196 Anos de Pirassununga

Como começou a cidade de Pirassununga?
PARTE 1 - O INÍCIO

Por Israel Foguel

Painguás! Assim eram chamados os índios da tribo Tupi-Guarani que primeiramente habitaram nossas terras. Agrupavam-se onde atualmente se localiza o Distrito de Cachoeira de Emas.

Nas margens do Rio Mogi Guaçu existiam quatro aldeias, duas de cada lado. Ali permaneceram e denominaram de PIRA-SUNU-NGA. Que pronunciavam em três palavras daquele dialeto, da seguinte forma: PIRA (peixe), SUNU (barulho) e NGA (lugar). Assim, em tradução literal, significa "lugar onde o peixe ronca". Em Tupi-Guarani "s" é sempre brando e não soa como "z"; daí o fato de ser "s" dobrado (ss) em Pirassununga.

Os índios observavam as grandes subidas (as piracemas) dos peixes no Rio Mogi Guaçu e os roncos dos corimbatás nas desovas - eram tantos os peixes e tão fortes os seus roncos que os índios somente podiam chamar o lugar desta maneira.

As nascentes do rio Mogi Guaçu ficam em Minas Gerais, perto da Borda da Mata, a 1.550 metros de altitude. Percorre, em território mineiro, cerca de 119 quilômetros. Tem aproximadamente 490 quilômetros de extensão e um desnível de 1.080 metros até sua desembocadura, que está a 470 metros acima do nível do mar. Dizem os geólogos que o Rio Mogi Guaçu tem 35 milhões de anos.

Para os índios Painguás, o Rio Mogi Guaçu (rio da Cobra Grande) nasceu das copiosas e sentidas lágrimas da bela Obirici, que se viu preterida em disputa com a rival, igualmente bonita e prendada, para ganhar a preferência matrimonial do cacique da tribo. O famoso e valente guerreiro dedicava igual afeição às duas rivais e amargurava-se por não saber decidir-se. Então teve um sonho que transformou em realidade: ambas disputariam um torneio de flechas e a vencedora seria a escolhida.

Com a tribo reunida festivamente, realizou-se a disputa e Obirici perdeu. E desesperou-se em lágrimas abundantes que, dia após dia, corriam por suas faces sofridas. Condoída de tanto sofrimento, Monã, Deus supremo dos Painguás, transformou o corpo de Obirici nas montanhas, de onde suas lágrimas, sempre a rolar, formaram as nascentes do Rio da Cobra Grande, o Rio Mogi Guaçu.

O sítio arqueológico encontrado no município de Pirassununga, sobretudo no local da Cachoeira, no vale do rio Mogi Guaçu, prova que índios provenientes de tribos tupis-guaranis habitaram toda a região de Pirassununga, sobretudo a Cachoeira de Emas.

Quando antigos colonizadores e tropeiros vieram para as terras de Pirassununga, certamente passaram pelo rio Mogi Guaçu e resolveram se estabelecer, a nove quilômetros de distância da Cachoeira, nas margens de dois ribeirões: um ribeirão que hoje se chama "do ouro" e outro ribeirão que hoje se chama "Laranja Azeda".

E o nome Pirassununga foi tão significativo para o colonizador que o novo povoado recebeu o mesmo nome.

Historicamente, comemora-se a fundação de Pirassununga em 6 de agosto de 1823, dia do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, padroeiro da capela do local, quando foi realizada pelo Padre Fellipe Antonio Barreto (Português) a primeira missa na capela de sapé e taipa construída sob a liderança de Inácio Pereira Bueno e sua esposa Ana Francisca da Silva, contando ainda com a ajuda da família Pereira de Godoy e do trabalho de negros escravos.

Considera-se como seus fundadores Inácio Pereira de Bueno e sua esposa Ana. A capelinha foi construída com frente para a atual Rua dos Lemes, onde está hoje construído o prédio da estação Rodoviária. Na frente da capela foi construído um cruzeiro.

Segundo pesquisas realizadas por Xavier Novaes (Faustino Ferreira de Albuquerque) e o pesquisador Manoel Pereira de Godoy, não se conhece precisamente a data de fundação da cidade de Pirassununga.

Ninguém, até hoje, pôde saber, com documentos e com certeza, qual a real data de fundação.

Já a partir de 1809 começaram a chegar os primeiros moradores brancos, a começar por Christovan Pereira de Godoy e sua esposa Anna Maria da Conceição os quais fundaram a primeira propriedade rural do Município, a Fazenda Santa Cruz.

De 1823 a 1828 o Bairro do Senhor Bom Jesus dos Aflitos de Pirassununga, pertencente a Vila de Mogi Mirim, cresceu e já tinham aberto cerca de 2 quilômetros de ruas.

Inácio Pereira Bueno e sua esposa moravam numa abertura no meio da mata onde hoje está a rua Pereira Bueno. Sua casa ficava onde hoje está instalada a Casa Vimal. As famílias pioneiras procuraram ficar perto dos recursos naturais e tão necessários, como a água para uso doméstico e os recursos da floresta vizinha, bem como madeiras para as construções de suas casas, lenhas para os fogões, frutos silvestres e a caça preciosa para o fornecimento de proteínas à dieta alimentar. Já desde o início essas famílias já traziam o trabalho escravo dos negros.

