender o porque você está vacinando.

Finalmente, todo o cão e gato deve ser vacinado contra a Raiva a partir dos 3 meses de idade. Que é uma doença letal o seu animal e que ele também pode transmitir pra você e sua família. E porque meu veterinário só dá no final das 3 doses? Afinal quando ele já está na segunda dose, ele já tem mais de 3 meses de idade e pode tomar, não é? Sim, ele pode, mas acontece que temos uma gama enorme de empresas que fabricam essas vacinas de viroses, e outras tantas que produzem a vacina antirrábica. Cada uma delas utiliza um conservante diferente. E vacinas podem causar reações alérgicas. Se você der as duas juntas no mesmo dia não vai saber qual vacina deu reação, entendeu?

Posso comprar por conta a vacina na casa de ração e dar? Não recomendo isso pra ninguém. Existem muitos fatores que afetam a eficácia da vacina: validade da vacina, conservação e armazenamento da vacina, saúde do animal, entre outros. Isso só um veterinário vai saber avaliar. E quando ele compra um marca de Vacina ele está atestando que confia naquela marca.

Quando você compra na casa de ração realmente sai mais barato. Mas normalmente essas casas não tem um veterinário junto. Eles colocam num gelinho a dose, e te entregam. Algumas inclusive ensinam como aplicar. Só nesse transporte a vacina se perde, isso sem contar que você não sabe em que condições essa vacina foi armazenada. Além disso, corre o risco tremendo de perfurar o órgão do seu filhote durante a aplicação (sim vacinas podem causar isso), podendo causar a morte do seu animal. Se isso não acontecer, a vacina dada pode não ter efeito, afinal todos os outros fatores que influenciam na vacinação você desconhece. Aí quando o filhote fica doente, não adianta brigar com o veterinário com o custo do tratamento, ou exigir que ele resolva o problema. Sim, ele vai tentar a todo custo salvar o seu animal, mas lembre-se que a responsabilidade dele ter ficado doente é sua por não ter dado a vacina corretamente, certo?

Todas essas vacinas tem que ser repetidas anualmente. Sim, porque a proteção delas é curta, então o reforço tem que ser dado sempre. Mas pense que é um custo pequeno, perto do custo do tratamento dessas doenças.

Nos próximos artigos vamos falar sobre cada uma dessas doenças e você vai entender um pouco mais delas. Do mesmo jeito que se você tem filhos , você sabe porque tem que vacinar a criança contra meningite , pólio, catapora, você tem de saber o que essas doenças fazem no seu bichinho quando você tem essa infelicidade dele se infectar com alguns desses vírus. 

Até a próxima!!


* Maria Emilia Canoa de Godoy é médica Veterinária formada pela Universidade Federal de Lavras. Possui pós graduação em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais pela Universidade Castelo Branco. Trabalhou como Clínica em clínicas veterinárias da cidade de Biritiba Mirim e São Paulo, durante 8 anos. Atuou como Assessora Técnica no Banco de Sangue Veterinário BsVet localizado em São Paulo. Atuou como Assessora Técnica na Riviera Pets, responsável por vendas de microchips para cães e gatos.

Atualmente é Médica Veterinária Responsável Técnica no CCZ de Rio claro, onde coordena o projeto de Leishmaniose Visceral Canina, o projeto de Febre Maculosa. Atua como Técnica Responsável no projeto de Castração do Municipio e no Projeto de Vigilância da Raiva. Responsável pelo treinamento dos Agentes de Zoonoses e Agente de endemias .