Em 6 de Agosto de 1823 foi fundado o Bairro do Senhor Bom Jesus dos Aflitos de Pirassununga (pertencente à Vila de Mogi Mirim).

Em 1828 passou a Capela do Senhor Bom Jesus dos Aflitos de Pirassununga (pertencente ao Termo da Vila da Constituição, atual cidade de Piracicaba).

Em 1828 Pirassununga tinha 2 quilômetros de ruas, sendo duas travessas (atualmente denominadas de rua Pereira Bueno e José Bonifácio), a rua da ponte (atual General Osório) e a rua Nova (atual D. Pedro II).

Com o progresso da cidade, foram feitas várias reformas na capela, sendo iniciadas aí as obras para a construção da Primeira Matriz. Oficialmente, foi neste ano que foi criada a Capela do Senhor Bom Jesus dos Aflitos de Pirassununga (provisão de 21 de Novembro de 1828).

Em 1835 Pirassununga passou a distrito, advindo com isto as primeiras cobranças de tributos, tendo vindo para cá o senhor Polycarpo Carlos Cardoso, nomeado agente local da Coletoria de Mogi-Mirim. Em 18 de Julho de 1935, Pirassununga também recebeu seu primeiro juiz de paz, o senhor João de Deus Bernardo, o qual teve como primeiro escrivão o sr. Rozendo de Sant`Anna e Cruz. A primeira escritura de compra e venda foi passada no dia 03 de outubro de 1835, quando José Antonio de Moraes comprou de Antonio Mendes de Oliveira uma propriedade agrícola no Córrego Fundo pela importância de 32$000.

Em 1842, pela lei n.º 13, de 4 de março de 1842 a Capela do Senhor Bom Jesus dos Aflitos foi elevada à categoria de Freguesia. Neste mesmo dia a paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos foi criada sendo instalada em 7 de abril de 1848. No dia 6 de agosto de 1842 foi lavrada a escritura de doação de terreno para a constituição do patrimônio, com cerca de 4 km2. Avaliado em cento e cinquenta mil réis (150$000). Foi doador principal Ignácio Pereira da Silva e sua esposa Anna Francisca da Silva. Neste ano dirigia a paróquia o padre Antonio Xavier da Costa. A cidade tinha uma população de 500 pessoas na zona urbana e 1.500 na zona rural, das quais 400 eram escravos.

Entre 1835 e 1837 o café passou a ser cultivado em Pirassununga, em terras vermelhas no morro hoje denominado de Limoeiro, em terras da Fazenda Água Parada, de propriedade da família Souza Mourão. Na realidade, o café foi o responsável pela derrubada de nossas matas e o responsável pelo início da erosão danosa do nosso solo agrícola, em face das técnicas quase sempre erradas quanto ao uso do solo na época.

Em 1862, por determinação da Corte Imperial Brasileira foi constituída a Guarda Nacional, que foi presidida em nossa freguesia pelo comandante superior capitão Manoel Joaquim de Oliveira e Silva, perpetuado em nossa história como o capitão Maneco. Foram qualificadas 257 pessoas, julgadas aptas para servirem na referida Guarda. Além de ser formada uma eventual força para a garantia constitucional e a defesa da pátria, a constituição da Guarda Nacional foi uma maneira de muitas pessoas ganharem novas posições no "status" social da cidade

Neste período monárquico (1822/1889 - sistema de governo na qual um rei ou imperador exerce o poder) o estado era unido à igreja através da constituição. Ou seja, a igreja no Brasil estava diretamente subordinada ao imperador, que a ajudava financeiramente.

Após seu surgimento em 1823, um ano após a Independência do Brasil (7 de setembro de 1822), o Bairro do Senhor Bom Jesus dos Aflitos de Pirassununga foi se desenvolvendo através da influência da igreja e seus habitantes que se aglomeravam entre a capela e o ribeirão do ouro, na antiga rua Nova (atual rua D. Pedro II), rua da Ponte (atual rua General Osório), rua das Flores (atual rua dos Lemes) e Travessa da Capela (atual rua Pereira Bueno).

Na rua Nova, que passou a se chamar rua Uruguaiana, surgiram várias casas comerciais. Com o desenvolvimento do comércio, com o florescimento da zona rural com a sua agricultura baseada no plantio do feijão, da cana, do milho, do algodão e do fumo, enfim, com o êxito inicial dos pioneiros, o governo, através da Coletoria de Mogi Mirim, começou a coletar os primeiros impostos e taxas em Pirassununga no ano de 1835. E entre 1835 e 1837 o café começou a ser cultivado em Pirassununga, produto número um e essencial à exportação. Em 1848 Pirassununga tinha 120 eleitores (pessoas aqui residentes, com trabalho e renda mensal fixa - exigência da época) que votavam nas dependências da Igreja, na Assembleia Constituinte.

Texto extraído do livro "Pirassununga de Todos os Tempos" Volume 1, de autoria de Israel Foguel que será lançado pela Editora AgBook/Clube de Autores em 2019.


Israel Foguel nasceu em Pirassununga. Formou-se em Comunicação e Expressão pela Faculdade de Ciências e Letras de Araras. Em 1991 concluiu o curso superior de Pedagogia e em 2012 concluiu pós-graduação em Meio Ambiente.

Em 1976 lançou o livro "Messages from my Interior". Atualmente possui cento e dez livros já lançados. É professor de Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Literatura Brasileira, Literatura norte-americana e Técnica Teatral. É jornalista (MTB: 50.147), pedagogo, tradutor intérprete e Consultor Qualytime.

Atualmente exerce as funções de jornalista, diretor do Teatro Municipal Cacilda Becker, de Pirassununga; membro efetivo e perpétuo da APLACE - Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciência e Educação - ocupando a cadeira 28, cujo patrono é a atriz Cacilda Becker, atualmente exercendo o cargo de presidente; membro da ALUBRA Academia Luminescência Brasileira, ocupando a cadeira 45; faz palestras em faculdades, escolas e entidades assistenciais.

É casado com Vera Lúcia de Souza Foguel e tem dois filhos (William - casado com Juliana) e (Priscilla - casada com Daniel). Tem três netos: Yohann e Loren Yasmin, filhos de William e Juliana, e Pyetra, filha de Priscilla e Dani.

196 Anos de Pirassununga

Como se organizou a política?

PARTE 2 - A Política Local

Por Israel Foguel

Em 1865, através da lei provincial 76, de 22 de abril, a Freguesia de Pirassununga foi elevada à categoria de Vila, passo importante no progresso das comunidades naquele tempo. Com essa elevação, Pirassununga podia ter governo próprio e local, podia eleger seus intendentes, podia nomear o seu juiz municipal, podia nomear e convocar jurados, podia julgar seus criminosos, enfim, a nossa Vila passou a ter mais autonomia e importância dentro da Província de São Paulo.

Após a elevação a categoria de Vila, os dois partidos existentes logo se formaram em Pirassununga: o Partido Conservador (mais forte e cujos membros foram batizados pela alcunha de "cascudos") e o Partido Liberal (cujos adeptos eram designados pela alcunha de "farrapos").

Já em 22 e 23 de outubro de 1865 tivemos a primeira eleição para a composição da nossa primeira Câmara de vereadores, a qual teve 160 eleitores. A eleição (a exemplo do tempo do Império) foi realizada no interior da Igreja Matriz Velha.

Começou às 9h e terminou às 15h. Os eleitores, que tinham seus nomes em uma lista, eram chamados um a um, até o último nome da lista. Eram considerados capazes de votar pessoas que sabiam ler e escrever, que tivessem ocupação certa e, principalmente, que recebessem uma renda anual.

Em seguida a eleição, havia a imediata apuração dos votos pela Mesa Eleitoral; um dos mesários abria as cédulas e fazia a verificação dos votos e em companhia dos outros mesários providenciava o resultado da votação, com o número de votos de cada candidato.

Concluída a apuração, o secretário confeccionava uma lista geral dos votados, a qual, depois de lida em voz alta era afixada na porta da igreja.

Os trabalhos eram encerrados às 15h, queimando-se, em seguida, as cédulas na presença dos mesários. A ata era assinada pelo presidente da mesa eleitoral, pelos mesários, pelo secretário e pelo fiscal de cada um dos dois partidos.

O presidente da primeira mesa eleitoral foi o juiz de paz e eleitor capitão Manoel Joaquim de Oliveira e Silva, o primeiro secretário o eleitor José Bernardino de Castro Aguiar.

Venceu a eleição, com larga margem de votos o Partido Conservador (os Cascudos), num total de sete vereadores: cap. Manoel Joaquim de Oliveira e Silva, alferes Antonio Joaquim de Vasconcelos Pinto Júnior, Martiniano Antonio de Azevedo, João José de Azevedo Antunes, Francisco da Silveira Franco, José Bernardino de Castro Aguiar e Benedicto da Silva Leme.

A posse da primeira Câmara aconteceu no dia 5 de novembro de 1865 e os vereadores, por eleição, escolheram para servir como presidente da Câmara e, consequentemente, como governo local, o capitão Manoel Joaquim de Oliveira e Silva (capitão Maneco) e como secretário José Bernardino de Castro Aguiar. O detalhe é que naquele tempo os candidatos à vereança podiam fazer parte da mesa receptora de votos, o que hoje a lei não permite.

Através da resolução 40, de 8 de abril de 1868, a presidência da Intendência Municipal autorizou a Câmara a tomar emprestado 4 contos de réis para a aquisição de uma casa recém construída e mais os terrenos circundantes, situada na rua Santa Rita (Duque de Caxias) esquina com a rua da Ponte (rua General Osório). Adquirida a casa a mesma foi mobiliada e preparada para os fins convenientes: casa de audiências da intendência e sessões do Júri. O local atualmente é ocupado pelo Ponto Chic e Lojas Americanas.

A primeira sessão da Intendência neste local aconteceu no dia 14 de dezembro de 1868. Na verdade tratava-se de uma sessão do Júri onde foram julgados, e condenados a galés perpétuas, dois negros escravos (Francisco e Luiz) que haviam matado o administrador Antonio Joaquim Alves de Miranda, da Fazenda Água Azul, de propriedade do dr. Eleutério da Silva Prado e Rodrigo Antonio Monteiro de Barros, no dia 21 de outubro de 1868, a golpes de enxada.

Até 1889, as eleições foram realizadas dentro da Igreja Matriz, porém, a partir de 5 de julho de 1889, após o rompimento entre a igreja e o imperador D. Pedro II, por determinação do Governador da Província, passaram a ser realizadas no Paço Municipal. Neste ano de 1889 foi proclamada a república em 15 de novembro. No ano de 1890 o prédio da Câmara foi ocupado pelo primeiro Mercado Municipal, ali na rua Santa Rita (atual rua Duque de Caxias).

No dia 29 de setembro de 1892, a Intendência Municipal passou a ser denominada Câmara Municipal e os Intendentes, de vereadores. Assumiu a presidência da Câmara, no dia 29 de setembro de 1892 o dr. Francisco de Paula Porto Moretz Sohn e no dia seguinte, 30 de setembro de 1892 foi aprovado o primeiro Regimento Interno da Câmara Municipal, e a partir do mês seguinte, outubro, foram organizadas as primeiras comissões (Comissão de Constituição, Legislação e Poderes; de Fazenda e Contas; de Higiene e Obras; de Justiça, Instrução Pública e Estatística).

De primeiro de maio de 1893 a 16 de dezembro de 1901, o Dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes exerceu a presidência da Câmara, sendo o governo da cidade, tendo como vice-presidente o Capitão Simão Boller.

Entre os anos de 1898 e 1901 foi nosso intendente municipal (cargo equivalente ao atual de Prefeito Municipal) o vereador capitão José Germano de Souza, nascido em Portugal. O capitão José Germano de Souza foi o primeiro prefeito estrangeiro a governar Pirassununga.

Em 1901 as eleições em Pirassununga se transformaram em verdadeiro campo de guerra. Havia uma luta entre o dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes (Grupo dos Arara ou os "moraesistas") e o tenente coronel Manoel Franco da Silveira (Grupo dos Jagunço ou os "franquistas").

Na realidade o dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes era cunhado do tenente coronel Manoel Franco da Silveira (casou-se com Dona Rita da Silveira Franco em 7 de julho de 1881). Ambos pertenciam ao mesmo partido: o Partido Republicano. As paixões humanas e as misérias políticas falaram mais alto e uma luta de morte começou a se estabelecer entre ambos e os seus partidários.

O estopim aconteceu no dia 16 de julho de 1899 quando o tenente coronel Manoel Silveira Franco foi eleito e reconhecido pela Comissão Central Partido Republicano do Estado juntamente com os senhores Guilherme Theodoro Mac Cann, dr. José Arruda, José Osório de Siqueira e Martiniano de Sousa Oliveira.

Com isto, o tenente coronel Franco ficou em suas mãos com a Delegacia de Polícia. A Câmara continuava nas mãos do dr. Moraes. Desta forma, uma discórdia lamentável dividia a sociedade de nossa cidade. A Câmara Municipal era composta em sua totalidade de gente do grupo de cima (do Dr. Vieira de Moraes) e toda a polícia pertencia ao grupo de baixo (do Tenente Coronel Manoel Franco). Isto tudo aconteceu no tempo da Pirassununga de homens bravos, de capangas a serviço de um e de outro lado e todos armados. 

Uma das causas que culminariam na guerra política de 1901 é que o Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves (Governador de São Paulo) era contra o Dr. Prudente de Moraes e os dois últimos redutos dos "prudentistas" estavam em Piracicaba (terra natal de Prudente de Moraes) e em Pirassununga (o Dr. Vieira de Moraes era primo do ex-presidente da República Prudente de Moraes). Assim sendo, pela vontade do governador, o Dr. Vieira de Moraes precisava ser destruído de qualquer maneira. E eis que surge o fatídico dia 16 de Dezembro de 1901.

Já no dia 25 de novembro houve uma reunião dos membros do governo municipal para a divisão do município em secções, designação dos edifícios e nomeação dos mesários para as eleições de 16 de dezembro.

Foram designadas três secções: uma na sala de sessões da Câmara, uma na sala da Tesouraria da Câmara e a outra no prédio de Francisco Esperança, na rua São Pedro, atual D. Pedro II. Entretanto, alertado pelo Tenente Coronel Manoel Franco, o Governador do Estado anulou os locais escolhidos e determinou quatro novos locais: a 1ª secção, em uma casa existente na frente onde hoje funciona a Casa Murad; a 2ª secção na esquina da Rua José Bonifácio com Coronel Franco onde era a base do Quartel da Força Pública (também franquistas); a 3ª secção na casa do suplente de Delegado de Polícia Saturnino Perez Rodrigues (franquista) na rua José Bonifácio, e a 4ª secção ficava na casa do major Pereira (franquista). Tudo arrumado para que o tenente coronel Manoel Franco tomasse as mesas eleitorais e ganhasse as eleições, de qualquer jeito.

Para garantir a vitória do Tenente Coronel Franco vieram da capital 40 soldados da Força Pública, comandados pelo alferes Araújo Lima. Já por medida de extrema precaução o Dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes e seus companheiros deixaram todas as suas armas na casa do dr. Moraes e resolutos, num grupo compacto e cadenciado caminharam pelo meio da rua, subindo a rua dr. Vieira de Moraes, atual Duque de Caxias e descendo a José Bonifácio.

Ao mesmo tempo os franquistas desceram a rua Coronel Franco até a esquina da rua dos Andradas, onde residia o tenente coronel Manoel Franco da Silveira. Juntos, os "franquistas" desceram pela rua Coronel Franco em direção a rua José Bonifácio, para os locais de votação. Quando passaram pela Força Pública, vários soldados armados se incorporaram junto aos mesmos, tendo à frente o alferes Araújo Lima.

Aproximadamente às 9hs da manhã os Araras (grupo do dr. Vieira) e os Jagunços (grupo do tenente coronel Franco) se encontraram, no meio da rua, em frente a 1ª e a 3ª secções eleitorais. No momento em que o Dr. Moraes se achava apresentando aos mesários da 1ª secção o ofício de nomeação de fiscais, o infeliz alferes Araújo Lima veio ao encontro do grupo e exclamou: - Nunca me viram?

O grupo dos moraesistas ficou quieto, não respondendo aos insultos do mesmo. - Querem tirar o meu retrato

Neste momento, o Agrimensor Álvaro Normanha (moraesista) respondeu: - Alferes, isto é uma provocação, o senhor está nos provocando.

O alferes, neste ato, ordena o sinal de ataque aos seus comandados e no momento que está desembainhando a espada, Normanha se atraca a ele. Neste instante recebem ambos, descargas de fortes e repetidas rajadas de fuzilaria (dos franquistas), da casa de Saturnino Peres, 1º suplente de delegado e onde funcionava a 3ª secção.

Os praças que estavam colocados na esquina da XV de Novembro com a José Bonifácio, onde até pouco tempo funcionava a Caixa Federal, também abrem fogo. A Força Pública, colocada na extremidade do quarteirão, rompe também o fogo de suas mortíferas carabinas, colocando o grupo do dr. Moraes (todos desarmados) entre três fogos.

Caem mortos Normanha, Salvador Tangerino, Inácio de Azevedo, o soldado José Antonio da Silva e o alferes Araújo Lima. Recebem ferimentos mais de 50 pessoas pertencentes ao grupo dos moraesistas.

O moraesista Inácio de Azevedo, ferido, perdia muito sangue, tombado na rua, quando foi arrastado para dentro da 1ª secção, logo depois foi devolvido à rua e arrastado. Gemendo de dor e com imensa sede, implorava: "Água... água". Neste momento se aproximou o franquista Francisco de Paula e de revólver em punho e de modo sarcástico, lhe perguntou: - "Quer água? Toma lá, desgraçado!!! E lhe deu um tiro na nuca. Foi o fim.

No meio deste tiroteio, o Dr. Moraes ainda estava na 1ª secção, quando da casa de Saturnino Peres gritaram: retirem daí as mulheres e as crianças. O Dr. Moraes sentindo a situação, notando a presença na secção do Juiz de Paz da facção governista (pro franquista, é claro) usa-o como proteção e o coloca na porta. Os atiradores da casa de Saturnino Peres param de atirar para não acertar o juiz. Neste momento, o dr. Moraes foge pelos fundos da casa.

Com a destruição dos ânimos e das possibilidades dos Arara, chefiados pelo Dr. Vieira de Moraes, os Jagunços, chefiados pelo Tenente Cel Manoel Franco da Silveira, tomaram as 4 secções e sozinhos foram os eleitores do dia, em número de 280, dentre quase 800 eleitores que Pirassununga possuía em 1901. Elegeram todos os seus vereadores.

Após a vitória eleitoral dos Jagunços, o pessoal do Coronel Franco tomou a cidade, fez depredações destruindo o Colégio Serpa Pinto (colégio existente lá para os altos da cidade, na época em meio a uma mata frondosa, onde hoje se localiza os fundos da Santa Casa de Misericórdia.

O Colégio Serpa Pinto era dirigido pelo Dr. Antonio Augusto de Serpa Pinto e localizava-se em edifício sob a responsabilidade da Câmara Municipal. Continha 12 salas, 2 saletas e varandas na frente e atrás. Era apoiado pelo Dr. Vieira de Moraes, grande incentivador para o desenvolvimento da instrução em nossa cidade. Serpa Pinto teve de abandonar o colégio e a cidade.

A partir de 1902, os moraesistas tiveram suas ligações domiciliares de água potável e energia elétrica cortadas. Quem fosse moraesista tinha que pagar todos os impostos, sem regalia! E quem fosse franquista, em geral, não precisavam pagar impostos.

Mas não parou por aí. Indiciados pela polícia e juiz de paz foram levados para o banco de réus o Dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes, o Major Indalécio José de Arruda e outros, para responder pela culpa dos acontecimentos do dia 16 de Dezembro de 1901 e são acusados como criminosos pelas mortes ocorridas, sendo pedido pelo promotor que lhes fosse atribuída a pena de 30 anos de cadeia. São presos e levados para a Cadeia da Luz, em São Paulo. O processo ganha dimensões nacionais. Para defendê-los, o Dr. Moraes escolhe, dos oito candidatos, um jovem advogado de 28 anos, filho de Pirassununga: o Dr. Raphael Corrêa de Sampaio.

Nos primeiros dias de junho de 1902 acontece a sessão do júri. Os presos são transportados de São Paulo para Pirassununga e, na falta de local adequado, pois a cadeia estava em reforma, o Dr. Moraes e seus companheiros ficaram presos na Escola do Povo, prédio que ele havia construído em 1885 para crianças e instrução. Os fatos foram torcidos e os desarmados moraesistas estavam sendo julgados. Os criminosos se voltaram contra os inocentes, querendo impor-lhes a carapuça da culpa e dos crimes!

No final da defesa, demorada com réplicas e tréplicas veementes, o Dr. Raphael alcançou o seu triunfo: na votação dos 12 jurados, 9 votaram a favor da absolvição e 3 pela culpabilidade. Recorrendo ao tribunal da Apelação em São Paulo, o mesmo foi confirmado por unanimidade pela absolvição tanto do Dr. Moraes como de todos os seus companheiros.

Após os trágicos resultados de 1901 e da sua absolvição em 1902, o Dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes retirou-se da política e dedicou-se à advocacia, aos seus negócios particulares e à agricultura.

Em 7 de janeiro de 1902, após os fatídicos acontecimentos do dia 16 de dezembro de 1901 foram eleitos e tomaram posse na Câmara Municipal para o triênio 1902 a 1904, os seguintes "franquistas": Tenente Coronel Manoel Franco da Silveira, Dr. Matheus da Silva Chaves Júnior, Tenente Coronel Guilherme Theodoro MacCan, Sebastião Ferreira Gandra, Martiniano Virgolino dos Santos, Capitão Filippo Del Nero, Capitão Bento Dix e Pedro de Camargo Neves.

Esta guerra pelo poder foi contada pelo Prof. Manoel Pereira de Godoy em seu livro. Xavier Novaes não diz nada em Apontamentos de Pirassununga porque pertencia ao grupo do Coronel Franco.

Em 5 de outubro de 1907 apareceu, pela primeira vez, a palavra Prefeito para o chefe do Executivo, agora então, com os subsídios de R$ 4:800$000 por ano e mais Rs.1:200$000 anuais para os gastos de representação a que estava continuamente obrigado.

A partir de 1908 a estrutura dos Poderes Executivos e Legislativos foi modificada para a forma que perdura até hoje. Assim, em 15 de janeiro de 1908 tivemos a separação dos dois poderes, com a votação dos vereadores, como vinha sendo feita; depois, os vereadores, dentre os seus membros, escolhiam, por votação, o prefeito e o vice (Poder Executivo) e o presidente e o vice da Câmara (Poder Legislativo). A primeira sessão solene realizada pela nossa Câmara Municipal, para a posse e compromisso dos vereadores, foi realizada no dia 15 de janeiro de 1908 e o primeiro juramento dos vereadores, na posse, assim estava redigido:

"Afirmo bem desempenhar as funções de vereador e promover e sustentar quanto em mim couber, a felicidade pública".

No dia 21 de maio de 1910 surgiu a expressão "suplente" para o vereador eleito, porém não escolhido pela ordem, para ocupar o lugar dos vereadores em exercício e com direito a ser chamado à vereança no caso de ocorrer vaga na Câmara Municipal.

Neste ano a arrecadação desceu para 80:529$080, enquanto que a despesa do município subia para 191:105$40. O desequilíbrio que se constatava no seu orçamento refletia a desorganização administrativa dos últimos dez anos que se persistisse, fatalmente levaria o município e a cidade à situação de aniquilamento.

Em 1911, com a receita arrecadada apenas de 99:699$840, o município se projetava ainda mais no abismo deficitário, com uma despesa de 367:242$560.

Somente a partir de 2 de setembro de 1912 é que se decidiu regularizar o funcionamento da Câmara Municipal, pois até então as sessões eram realizadas irregularmente e conforme a necessidade. Assim, foi marcada regularmente a primeira segunda-feira de cada mês, às 11h, para a realização das sessões normais e ordinárias.

Em 1912, todavia, a providência divina colocaria à frente dos negócios do município um moço que havia de salvá-lo, o Dr. Fernando de Souza Costa, então no início de sua carreira de homem político.

No dia 2 de novembro de 1912 o então prefeito Ten. Cel. Manoel Franco da Silveira faleceu.

No dia 16 de novembro de 1912, quando assumiu o cargo de prefeito, o Cap. Felippo Del Nero designou o primeiro sábado de cada mês e às 12h.

Em 21 de dezembro de 1912 o Dr. Fernando de Souza Costa foi indicado para preencher a vaga do vereador Ten. Cel. Manoel Franco da Silveira, em decorrência de seu falecimento.

Dentre mil eleitores aproximadamente, o Dr. Fernando de Souza Costa obteve 505 votos. Após uma eleição pública, confirmada pela Câmara, assumiu o seu primeiro posto político, de vereador, em 21 de dezembro de 1912.

Neste mês de dezembro houve a eleição para a vaga de prefeito deixada pelo Ten. Cel. Manoel Franco da Silveira, sendo eleito para ocupar o cargo de Prefeito de Pirassununga o Dr. Fernando de Souza Costa que em 15 de janeiro de 1913 assumiu este cargo ficando por 14 anos, até o ano de 1927, quando foi convidado a ser Ministro da Agricultura, pelo Presidente Júlio Prestes.

Durante estes quatorze anos à frente da administração, suas obras aqui realizadas falam mais que qualquer outro comentário: colocou os sentenciados nos trabalhos de pavimentação de vias públicas, difundiu o ensino na zona rural, fundou o Asilo de Velhice São Vicente, participou ativamente na construção do prédio da então Escola Normal de Pirassununga, conseguiu a construção da cadeira pública e do Fórum de Pirassununga, articulou a instalação em Pirassununga do 2º Regimento de Cavalaria Divisionária, lutou pela vinda da Academia da Força Aérea, fundou com outros empresários a Fiação e Tecelagem de Pirassununga, pugnou pela fundação do Orfanato Menino Deus, reformou a Santa Casa local sendo seu provedor durante 15 anos, trouxe para a cidade a Escola Preparatória de Agricultura, depois IZIP, Cizip e atualmente USP, trouxe o CEPTA/IBAMA, sanou dívidas e fez a cidade se expandir.

Na verdade o Dr. Fernando de Souza Costa nasceu em São Paulo, no dia 10 de junho de 1886. Em 1907 se formou na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, onde se casou com Anita da Silveira Costa, filha de Joaquim da Silveira Mello e de Amélia Correa Pacheco da Silveira Mello. Logo após sua formatura, em 1908, fixou residência em Pirassununga, dedicando-se à sua profissão e a indústria.

As terras onde hoje se localiza o quartel pertenciam a família Malaquias Carlos Cardoso (antiga Fazenda Santa Cruz, de propriedade de Christovan Pereira de Godoy) e parte ao Dr. Fernando de Souza Costa. Tais terras foram vendidas ao Governo Federal, na oportunidade, para os fins desejados pelo valor de 100:000$000 (cem contos de réis). Nestas terras, o dr. Fernando tinha uma fábrica de farinha de milho, exatamente no local onde foi construída, anos depois, a piscina do Quartel, com a utilização das águas do Córrego do Andrezinho, muito límpidas na época.

Exerceu a função de prefeito municipal durante 14 anos (de 15 de janeiro de 1913 até o ano de 1927) sendo convidado a ser Secretário da Agricultura de São Paulo pelo então presidente Júlio Prestes, de 1927 a 1930. Em 1919 se elegeu deputado estadual, cargo exercido concomitantemente com o de prefeito de Pirassununga. Em 1927, ao deixar a administração da Prefeitura de Pirassununga, para assumir o cargo de Secretário da Agricultura, o Dr. Fernando Costa entregou o município com uma receita arrecadada de 308:545$420 e uma despesa realizada de 243:659$200.

Seu sucessor no cargo de prefeito municipal foi o Major João da Motta Cabral (1927).

Em 1937, o Dr. Fernando Costa foi nomeado Ministro da Agricultura, criando então o Serviço de Registro Genealógico e o Parque de Exposições de Uberaba (MG). Determinou a construção da Escola Nacional de Agronomia, criou pastas zootécnicas e estações experimentais. Em 5 de junho de 1941, foi indicado e nomeado por Getúlio Vargas interventor do Estado de São Paulo (substituindo o Médico Adhemar Pereira de Barros), cargo que veio a ocupar até a data de 3 de outubro de 1945.

Morreu aos 60 anos, no dia 21 de janeiro de 1946, próximo a Vinhedo, em um estranho acidente automobilístico. Era candidato a governador do estado pelo PSD.

TODOS OS PREFEITOS DE PIRASSUNUNGA:

1865-1868- Capitão Manoel Joaquim de Oliveira Silva (IntendenteMunicipal)

1869 a 1872 - Cap. Manoel Joaquim de Oliveira e Silva

1873 - Cap. Evaristo Balbino Teixeira de Paiva

1874 a 1876 - Major Miguel Carlos Cardoso

1877 a 1880 - Cap. Antonio Ferraz de Campos Camargo

1881 a 1883 - Antonio Rodrigues Leite

1884 a 1886 - Antonio José de Arruda

1887 a 1890 - Dr. Antonio José Rodrigues de Siqueira

20.fevereiro.1890 a 4.abril.1891 - Dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes

5.abril.1891 a 14.dezembro.1891 - Cap. Antonio José de Arruda

15.Dezembro.1891 a 29.setembro.1892 - Dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes

30.setembro.1892 a 30 de abril de 1893 - Dr. Francisco de Paula Porto Moretz Sohn

30 de abril de 1893 a 1895 -Tenente Coronel Christiano Franco de Andrade

1896 a 1898 - Dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes

1899 a 1901 - Cap. José Germano de Souza - (Português)

07.janeiro.1902 a 1905 - Tenente Coronel Manoel Franco da Silveira

1905 a 1907 - Tenente Coronel Manoel Franco da Silveira

15.janeiro de 1908 1910 - Tenente Coronel Manoel Franco da Silveira (Prefeito Municipal)

1911 a 1912 - Ten. Cel. Manoel Franco da Silveira - falece em 2.novembro.1912

03.novembro.1912 a 15.janeiro.1913 - Cap. Filippo Del Nero - (Italiano)

15.janeiro.1913 a 1927 - Dr. Fernando de Souza Costa

1927 a 26.dezembro/1930 - Major João da Motta Cabral

26.dezembro/1930 a abril.1931 - Belarmino Del Nero

1931 a 1932: Dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes

1932 a 1934: Sebastião Domingues

1934 a 11.julho.1935 - Dr. Manoel Jacintho Vieira de Moraes

12.julho.1935 a 01.novembro.1936 - Cap. Honório Alves de Castro

02.novembro.1936 a 14.maio.1938 - Amador Franco da Silveira

15.maio.1938 a 28.junho.1938 - Sebastião Domingues

29.junho.1938 a 13.janeiro.1943 - Belarmino Del Nero

01.fevereiro.1943 a 24.junho.1944 - Manuel de Castro Mendes.

25.junho.1944 a 08.março.1945 - Domingos Táboas Bernardes

09.março.1945 a dezembro.1945 - Manuel de Castro Mendes

Dezembro.1945 a 11.dezembro.1946 - Germano Dix

12.dezembro.1946 a 19.março.1947 - Alziro Pozzi

20.março.1947 a 30.abril.1947 - Belarmino Del Nero

09.maio.1947 a 31.dezembro.1947 - Moacyr Capello.

A partir de 9 de julho de 1947 passou a vigorar a constituição do Estado (Carta Magna do Estado de São Paulo), onde os municípios passaram a ter eleição pelo voto universal, direto e secreto de prefeito e vereadores, com representação proporcional. No dia 9 de novembro de 1947 foi realizada a eleição em Pirassununga:

1948 a1951 - Sebastião Domingues (Prefeito pelo voto direto)

1952 a 1955 - Lauro Pozzi - vice: Décio Pires Barbosa.

1956 a 1959 - Alziro Pozzi - vice: Felipe Malaman.

1960 a 1963 - Lauro Pozzi - vice: Fausto Victorelli.

1964 a 1968 - Fausto Victorelli - vice: José Atala Elmor.

1969 a 1972 - Lauro Pozzi: vice: Olímpio Guiguer.

1973 a 1976 - Antonio Carlos Bueno Barbosa -vice: Rubens Santos Costa.

1977 a 1982 - Rubens Santos Costa - vice: Arnaldo Pereira.

1983 a 1988 - Fausto Victorelli - vice: Euberto Nemésio Pereira de Godoy.

1989 a 1992 - Euberto Nemésio Pereira de Godoy - vice: Ademir Alves Lindo.

1992 - Ademir Alves Lindo.

1993 a 1996 - Fausto Victorelli - vice: Temístocles Marrocos Leite.

1997 a 2000 - Antonio Carlos Bueno Barbosa - vice: João Carlos Sundfeld.

2001-22.8.2003 - João Carlos Sundfeld - vice: Darcy Franco da Silveira.

22.8.2003-2004 - Darcy Franco da Silveira.

2005 a 2008 - Ademir Alves Lindo - vice: Fausto Victorelli

2009 a 2012 - Ademir Alves Lindo - vice: Edgar Sagioratto.

2013 a 2016 - Cristina Aparecida Batista - vice: Almiro Sinotti.

2017 a 2020 - Ademir Alves Lindo - vice: Milton Dimas Urban.

Texto extraído do livro "Poder Legislativo Municipal: Trajetória e Lutas, de autoria de Israel Foguel, lançado pela Editora AgBook/Clube de Autores, em 2016.

O autor possui 110 livros escritos e 29 deles tratam do município de Pirassununga. 

Contato: https://foguelisrael.blogspot.com/